Cada vez mais próximo da final da Champions League, a Semana Blue do Chelsea Brasil traz textos especiais sobre o grande confronto deste sábado (29)!
Apesar de disputar a sua terceira final de Champions, o Chelsea passou por intensas transformações desde a chegada de Frank Lampard para a temporada 19-20. O primeiro passo, ainda que de maneira forçada, foi apostar em jovens jogadores formados no clube. Depois disso, o clube foi ao mercado em busca de atletas com grande potencial.
Parte do resultado pode ser visto nesta campanha onde uma equipe, com média de idade de 25 anos, bateu o Real Madrid por 2-0, no Stamford Bridge, e garantiu a vaga na decisão.
Reformulação do elenco
Este período começou pela ascensão dos garotos de Cobham, algo que ocorreu pela primeira vez na Era Abramovich. Dentre os nomes mais importantes estão Reece James e Mason Mount, mas não podemos nos esquecer de nomes como Fiyako Tomori, hoje no Milan, e de Tammy Abraham, que foi muito importante sob o comando do Lampard. Assim como, Billy Gilmour e Hudson Odoi que integram o elenco principal há algum tempo.
Nesse sentido, torna-se fundamental pontuar as dificuldades existentes antes mesmo do início da temporada 2019/2020 quando o clube londrino foi impedido de fazer contratações. Com isso, Lampard manteve Kovavic e recebeu como único reforço Pulisic. Além disso, perdemos a principal referência técnica da equipe: Eden Hazard. Tais adversidades podem ter acelerado o processo de amadurecimento dos nossos jovens, partindo do pressuposto que tiveram de assumir a responsabilidade em um clube onde existe uma enorme cobrança por títulos.
Despesas e surpresas
Após a realização de uma janela de transferências com gastos elevados, a temporada 20-21 começou cercada de expectativas. Todos queriam ver o impacto causado pelos seis reforços contratados. Na defesa, o desempenho apresentado por Edouard Mendy, Thiago Silva e Ben Chillwel surpreendeu positivamente. Os números finais da Premier League comprovam tal sensação. O goleiro conseguiu 16 clean sheets em 31 jogos, e Ben Chillwel foi o segundo lateral com mais participações em gols (3) e assistências (5).
Em contrapartida, o setor ofensivo apresentou um rendimento bem abaixo do esperado. Apenas Timo Werner atuou com mais frequência e acumula números modestos, mesmo sendo líder da equipe em gols marcados (12) e assistências (11). O seu compatriota, Kai Havertz, enfrentou muitos problemas no início da temporada, quando esteve a maior parte do tempo lesionado – para piorar ainda foi infectado pela Covid-19.
Com a chegada de Tuchel, cresceu de produção, mas ainda está bem aquém do esperado. Já o marroquinho Hakim Ziyech talvez tenha sido a grande decepção dentre os nomes anunciados. Após a troca no comando técnico perdeu ainda mais espaço no elenco.
Queima de etapas?
Este é uma discussão na qual pretendo apresentar sob duas perspectivas: uma coletiva e outra individual.
Dito isto, a primeira se refere ao elenco enquanto conjunto, no qual concordo com a maior parte da torcida quando dizem que este time ainda não está pronto. A construção de um campeão está ligada a alguns fatores, o principal deles é o tempo. Tempo para que os seus principais atletas possam evoluir, tempo para encaixar e entrosar as peças.
Além disso, o grupo de jogadores necessita de mais experiência. Contudo, este elenco vai na contramão de todos os fatores citados acima. É uma equipe com pouca experiência em decisões, o trabalho do atual treinador ainda está em um estágio inicial e a pandemia dificultou o entrosamento do time, já que não houve uma pré-temporada.
Por outro lado, se fizermos uma análise a nível individual no que tange a experiência dos atletas iremos ter divergências. Entendo que hoje, o Chelsea possui um elenco com uma mesclagem interessante. Nomes como Thiago Silva, Azpilicueta, Kanté, Kovacic, Ziyech e Giroud poderiam proporcionar mais tranquilidade aos mais novos. Do mesmo modo, alguns podem alegar que os atletas com capacidade e qualidade para decidir ao nosso favor são extremamente jovens.
Para se ter uma ideia: Mount tem 22 anos, Werner 25, Havertz 21, Pulisic 22, Abraham 23 e Hudson Odoi 20. Ou seja, são jogadores com toda uma carreira pela frente e que certamente irão trazer muitas alegrias aos torcedores conquistando títulos.
O futuro é lindo
A única convicção que tenho neste momento é de que estamos no caminho certo. O Chelsea voltou a ter um elenco com condições de ser protagonista e é capaz de enfrentar as melhores equipes da Europa. Por isso, temos de ter paciência para que o processo tenha continuidade e a equipe consiga ser mais consistente nas próximas temporadas.
Por fim, diferente do que ocorreu em 2012, está final não é o fim de um ciclo, pelo contrário, é o início do que esperamos ser uma nova e vencedora era.
As palavras neste texto condizem com a opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil