
Salve nação! Chegou o dia de mais uma coluna escrita por mim e o assunto de hoje será o feminismo (boom)! Brincadeirinha, gente! Pode voltar a ler a coluna, não precisa fechar a página e desistir de ler. Depois do susto, voltemos ao que interessa… O foco do meu texto não é o feminismo em si – apesar de ser mulher e ter defendido meu Trabalho de Conclusão de Curso com essa temática, não me considero uma “ista”, até porque odeio rótulos e radicalismos são perigosos para todos. Como ia falando, meu intuito é discutir a evolução do time feminino do Chelsea em 23 anos de história.
Conhecidas como Chelsea Ladies, as jogadoras dos Blues representam o clube no futebol inglês – em competições como FA Women’s Cup e Premier League – e na Europa, na Champions League da categoria. Diferentemente do elenco masculino, multicampeão desde a chegada de Roman Abramovich, o time das mulheres ainda caminha a passos lentos e com pé no chão.
Essa história começa lá em 1992, quando um grupo de torcedores e torcedoras (sim, a questão de gênero implica falar dos dois sujeitos: feminino e masculino) estava insatisfeito pelo fato do Chelsea não ter uma equipe de mulheres. Dessa necessidade, os/as (de novo, hein!) fãs resolveram criar o Chelsea Ladies.
Apesar de sua criação acontecer no início dos anos 90, o time só passou a ser oficialmente ligada aos Chelsea Football Club em 2004. A partir dai, uma nova etapa começa a ser escrita. Na sua primeira década, o Chelsea Ladies teve desempenhos discretos, acumulando vice-campeonatos em competições da região Sudeste e campeonatos de menor expressão.
De 2005 para cá, as Ladies têm dados passos importantes para se consolidar no futebol feminino na Inglaterra. Ingressou na Premier League da categoria no final dos anos 2000, disputou a FA Women’s Cup e chegou até mesmo a Champions League Feminina. No ano passado, a equipe foi vice-campeã da FA Women’s Premier League, ficando atrás do Liverpool (equipe que é bicampeã da competição).
Mas a principal conquista desse time aconteceu nesta temporada e foi fora de campo. 2015 marca o ano da profissionalização do time feminino em 23 anos de história. Uma vitória e tanto para um clube que até pouco tempo precisou da ajuda do capitão John Terry – que também é presidente do Ladies – para se manter financeiramente. Terry tirou dinheiro próprio para manter o time feminino em meados da década passada. Uma prova de que, assim como no Brasil, o futebol feminino não é prioridade dos clubes lá na Europa.
A profissionalização do Chelsea Ladies é um passo extremamente importante para a igualdade no esporte. É um passo pequeno, sim. Mas significativo para as atletas. Quantas jogadoras passaram pelo clube encarando o preconceito por jogarem futebol? E com um agravante, não como uma profissão e sim por amor – tendo que trabalhar em um emprego e se dedicando ao clube que amam, fazendo o que gostam? Hoje essa equipe conta com jogadoras de renome internacional, atletas que representam a seleção inglesa e até mesmo do Brasil, como aconteceu no passado recente.
O feminismo é sim necessário, pode ser motivo de bufada para alguns numa conversa entre amigos, mas é um pilar importante na busca por uma sociedade mais justa. Justa sim, porque as mulheres sempre foram colocadas em segundo lugar desde que se tem conhecimento da humanidade. Eu sou uma pessoa otimista, ansiei pelo momento em que as Ladies se profissionalizassem e espero um dia vê-las ganhando salários e premiações equivalentes aos homens.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião da autora, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.