Colunas: Exageros à parte

Nathan comemora gol contra o Maringá, pelo Paranaense. Seu único como profissional (Foto: Bem Paraná)

Se em diversos momento defendemos a manutenção de elenco e a valorização dos jogadores emprestados/base, sempre há um novo exemplo para ajudar a fundamentar essa ideia. E, dessa vez, ele veio do próprio Chelsea.

Na segunda-feira, o meia-atacante Nathan postou uma foto nas redes sociais confirmando a assinatura de contrato com o Chelsea. Os valores especulados nos bastidores são de sete milhões de euros (22,7 milhões de reais). Auto-explicativo.

O atleta de 19 anos alcançou destaque em 2013 quando disputou o mundial sub-17 com a seleção brasileira. “Desconhecido” até mesmo pelos torcedores do Atlético-PR, despontou naquele torneio como grande destaque do jovem selecionado brasileiro. Sua vida mudava ali.

Desde o final do torneio, o Atlético fez esforços para a renovação de contrato do jogador. Embora tenha recebido negativas iniciais, o clube promoveu-o para o time principal. Tudo muito cedo. Durante todo o ano de 2014, Nathan fez 20 jogos e marcou um gol (pela equipe sub-23, no estadual). Na maioria das partidas foi suplente, e quando entrou esteve envolvido em polêmicas por conta de sua renovação. Ainda em 2014, disputou o Sul-Americano sub-20, vestindo a 10 da seleção brasileira. Teve atuações discretas, e foi ofuscado por Gerson, Marcos Guilherme e Kenedy.

Pode-se dizer, sim, que Nathan foi injustiçado no Atlético. Teve menos minutos do que outros jogadores não tão talentosos, e era perseguido por parte da torcida, que o acusava de ser “mercenário”. Mas também, quando entrou, não demonstrou a disposição que um jogador recém-promovido, em busca de espaço, deve ter. Sua cabeça estava o tempo todo na Europa.

Observando esse cenário, Nathan está no céu, visto que as coisas se concretizaram perfeitamente de acordo com a sua vontade. A negociação foi polêmica, e pode gerar uma série de perguntas.

Valeria a pena pagar 7 milhões de euros em um atleta que só teve destaque efetivo em cinco jogos na categoria sub-17? Que nunca jogou uma partida inteira profissionalmente? Que não demonstrou profissionalismo por estar com a cabeça em outro lugar? O meia de fato tem talento, mas chega a ser ingênuo o tamanho da aposta. Ainda não podemos falar em certo ou errado, mas fica claro que toda essa negociação é, no mínimo, questionável.

As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil

Category: Opinião

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Article by: Chelsea Brasil

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