Blog: Porque o Chelsea precisa manter Frank Lampard

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(Foto: Doentes por Futebol.)

No dia 14 de Junho de 2001, aos 22 anos e por £11m, Frank Lampard assinava contrato com o Chelsea.

Desde então, foram 12 temporadas, 595 jogos, 200 gols, 114 assistências e muitos títulos. Foram 3 Premier League, 4 FA Cup, 2 Copa da Liga, 2 Community Shield, 2 Supercopa da Europa e o mais importante da história do Chelsea, a Champions League, no qual Lampard foi capitão na grande final de Munique.

Considerado o jogador da década na Inglaterra (2000-2009), é o meia com mais gols na história da Premier League e também é o único jogador a marcar pelo menos 10 gols em 10 temporadas consecutivas pela competição, além de ter sido o 2º melhor jogador do mundo (2005) e ser o 2º maior goleador (e muito provavelmente será o 1º ao final da temporada) da história do Chelsea, com 200 gols, atrás apenas de Bob Tambling (202).

Deixando de lado os números, Lampard é um ídolo nos Blues. Talvez o maior da história do clube. Ao longo desses 12 anos servindo a camisa azul, Lampard sempre foi um exemplo de profissionalismo. Chega cedo e sai tarde dos treinos, raramente se lesiona e é querido e admirado por todos, dentro e fora do clube.

Se na seleção não repete o mesmo sucesso que tem no clube (embora ninguém da geração “dourada” inglesa como Ashley Cole, Terry, Ferdinand, Gerrard, Rooney e Beckham repita o sucesso de seus times), Frank acaba de se tornar o meia com mais gols pelo English Team (28) e em breve atingirá 100 jogos com a Seleção.

A consistência que Lampard vem demonstrado ao longo de todas essas temporadas assusta. Aos 34 anos, mostra estar longe do seu declínio físico e técnico. Motivação para continuar em alto nível também parece não lhe faltar. Experiente, sabe como poucos os atalhos do campo.

O Chelsea vitorioso de Abramovich, por muito tempo, foi sustentado por 3 pilares: Terry, Lampard e Drogba. Considerado pela mídia inglesa os “senadores” do clube, pois sempre estavam envolvidos nas constantes brigas internas e mudanças de técnico, Lampard se mostrava um pouco distante disso. Como não lembrar da vez em que salvou a pele de Felipão com um gol histórico no último lance da partida contra o Stoke City? Ainda foi abraçar calorosamente o técnico brasileiro.

Com o ciclo dos senadores perto do fim, Abramovich vem abertamente querendo renovar o elenco do Chelsea. Drogba se foi ao final da temporada passada. Terry já não é aquele zagueiro que um dia foi um dos melhores do mundo e, entre contusões e confusões, joga pouco.

Frank Lampard é o último e mais importante pilar. Com a vontade descontrolada de renovar o elenco, Abramovich parece não entender a importância de ter um jogador como ele nesse processo de renovação.

Chelsea conta com uma geração extremamente promissora, comandada por Hazard, Mata e Oscar. No entanto, nenhum deles ainda é capaz de carregar a pressão de um campeão europeu nas costas.

Pela figura que representa ao Chelsea, Lampard por si só já justificaria sua permanência no clube. Poderia ser menos utilizado, apenas aproveitando sua experiência, ou como mentor dos mais jovens, ou ainda uma espécie de assistente. Giggs no Man. Utd é um perfeito exemplo disso. Tanto faz como o aproveitariam. Mas o que dizer de todas essas características com um futebol de alto nível que ainda joga?

Jogadores e ex-jogadores do Chelsea e de outros times, imprensa e técnicos diariamente declaram que não entendem como o clube ainda não lhe ofereceu um novo contrato. O mundo enxerga isso, e ofertas para Frank sair não faltam. Pirlo afirmou que adoraria levá-lo para a Juventus; o mesmo disse Ancelotti, para o PSG. Futebol dos EUA, China… até o rival Manchester United, de Ferguson, demonstrou interesse.

Desde que o Chelsea mostrou desinteresse em renovar com Lampard, a torcida faz abaixo assinado, leva faixas ao Stamford Bridge, canta o já famoso “Sign him up (assine com ele)”, entre outros apelos para que lhe seja oferecido um novo contrato. Lampard já deixou claro que está disposto a diminuir seu salário, que é um dos maiores do elenco, só pra ficar no clube de coração.

Entre erros e acertos (mais acertos do que erros) da Era Abramovich, o maior equívoco será deixar o maior ídolo sair melancolicamente do clube. É muito mais do que estar desperdiçando um craque. É jogar contra a torcida, os companheiros e a história do time.

Um tiro no pé. Um erro que pode ser irreparável.

Leonardo Noronha está no DoentesPorFutebol.com.br

As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.

Category: Opinião

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