Há uma transformação quase concluída no futebol europeu. Os chamados grandes clubes e potências nacionais são cada vez mais supermarcas e superclubes. Barcelona, Real Madrid e Bayern de Munique estão quase sempre todo ano na semifinal da Uefa Champions League. Na Inglaterra, Manchester United e Manchester City tem um poderio financeiro quase inatingível. O Liverpool tem a história e por isso deve ser respeitado.
Em Londres, Arsenal, Tottenham e Chelsea disputam a passo de foice quem é o clube mais importante no momento. Os dois primeiros contam com estratégias diferentes: um foca na estabilidade e no projeto; o outro adapta o futebol mais moderno em sua concepção como clube, do roupeiro ao presidente. O Chelsea, por outro lado, busca se adequar a nova política implementada por Abramovich: a investida por bons negócios no mercado e o foco voltado à base. O agravante dessa política é que quando os recursos não são bem aplicados, não há o resultado no campo e o Blues precisam ser protagonistas no nível europeu.
A atual temporada é um replay da temporada 2015/2016. O Chelsea foi novamente campeão e dificuldades internas acabaram com o projeto de voltar à Europa em grande estilo. Novamente, a exemplo de Mourinho, Conte perdeu o vestiário e só não foi demitido por uma tentativa da ‘nova’ diretoria do Chelsea, desta vez capitaneada somente por Marina Granovskaia, que preferiu pagar para ver. Mesmo com um possível título da Copa da Inglaterra, não continuar frequentando a Champions League é um prejuízo, comercialmente falando, incalculável.
É necessário um ajuste na mentalidade da diretoria do Chelsea. A tentativa de apostar em jovens e gastar pouco é válida, mas isso não pode comprometer o resultado em campo. Caso contrário, ficaremos amarrados a memória, ao passado recente que tanto nos consagrou, e a despedida será cada vez mais dolorosa porque haverá a certeza de que lembranças como aquelas não acontecerão de novo. Drogba, Lampard, Cech e Terry se foram dos gramados. Ray Wilkins se despediu da vida e sua memória precisa ser honrada para que o torcedor Blue possa daqui a 20 anos, e em paz, lembrar de um presente glorioso. É preciso mudar.