Na tarde deste sábado (30), o Milan confirmou o empréstimo de Fernando Torres por duas temporadas. O acordo envolvendo as três partes parece dar fim a um casamento que tinha tudo para dar certo e foi empurrado com a barriga desde a temporada 2010/2011.
Lembro bem do dia do anúncio da contratação de ‘El Niño’ em janeiro de 2011, feliz pela chegada de um dos melhores centroavantes da época disse a um amigo torcedor do Manchester City “Filhão, agora ninguém segura a gente com o Torres vamos ganhar tudo!” e de jeito ortodoxo o Chelsea ganhou o título que sua torcida mais queria.
Algoz dos blues quando defendia a camisa do Liverpool, Torres desembarcou Stamford Bridge como a contratação mais cara da história da Premier League até então, pela bagatela de 50 milhões de libras. Dono da camisa 9, ele se mudou de Liverpool para Londres com apoio integral da torcida azul, sendo cotado como substituto de Didier Drogba, que já tinha lá seus 32 pra 33 anos.
O fato da minha enorme expectativa, criada em cima de um dos melhores atacantes espanhóis, foi amassada com a marca de 46 tentos a cada 239 minutos nas 172 partidas com a camisa do Chelsea. Além da seca de gols, alguns gols perdidos – como aquele fatídico contra o Manchester United – fizeram a torcida perder a paciência e a empolgação com o exímio finalizador vindo da terra dos Beatles.
Eu, assim como boa parte da torcida azul, diminuí o ânimo com ‘El Niño’, entretanto, acreditei um pouco. No decorrer do tempo comecei a levar algumas atuações como piada. Em derbys, costumava falar coisas do tipo “Hoje o Torres vai meter três! Podem anotar!”. Isso nunca aconteceu.
Com tantas más experiências, uma hora o ânimo acabou. No entanto, no dia 24 de abril de 2012, na semifinal da Champions League, contra o “Super Barcelona” de Messi, Xavi e Iniesta, com 2 a 1 no placar, com um jogador a menos, quem imaginaria que sairia dos pés dele o gol que selou a classificação azul à final?
Duvido que alguém acreditava. Se comentou, na certa era piada. Pois é, foi dele. Foram dele atuações pífias com a camisa azul protagonizando jogadas patéticas, mas também foi dele o gol que nos levou à disputa da UEFA Champions League, posteriormente vencida por Fernando Torres e seus bluecaps contra o Bayern em Munique.
Chega ao Milan um Torres em decadência, com menos grife. Ele não vai deixar saudades aos torcedores do Chelsea, mas deixa um gol que, pra mim, valeu 50 milhões de libras.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.
