Blog: Moses, um reserva de luxo

Ele pode não ser um dos melhores jogadores do Chelsea. Mas tem tudo para surpreender
Ele pode não ser um dos melhores jogadores do Chelsea, mas tem tudo para surpreender.

Quando surgiram os rumores, após a conquista da Liga dos Campeões, de que o Chelsea estaria de olho em Victor Moses, eu (e provavelmente boa parte dos torcedores) fiquei meio desconfiado. O nigeriano jogou a temporada passada pelo Wigan, o time que passeia pela zona de rebaixamento durante boa parte do campeonato, mas consegue escapar da degola nos finais de temporada.  Não quero desrespeitar o WIgan, mas convenhamos: se destacar em um clube como este não é um “currículo” tão expressivo para um jogador que quer chegar ao Chelsea. Mas julgar o jogador somente pelos times em que ele atua não é a coisa mais sensata a se fazer. Antes de chegarem ao Chelsea, Cahill era do Bolton, Cech era do Rennes, Mikel era do Lyn Oslo… Além disso, outros jogadores passaram por bons times antes de chegarem ao Chelsea, mas não renderam o esperado no clube.

Antes de falar do Moses no Chelsea, gostaria de mostrar um breve histórico dele. Aos 11 anos, ele foi para a Inglaterra, onde passou pelas categorias de base do Crystal Palace, estreando como profissional em 2007. Na temporada 2009/10, ele foi transferido para o Wigan por 2,5 milhões de libras, mas só conseguiu se firmar nos Latics na temporada passada, quando foi um dos melhores dribladores da Premier League. No ano passado, chegou ao Chelsea por cerca de 9 milhões de libras.

Aí, alguém poderia perguntar: “É só isso? Tem gente com a idade dele que já tem um currículo muito mais expressivo! O que o Chelsea viu nesse cara?” A resposta é simples: Existem poucos jogadores como o Moses. Ele apresenta a rara combinação entre velocidade, força física e bom drible. No atual elenco do Chelsea, somente ele e o Lukaku (e talvez o Demba Ba) apresentam essas características. Ele é uma ótima opção para entrar no segundo tempo de uma partida onde o time precisa de um gol, com o adversário na retranca, uma situação comum na atual temporada. Ele pode estar longe de ser um craque, mas é uma opção muito melhor do que o Benayoun ou a improvisação do Bertrand.

Moses foi a segunda contratação do clube após a conquista da UCL. Depois, o Chelsea contratou mais gente para o setor, chegando a ter: Mata, Hazard, Oscar, Moses, Marin, Ramires, De Bruyne, Malouda, Benayoun para a parte ofensiva do meio-campo. Antes de qualquer coisa, irei desconsiderar os dois últimos, por motivos óbvios. Além disso, o De Bruyne foi emprestado logo após sua contratação, e o Ramires voltou a jogar mais recuado. No início da atual temporada, o trio Mata-Hazard-Oscar encantou a todos. Porém, o setor ofensivo do Chelsea ficou muito leve, sem nenhum jogador que poderia levar vantagem em uma disputa corpo-a-corpo com os adversários. Comparado ao Drogba, Torres é um “filé de borboleta”, dada a facilidade que o espanhol tem para cair no chão ao enfrentar um zagueiro. O que aumenta a necessidade de se ter um jogador mais forte no elenco.

Mas isso não quer dizer que o Moses deveria ser titular, isso depende da partida. Por exemplo, do trio de meias, Oscar é o mais defensivo, com menos chutes a gol e mais desarmes que Hazard e Mata. Já o nigeriano é mais ofensivo, além das qualidades que eu citei no terceiro parágrafo. O nigeriano poderia ser mais aproveitado, mas por alguma razão inexplicável, tanto o Roberto di Matteo quanto o Benitez preferiram escalar/colocar no segundo tempo o Bertrand, em detrimento do Moses.

Com a ida do nigeriano à Copa Africana de Nações, a volta do Benayoun e a suspensão de Hazard pelo incidente com o gandula, a situação no setor ficou delicada, forçando o Benitez a introduzir o “Ben10 israelense” em alguns jogos. Após a conquista do título continental (onde ele jogou muito bem, por sinal), Moses agora volta a ser uma opção no elenco.

É claro que tecnicamente o Moses é fraco, se comparado com Mata e Hazard. Mas isso não o impede de ter seus momentos de glória no clube. A vinda do nigeriano não foi tão badalada quanto a de outros jogadores como Hazard ou Oscar. Porém, ele ainda é novo e tem potencial para melhorar muito. Talvez ele se torne um craque, ou não. Mas ele será muito útil para o Chelsea.

As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.

Category: Opinião

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