Colunas: Uma vitória para renovar o ânimo

Loftus-Cheek foi um dos melhores em campo contra o Maccabi (Foto: Getty Images)
Loftus-Cheek foi um dos melhores em campo contra o Maccabi (Foto: Getty Images)

A existência da má fase do Chelsea não é mistério para ninguém e já está entediante a repetição de frases como: “o início de temporada do Chelsea é muito ruim”. Todos sabem disso e ontem, dentro das quatro linhas, os Blues trataram de dar uma resposta verdadeira a essa situação, renovando as esperanças do torcedor. Sim, o adversário era o fraco Maccabi Tel-Aviv, mas o que valoriza a goleada não são os gols, em si, mas a perceptível diferença de postura em campo.

Apático durante a maior parte de todos os seus encontros na presente edição da Premier League, o Chelsea mostrou contra os israelenses que ainda tem grande qualidade técnica e que seus jogadores não desaprenderam a jogar futebol. Eden Hazard desperdiçou uma penalidade? Sim, mas procurou o jogo com uma frequência muito maior em relação aos últimos encontros.

Fàbregas, que até então vinha sendo figura nula – a verdadeira cara do Chelsea – se movimentou e regeu a equipe, como tantas vezes o fez na temporada 2014-2015. A dobradinha com Diego Costa voltou a aparecer e o espanhol até balançou as redes.

A menção ao camisa 10 e ao camisa 4 é importante, porque ambos foram grandes destaques no vitorioso ano pretérito do clube londrino e vinham em uma sequência péssima no início de 2015-2016, levantando questionamentos sobre sua real qualidade e enfrentando dúvidas quanto ao desempenho da temporada anterior – teria sido só uma boa fase? Aparentemente, não.

O despertar dos destaques é uma das grandes notícias para o torcedor do Chelsea, mas a maior delas é, indiscutivelmente, a renovação da equipe, tomando por base o time que Mourinho alinhou contra o Maccabi. Criticadíssimos, John Terry e Ivanovic esquentaram o banco de reservas e o torcedor voltou a respirar ao sofrer ataques. Cahill e Zouma formaram uma dupla defensiva que se destacou pela velocidade e qualidade na recomposição, com excelente tempo de bola. Pelos lados, Azpilicueta mostrou a habitual regularidade – desta vez pela direita, seu lado preferido – e Baba Rahman fez uma estreia voluntariosa, sem sentir o peso da camisa e a pressão de atuar em um clube da grandeza dos Blues.

Autor de um golaço contra o Everton, Nemanja Matic foi outra peça sacada da equipe, que contou com a presença do garoto Ruben LoftusCheek. O início de jogo da cria do clube foi afobado, mas, rapidamente, o jovem se acalmou e mostrou grande futebol. Com passadas largas e elegância, empurrou o time à frente e foi muito eficiente na recomposição – talvez por isso tenha ficado esgotado e tenha tido que ser substituído.

Outro alívio foi a volta de Oscar. Todavia, não a volta daquele camisa 8 muitas vezes criticado por sua inconstância, e sim o do jovem que chegou do Internacional, vestiu a camisa, foi para o campo e desfilou bom futebol como se jogasse há anos nos Blues. Com Oscar e Loftus, Fàbregas se soltou, o setor de criação se aproximou e as jogadas saíram. A nota triste foi a lesão muscular de Willian, cuja gravidade ainda é desconhecida. Até sua substituição, como seus companheiros, o brasileiro jogava bem, procurando o jogo e mostrando categoria.

Diego Costa, o substituto de Willian, mostrou a habitual fome, mas não brigou pelo mero propósito de brigar, como visto em várias ocasiões anteriores. Sua dedicação e entrega tiveram o propósito único de ajudar a equipe, o que o fez com grande categoria, sofrendo uma penalidade e marcando um gol fantástico.

Outro que não pode passar sem menção é Loic Rémy. O francês não tem a qualidade técnica de Hazard, o dinamismo de Willian e nem é decisivo com Costa, mas algo não se pode negar: em cada oportunidade que tem, Rémy se entrega, lutando por todas as bolas e jogando em prol do coletivo. Contra o Maccabi começou como centroavante e terminou na ponta direita, mostrando muita utilidade e aplicação.

Seja qual tenha sido a intenção de Mourinho ao modificar a equipe, o resultado foi excelente. Como se estivesse há tempos prendendo a respiração, o time respirou fundo e com tudo nos conformes se impôs como deve ser em Stamford Bridge, pressionando o adversário incansavelmente e tendo o domínio das ações. O 4×0, não pelo resultado, mas por toda a estrutura que o cercou, foi um grande alívio. Para todos. Dos mais apaixonados torcedores ao irritadiço treinador português.

Com novas possibilidades técnicas e táticas, o jogo contra os israelenses abriu novos horizontes ao Special One, que tem a difícil missão de gerir esse período de transição no time. Terry e Ivanovic estão acabados? Parece equivocado atestar que sim, mas, valendo-me de um clichê verdadeiro, “futebol é momento” e o dos ídolos azuis é ruim. Além disso, é preciso ter o ótimo Matic à frente da defesa sempre? Talvez não.

Com diferentes cartas na mesa, Mou tem novos recursos ao alcance de suas mãos, mas não terá tempo de pensar muito, uma vez que um clássico vital para as pretensões do clube está chegando.

É difícil discordar do fato de que a vitória diminui a tensão interna no elenco e motiva os jogadores. Como dito a uma semana, neste espaço, a hora é agora. A derrota contra o Everton não fazia parte dos planos, mas já é passado. Com um pouco mais de calma, o time terá a chance de mostrar sua força no sábado, contra o Arsenal, buscando confirmar a boa impressão da estreia na UEFA Champions League.

As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.

Category: Opinião

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Article by: Chelsea Brasil

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