Por Garry Hayes, colunista do Bleacher Report
Desde que Roman Abramovich comprou o Chelsea, presidido na época por Ken Bates, vários treinadores passaram pelo clube londrino. Incluindo Ray Wilkins, que esteve no comando dos Blues apenas pelo jogo contra o Watford pela FA Cup em 2008, um total de dez passaram pelo Stamford Bridge após a chegada do russo.
Mesmo o mais fervoroso dos torcedores dos Blues fica inconformado com o entra-e-sai de treinadores nos últimos anos, mas apesar de todos os erros cometidos pelo dono do Chelsea, eles também sabem que sem Abramovich, o clube não teria tanta visibilidade, não ganharia troféus, provavelmente cairia de divisão, e pior: poderia até deixar de existir.
Torcedores de times rivais costumam dizer que o Chelsea não tem história – algo que não ocorre somente pelo atual status elevado do clube, mas certamente pela inveja. Além de ter conquistado o título da liga em 1955, o clube obteve sucesso em várias temporadas nas décadas de 60 e 70. Os bilhões de Abramovich permitiram a volta daqueles dias de glória a King’s Road. Além disso, afastou de vez os credores.
Em sua autobiografia, Totally Frank, Frank Lampard lembra de uma reunião da equipe com o ex-CEO Trevor Birch antes do último jogo do Chelsea na temporada 2002/03, poucas semanas antes de Abramovich assumir o clube: “‘Eu preciso te dizer uma coisa muito importante “, disse Birch. “A fim de assegurar que o Chelsea FC exista na próxima temporada, vocês tem que se classificar para a Champions League. Em suma, se não vencer o Liverpool, o clube poderá fechar.”
Como sabemos, os Blues venceram o jogo por 2-1, garantindo a vaga na Champions League da temporada seguinte. Na mesma autobiografia, Lampard acrescenta: “Eu olho para trás agora e me pergunto o que teria acontecido se tivéssemos perdido aquela partida. Eu não posso imaginar. Eu não me atrevo a pensar sobre isso.”
Bem, se o Chelsea não tivesse se classificado para a Champions League, o clube não teria atraído a atenção do russo, que por sua vez, não teria comprado o clube. O que ocorreu com Leeds United e Portsmouth nas últimas temporadas certamente teria acontecido com o Chelsea. As dívidas do clube eram de cerca de 96 milhões de libras, e poucos dias depois da compra do clube, Abramovich teve que pagar, em caráter de urgência, uma quantia de 23 milhões.
Tudo ficou tão diferente, com níveis sem precedentes de sucesso no lugar de um caos financeiro provocado pela antiga administração. Assim, enquanto a mídia discute sobre mais uma troca no comando dos Blues, os torcedores do Chelsea agradecem pelo dia em que Abramovich tomou sua decisão mais importante, quando comprou o clube. Onde estaria o Chelsea sem os bilhões do russo? Essa é uma pergunta retórica, certo?
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.
