Erros do passado que não podem se repetir

A partida contra o Leicester City fora de casa serviu para recolocar o Chelsea de volta ao caminho da vitória. A semana foi de recompor o elenco derrotado no dérbi contra o Tottenham Hotspurs, duelo que pôs fim ao recorde de 13 triunfos consecutivos.

Foi uma vitória maiúscula, com show dos espanhóis Marcos Alonso e Pedro. Em meio ao cenário positivo dentro das quatro linhas um tema tem rondado o Chelsea há alguns meses: as denúncias de abuso sexual na década de 1970.

No final de 2016 o primeiro destaque nas manchetes envolvia Eddie Heath, coordenador dos olheiros dos Blues. Heath foi apontado pelo ex-jogador Gary Johnson como o responsável por cometer abusos sexuais contra ele, quando era atleta das bases. Segundo os jornais Johnson recebeu uma compensação de 50 mil libras pelo Chelsea pelos abusos sofridos.

O caso mais recente envolve um árbitro das partidas do time juvenil, na mesma época. Em matéria publicada pelo The Independent nesse final de semana, pelo menos seis testemunhas apontam Allan McGrath como personagem central desse novo escândalo. McGrath levava os jogadores da base para sua residência, local onde os abusos aconteciam. No entanto, apesar de ter trabalhado como árbitro, McGrath não era funcionário direto do clube.

Gary Johnson sofreu abusos quando era atleta das bases do Chelsea (Foto: Getty Images)

Sobre o caso McGrath o Chelsea Football Club decidiu não se pronunciar. À época dos acontecimentos envolvendo Eddie Heath uma nota oficial foi publicada no site, onde se destacava o pagamento por intermédio de uma firma externa a Johnson, mencionando-se ainda o fato de os Blues serem hoje “um clube diferente do que era em 1970, sendo comprometidos com a segurança e bem estar das crianças e adolescentes” envolvidos no time.

Findada a descrição dos dois casos chego ao ponto que me preocupa. Tais fatos aconteceram em 1970, uma década talvez distante. Porém a atitude do clube me preocupa. Quantas crianças e adolescentes continuam sendo vítimas?

Basta olhar para a Inglaterra. O final de 2016 foi repleto de novas histórias sobre abuso sexual nas divisões de base de inúmeros clubes. E todos têm algo em comum: o silêncio, como se houvesse algo nebuloso em tudo isso.

É necessário olhar para o passado sombrio e assustador para nunca mais cometer esse tipo de falha. Sim, houve falha. Em vez de punir Heath, a vítima foi paga para ser “compensada” pelos acontecimentos. Oras, um clube deve prezar pelo bem dos seus atletas, especialmente os mais novos!

McGrath é apenas mais um dos envolvidos no escândalo. Está na hora do Chelsea se posicionar de maneira mais clara e firme, pelo bem da imagem do clube e principalmente pelo bem dos seus jovens atletas.

As palavras neste texto condizem com a opinião da autora, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.

Category: Opinião

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Article by: Maria Akemi

Pernambaiana, torcedora do Chelsea desde muito tempo.