Saudações azuis!
Lampard marcou contra o Chelsea. É possível falar sobre outra coisa relacionada ao clube na coluna de hoje? Duvido – e desafio quem discordar de mim a citar outra coisa nos comentários. Enfim, foi uma das sensações mais estranhas dos últimos tempos, pelo menos para mim. Na verdade, o momento do gol só mostrou o quanto foi esquisito até para o próprio meia.
Hoje tive certeza de como o futebol é um negócio curioso. Quando Lampard foi confirmado no Manchester City até o final do ano, só pude pensar no nosso maior artilheiro marcando contra nós. Alguém duvidava disso? Após a expulsão de Zabaleta nos dar a vantagem numérica e Schürlle colocar os Blues à frente, Super Frankie entrou no lugar de Kolarov. Bateu o maior desespero por mais um gol dos Blues porque estávamos, mas infelizmente Diego Costa acertou a trave. Aos 85′ o esperado aconteceu: Lampard marcou, garantiu o empate para o time da casa e o aproveitamento perfeito foi embora. Não houve comemoração. Nosso ex-camisa 8 foi abraçado pelos companheiros, no entanto não conseguia nem sorrir.
Lampard não fez errado ao ir ao New York City e aceitar defender o Manchester City por seis meses. Amor à camisa é fundamental e ele nunca deixou de mostrar isso pelo Chelsea. Frank nunca nos esquecerá e sempre respeitará o clube, coisa visível após o fatídico gol desta tarde. Chamá-lo de traidor é injusto – ou você acha certo ficar ofendido com sua ex-namorada após terminar com ela e vê-la com uma pessoa nova? Pois é.
Sinto orgulho de como a torcida dos Blues tratou Frank nesta partida. Não é certo criticá-lo após tantas conquistas e sorrisos causados por ele. Foi muito emocionante ver os Blues cantando músicas sobre nosso ex-jogador e o tratando com todo o merecido carinho – mesmo após deixarmos de conquistar dois pontos importantes por este tento.
Aliás, ainda não culpo a diretoria por não terem segurado o meia. Seria bonito ver Lampard se aposentando no Chelsea, mas é necessário pensar na competitividade do elenco. Ídolos precisam ser respeitados, mas não podemos viver somente de passado – é necessário pensar no futuro do clube. Por mais doloroso que seja, foi um passo necessário.
Sobre o resto da partida, não estacionamos o ônibus como muitos diriam. Enfrentamos um adversário fortíssimo em seus domínios e não conseguimos jogar tão bem. Alguns jogadores chave como Fàbregas e Hazard não renderam tanto como nas outras rodadas e Willian não teve uma tarde boa. Dadas as circunstâncias, voltar para Londres com o empate já está de bom tamanho.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.
