Após o resultado catastrófico contra o Crystal Palace, José Mourinho jogou (com razão) a toalha na briga pelo título. O Chelsea ainda tem chances matemáticas se ganhar seus 6 jogos restantes, mas depende demais de tropeços improváveis de Liverpool e Manchester City em grande fase.
Com isso, Roman Quasar preparou a lista dos 3 principais motivos pelo qual os Blues não conquistarão a Premier League nesta temporada, apesar da boa campanha que supera a dos dois anos anteriores:
03 – Inexperiência e irregularidade dos meias
Os jogadores de meio campo do time são muito jovens e inconstantes. Oscar, Hazard e Schurrle tem todos menos de 23 anos, com Willian, o mais experiente ao 25, sendo estreante na Premier League. São meninos em suas segunda e primeira temporada pelo time e apresentam irregularidade.
Hazard é o mais regular, mas mesmo assim não é raro encontrar uma partida apagadíssima do belga (como contra o próprio Crystal Palace). O craque do time ainda não aprendeu a lidar com a pressão de ser comparado a Messi e Cristiano Ronaldo e com a marcação especial de cerca 3 jogadores por jogo, por isso, tem sucumbido, principalmente em jogos contra pequenos onde é assistido de perto.
Oscar teve momentos brilhantes na temporada, mas passou 2 meses atuando muito mal, principalmente por problemas físicos. Schurrle alterna entre grandes atuações e atuações fracas, ainda se adaptando a Premier League, assim como o Willian, que começou brilhante e nos últimos jogos tem se dedicado apenas a correria.
02 – Péssima atuação contra times pequenos/médios
a.k.a: Estilo de jogo passivo
É fato: o time só joga bem contra times grandes, onde ganhou quase todos os clássicos disputados na temporada. O complexo de Robin Hood é facilmente explicado ao analisar o estilo de jogo do Chelsea.
Os Blues são um time compacto atrás, que sai no contra ataque e explora os espaços quando aparecem. Se um time se fecha, ele anula o Chelsea, que fica dependendo de jogadas individuais.
A bola parada não é nem de longe tão forte quanto era na temporada passada e na anterior, onde ganhamos dois títulos europeus em escanteios, nossa jogada forte. Os cobradores Willian, Schurrle, Oscar e Hazard não conseguem alçar boas bolas na cabeça dos defensores como Juan Mata e Lampard conseguiam – embora ainda assim o Chelsea tenha feito seus golzinhos com defensores.
Na hora do aperto, o Chelsea não consegue jogar bola no alto porque não tem um centroavante que imponha respeito e coloque a bola na rede. E a pior parte: o time não sabe trabalhar a bola, só sabe jogar sem ela.
Comparando o estilo de jogo do Chelsea ao de Liverpool e Manchester City, os Blues simplesmente não tem muitas jogadas trabalhadas quando estão com a bola em domínio: todo o jogo tático do time passa por jogar sem a bola.
01 – Atacantes fraquíssimos
Samuel Eto’o até se salva com alguns gols importantes e experiência, mas é inegável que faltou um centro-avante decente ao Chelsea na temporada. Talvez ela tenha sido perdida quando Mourinho permitiu o empréstimo de Lukaku ao Everton.
Os comentários ao trio de ataque não são nada bons: Eto’o, como dito, é o menos pior pois tem estrela pra jogos importantes. Mas em jogos contra equipes pequenas da PL ele nem parece se motivar tanto para ser o 9 da equipe, com atuações desligadas e gols fáceis desperdiçados.
Fernando Torres, após 3 anos, continua sendo o jogador medíocre de sempre. Tem explosão física, mas acumula péssimas atuações, gols perdidos e milhares de momentos onde atrapalha o time perdendo bolas infantilmente. Ele joga sempre que precisamos puxar o contra-ataque, sendo sua especialidade as “runnings”, mas é desligado e fica impedido na maioria das vezes.
Chega a ser redundante falar que o Torres do Chelsea contribui muito mais negativamente do que positivamente para a equipe. Foram poucos jogos de brilho na temporada, infelizmente esses que são bem mais lembrados do que as dezenas de partidas atrapalhando a equipe.
E por fim, Demba Ba, que ficou no elenco após quase ser negociado duas vezes, já que é mais alto e serviria como o atacante trombador para disputar bolas no alto – algo que tanto Torres quanto Eto’o mandam muito mal.
Pois bem, Ba mal consegue matar uma bola. Ontem ele entrou e afundou a equipe, que até se recuperava razoavelmente bem do gol perdido. Ele não consegue ser efetivo no alto, que deveria ser sua especialidade, e é uma nulidade no chão, se complicando em todos os atributos mais simples. E o Tottenham ainda conseguiu levar 2 gols dele!! Felizmente, será provavelmente sua última temporada no Chelsea.
É difícil escolher quais dos 3 é pior, e embora Eto’o até possa ser mantido como opção (caso aceite um salário mais baixo) é indiscutível que o Chelsea será outro time na próxima temporada com a volta de Lukaku e a chegada de um atacante de peso. As chances serão convertidas e as partidas contra os pequeno serão menos dramáticas, graças a isso aliado ao fato de que os meias vão amadurecer na próxima temporada.
Mesmo sem o título inglês, o time segue forte na Champions e vive uma temporada que mesmo se acabar sem troféu, não deve ser ignorada: o time faz sua melhor campanha desde 2011/2012, está estável nas mãos de um grande treinador (mesmo que tenha cometido seus errinhos também) e só tende a crescer com um grupo promissor que já provou que está aí pra ficar.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.
