
Saudações azuis!
Mais uma vitória e três pontos importantes para o Chelsea. E que vitória, hein? Seis gols no mesmo jogo, coisa praticamente utópica na temporada passada. Não estou aqui para falar sobre isso, afinal nossa análise tática me deixou sem nada a adicionar e não quero tornar esta coluna algo redundante. O assunto de hoje é outro: a transferência de Fernando Torres para o Milan.
Nosso ex-atacante é o último dos moicanos, ou melhor, a derradeira contratação extravagante de Roman Abramovich. Ou estou errado? Depois do altíssimo investimento feito para trazer El Niño a Stamford Bridge, a diretoria deixou de trazer jogadores a peso de ouro – independentemente da necessidade de reforçar o setor. Torres chegou mais para demonstrar força no mercado e realizar um desejo do proprietário, não por uma carência no elenco.
Hoje em dia, os Blues passaram a reforçar o elenco de maneira pontual e sem despejar rios de dinheiro. O clube até passou a lucrar bem nas transações envolvendo seus jogadores. David Luiz e Juan Mata foram trazidos por 21,3 e 23,5 milhões de libras e vendidos e por 40 e 37,1 milhões. O Chelsea se tornou um ótimo local para valorizar seus atletas mostra como a gestão está sendo boa nos últimos anos. A saúda financeira do clube vai bem, obrigado – coisa essencial em dias de Fair Play Financeiro.
Fernando Torres foi emprestado ao Milan por duas temporadas e depois disso estará livre no mercado. Foram investidas 50 milhões de libras para tirá-lo do Liverpool em 2011 e o clube ficará de mãos abanando. Analisando friamente, foi o maior fiasco do Chelsea – pelo menos financeiramente. Foram 45 gols em 172 partidas, número relativamente baixo para um centro-avante. O espanhol até foi importante no título da Liga Europa e em algumas partidas, mas as incontáveis chances perdidas infelizmente o marcaram mais.
Quem nunca se pegou dizendo “agora vai” após um bom desempenho de Torres? Infelizmente, esta empolgação nunca se concretizou e convenhamos: foram quatro anos cheios de oportunidades para o investimento ser compensado. A relação custo-benefício do atacante foi péssima e não tinha a mínima perspectiva de melhorar. A diretoria admitiu o fracasso – mesmo que indiretamente – e precisa usar esta história para não errar novamente.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.