Colunas: Chelsea ainda apresenta problemas, mas tem pinta de campeão

Jogadores experientes (e campeões) como Drogba e Terry dão tenacidade ao time
Jogadores experientes (e campeões) como Drogba e Terry dão tenacidade ao time

Quantas vezes na temporada passada o Chelsea se apresentou mal em campo, perdeu inúmeras chances de gol ou sequer foi capaz de criá-las, principalmente quando jogou contra times menores? Jogos agonizantes, que deixava o torcedor mais ansioso sem unhas para roer. O resultado muitas vezes veio com um 1 a 0 ou 2 a 1 suado, mas empates e derrotas também estiveram presentes e custaram muito no fim.

Apesar de o time ter lutado pelo título da Premier League até os últimos jogos e ter chegado na semifinal da Champions League, a equipe não inspirava confiança. O torcedor mais analítico e menos empolgado não deixava de apoiar o time, mas também estava consciente que faltava algo mais. Olhando para os jogos contra o Crystal Palace, Manchester United e Maribor (fora) nas últimas semanas, talvez o torcedor menos entusiasmado apenas perpetue esse sentimento de que o começo avassalador foi apenas consequência da imprevisibilidade dos primeiros jogos da campanha – o que pode acontecer com times de qualquer porte.

O Chelsea ainda não convenceu na Champions League – exceto contra o próprio Maribor em Stamford Bridge, e está começando a oscilar no campeonato inglês em termos de qualidade do futebol apresentado. A tendência de Mourinho de adotar uma postura mais defensiva assim que o time consegue marcar um gol também poderia incomodar a muitos (principalmente pela ineficácia do time em conseguir evitar o gol adversário nessas ocasiões), mas o Chelsea subiu sim, alguns degraus em relação à temporada passada.

Se os supersticiosos não levarem em conta que novembro é sempre um mês onde o Chelsea tradicionalmente tem problemas para jogar bem e vencer, o time tem jogado no máximo para o gasto. Mas mesmo assim ainda não conheceu derrota na temporada. Na Premier League, sustenta a liderança desde a primeira rodada e tem se mantido seis pontos à frente dos atuais campeões e principais concorrentes – Manchester City – já há algumas rodadas. O time enfrentou algumas pedreiras no campeonato nacional, como Everton fora (onde perdeu na temporada passada), Manchester City e United fora e também já venceu o Arsenal (em casa). Isso que significa que muitos dos jogos mais complicados já ficaram para trás. O próximo deles ocorre no próximo sábado, quando o time vai ao Anfield, enfrentar o, imprevisível e oscilante, Liverpool.

Para os supersticiosos, talvez a interrupção de 15 dias em novembro por conta dos compromissos das seleções não seja tão ruim para os Blues, que nos últimos anos têm perdidos pontos no penúltimo mês do ano. Mas superstição ou não, pontos perdidos ou não, o time mostrou uma evolução, principalmente no aspecto mental. Os problemas técnicos – e até táticos – da temporada passada foram em parte solucionados pela chegada de Diego Costa e Cesc Fàbregas, que vinham contribuindo em muito no ataque. Mas agora que o brasileiro se contundiu e ficou duas semanas afastado do time e luta para reencontrar a melhor forma física e técnica e Fàbregas apresentou declínio na produção, algumas dúvidas começam a pairar no ar dos mais ressabiados. Será que vamos falhar de novo?

Mas é justamente por conseguir os resultados que precisa (e não necessariamente os que gostaria) e se manter na liderança da Premier League e também do grupo da Champions League que se pode falar da evolução do time. É notório ver que os jogadores não se desesperam diante de gols do adversário e nem de defesas extremamente fechadas. O time amadureceu.

Em outra oportunidade, em breve, vamos falar do conservadorismo de Mourinho, que custou empates contra os dois times de Manchester – mesmo atuando fora de casa – após sair na frente, mas o que se percebe é o Chelsea ganhando na marra, forçando o resultado, se impondo mesmo quando o melhor futebol não é exibido. Isso é marca de time campeão. Quando precisa crescer, a equipe cresce e mesmo em empates contra United e City e pela Champions League, ainda há uma sensação de que ou esses resultados fazem parte do plano (da Premier League) ou que são administráveis (em um grupo fraco na competição europeia).

Analisando de maneira mais fria e menos emotiva a queda de rendimento do time em novembro, percebe-se o cansaço físico apresentado por alguns jogadores. Os jogos já estão se acumulando e para um time envolvido em todas as competições, como o Chelsea, ter apenas dois ou três dias de descanso entre partidas – sem considerar as viagens – é parte da rotina. Mesmo assim, os jogadores começam a sentir agora o peso das partidas e a pressão que o mês de dezembro traz – onde jogarão ainda mais.

Última rodada da Champions League, quartas de final da League Cup e sete (!) partidas pela Premier League contando a tradicional rodada do dia primeiro de janeiro. São nove partidas em menos de trinta dias e o desgaste por conta do normalmente severo inverno inglês apenas torna as coisas mais difíceis para os times da terra da rainha. Os jogadores – já esboçando os primeiro sintomas de cansaço – sabem que precisarão de um fundo de reserva de energia para a maratona de jogos de dezembro e consciente ou inconscientemente, começam a puxar o freio de mão agora.

Claro que os problemas não são só físicos e que a queda de rendimento dos reservas – que não podem ser vítimas de cansaço – como André Schürrle e Mohamed Salah é preocupante, mas o Chelsea parece perder pontos com risco calculado. Uma vitória contra o Schalke no fim do mês pode garantir não apenas a classificação às oitavas da Champions League, mas até a primeira posição do grupo, dependendo da combinação de resultados. Uma eventual perda de pontos para o Liverpool no fim de semana também não comprometeria a boa campanha na Premier League, já que é uma partida contra um possível candidato ao título, ou pelo menos um dos times mais expressivos da liga. Mesmo com a queda da média de gols nas últimas partidas, o time ainda tem o melhor ataque da competição (26) e o melhor saldo de gols (16), o último empatado com o segundo colocado, Southampton.

Daí só resta uma conclusão: mesmo com o time sem convencer nas últimas semanas, o cenário ainda é muito favorável e a equipe de José Mourinho mesmo assim oscila menos que os concorrentes, que convencem menos ainda.

As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.

Category: Opinião

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Article by: Chelsea Brasil

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