Nos últimos dias, vem sendo especulada uma eventual rescisão do contrato de empréstimo de Patrick Bamford com o Crystal Palace, com seu consequente retorno aos Blues. A razão central para o início deste rumor é o mal aproveitamento do garoto nos Eagles, que fazem boa temporada e têm uma equipe muito encaixada e que já tem um estilo de jogo bem definido. Parecia uma boa ideia ceder o garoto à equipe de Alan Pardew, mas passados poucos meses é notório o equívoco, que ainda tem tempo para ser consertado.
Com seu jogo de velocidade, o clube tem uma formação que vem se acostumando a usar jogadores com muita presença física e rapidez no comando do ataque, casos de Yala Bolasie e Bakary Sako, além de Dwight Gayle, jogador que está no clube desde 2013.
Não há muito espaço para Bamford na equipe. Em primeiro lugar, em razão do estilo de jogo da equipe, que não encaixa-se no seu, que embora tenha velocidade, privilegia a técnica em detrimento da força, e, em segundo, em decorrência da grande concorrência. Além dos já citados, o Palace tem ainda outros jogadores para a função do garoto do Chelsea, casos de Marouane Chamakh, lesionado, Fraizer Campbell e do promissor Connor Wickham.
Bamford tem que voltar. Essa afirmação também encontra justificativa no momento atual do Chelsea. É óbvio que nunca se depositaria nas costas de um jogador de 22 anos sem experiência de Premier League a responsabilidade de devolver os Blues às posições de topo de tabela, mas suas características poderiam ser muito úteis nesse momento.
Em dias em que Diego Costa tem mostrado uma irritabilidade acima do normal (até mesmo para seus padrões); Falcao García tem desempenho inócuo; e Loic Rémy não tem conseguido balançar as redes – embora não falte luta –, a disposição de um garoto que precisa se provar no futebol poderia ser o diferencial que falta à equipe. O contestado José Mourinho tem dado oportunidade a alguns garotos, casos de Kurt Zouma, Kenedy e Ruben Loftus-Cheek, e diante deste momento poderia aproveitar Bamford.
Habituado a jogar caindo pelos flancos, o inglês poderia também melhorar o desempenho ofensivo dos meias azuis, uma vez que tem como uma de suas características a boa movimentação, que facilita a troca de bolas pelo setor e poderia, potencialmente, abrir espaço para a entrada dos criadores na área dos adversários.
Some-se a isso outra especulação ventilada pela imprensa europeia e pronto: tem-se o quadro perfeito para o retorno do garoto. O caro e há tempos improdutivo colombiano que veste a camisa nove dos Blues estaria insatisfeito com a falta de oportunidades e à procura de uma nova equipe, de preferência longe da Premier League, competição em que definitivamente não se adaptou. Se sair, Falcao abrirá uma vaga no elenco e com a alegada seca de recursos de Roman Abramovich, que tem mostrado relutância em investir na equipe na próxima janela, haveria espaço para a volta de Bamford.
Não dá para esperar do garoto a qualidade de grandes craques que atuaram no ataque dos Blues nos últimos anos, mas luta e novidade sim. Canhoto, o jogador que vive declarando que ainda sonha em conseguir uma oportunidade no Chelsea está perdendo tempo no Crystal Palace (atuou em apenas quatro jogos) e desperdiçando o potencial fulgurante mostrado em sua passagem pelo Middlesbrough.
“Estou encantado por assinar um novo contrato com o Chelsea. Meu sonho sempre foi fazer parte desse clube a longo prazo. O Chelsea tem sido fantástico com meu desenvolvimento”, disse o atacante antes de ser emprestado ao Crystal Palace.
Na última edição da Championship, mesmo atuando muitas vezes aberto pelo flanco esquerdo, em posição semelhante a de Eden Hazard, balançou as redes 17 vezes em 38 partidas – e isso é só o reflexo de outros bons empréstimos, como o junto ao MK Dons e ao Derby County.
Diante da possível saída de Falcao em janeiro, do mal momento do Chelsea, do pouco aproveitamento de Bamford no Crystal Palace e do histórico recente do garoto em outros empréstimos, que razão justifica a impossibilidade de uma aposta no jovem?
O torcedor quer conhecer mais do inglês e a oportunidade está aí.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil
