Muitos torcedores entenderam os motivos da saída de Juan Mata do Chelsea. Mas esses mesmos fãs também não conseguem aceitar a ida do mesmo, principalmente para o nosso maior rival dos últimos tempos: o Manchester United.
Como podíamos também cogitar a ideia de que o camisa #10 poderia ir embora de Stamford Bridge tão precocemente? Quando o mesmo chegou do Valencia na era André Villas-Boas, os fãs dos Blues afirmavam com 100% de certeza que o espanhol permaneceria por uns bons anos em Londres. E vestindo azul, é claro.
Os troféus começavam a cair no colo de Mata. Copa da Inglaterra, Liga dos Campeões e Liga Europa. Três taças que possuem grande importância no cenário futebolístico mundial. E vale lembrar que foi graças aos pés do camisa #10 que o Chelsea conseguiu fazer ou o gol do título (no caso da Liga Europa, com assistência para Ivanovic) ou que deu uma sobrevida ao time (assistência para Didier Drogba na Liga dos Campeões).
Suas jogadas conquistavam cada vez mais o coração do torcedor blue. Passes precisos, chutes certeiros. Atuações que lhe garantiram o posto de melhor do time por duas temporadas consecutivas. Um feito de respeito, em um elenco tão recheado de craques como Frank Lampard, Eden Hazard, Didier Drogba (em 2011/2012), e por aí vai.
Quando veio o verão europeu de 2013, José Mourinho foi confirmado como novo treinador do Chelsea, para a alegria de toda nação dos Blues. Era raríssimo ver um indivíduo sequer indo contra tal contratação. O que poderia se esperar? Com The Special One no banco e Mata no comando da meia cancha, o resultado deveria ser iminente: taças.
Neste mesmo verão, no entanto, a imprensa europeia especulava que Mourinho não gostava de jogadores com a característica do espanhol. Babaquice para a maioria dos torcedores (inclusive eu). Alguns ficaram receosos, mas ainda pensavam da mesma maneira que todos. Por que abrir mão do melhor jogador do time? Não bastaria continuar com Oscar, Hazard e Mata comandando a armação das jogadas?
Para Mourinho não bastava. Tanto é que o mesmo trouxe Andre Schürrle do Bayer Leverkusen, Willian do Shakhtar Donetsk e até mesmo deu uma oportunidade para Kevin De Bruyne, que teve boa temporada pelo Werder Bremen em empréstimo de sucesso. Alguém teria que ficar de fora. E sobrou para Mata.
Ele foi perdendo espaço aos poucos. Willian assumiria a titularidade de vez, e Oscar seria nomeado como o ‘novo camisa #10’. Um jogador do nível de Juan, que atua pela seleção espanhola, não poderia simplesmente sentar no banco de reservas. Janeiro chegou, e ele precisou partir.
Mas agora chego na principal questão deste post blog. Por que para o maior rival do Chelsea? Por que para Manchester? Ele não poderia simplesmente mudar de país? Ir para um clube milionário como o Paris Saint-Germain? A resposta é simples: adaptação.
Mata nunca escondeu de ninguém como ele adora a Inglaterra. O futebol inglês lhe proporcionou os melhores momentos de sua carreira, então por que ele deveria sair de lá? Na cabeça do espanhol uma mudança poderia colocar em risco até mesmo sua convocação para a Copa do Mundo, aliás, que foi também outro ponto que o levou a deixar o Chelsea.
Todos os fãs deste craque e do Chelsea estão claramente chateados com a ida dele para o United. Mas ainda assim entendem que ele não é um traidor. As circunstâncias negativas a seu respeito foram fatais, e só. De qualquer maneira, ele nunca será esquecido. Um adeus (ou quem sabe um ‘até breve’) para Juan Mata e também obrigado por tudo que nos proporcionou.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.
