Blog: Contra adversário “solto”, Brasil consegue fazer o seu jogo; Porém, notícia ruim rouba a cena

Thiago Silva abriu o placar (Foto: Getty)

Demorou, mas o Brasil fez um jogo convincente na Copa do Mundo. Logo naquele, que deveria ser o mais difícil da caminhada até o momento. A Colômbia quis jogar, se impor. Mas o gol de Thiago Silva, logo no início, fez com que o Brasil tivesse uma partida segura, e com apenas alguns leves sustos no final. A semi-final, contra a Alemanha, nos espera.

No entanto, o jogo acabou ficando em segundo plano. Pois, logo após o apito final, veio a tona a notícia que ninguém gostaria de ouvir: Neymar está fora do Mundial. A entrada de Zuñiga gerou consequências graves, e o atacante terá que ficar sem jogar de 4 a 6 semanas. Lamentamos, pelo que, provavelmente, era o jogador do grupo que mais sonhava com esse título. Força, craque.

Voltando ao jogo. Como já habitual, citarei abaixo alguns pontos a respeito da partida (hoje, mais positivos do que negativos), que terminou com a vitória brasileira em 2 a 1. Vamos lá:

– Bola no chão

A ligação direta foi o ponto mais criticado da minha última análise. E com razão. Os 29 chutões dados por Thiago Silva e David Luiz contra o Chile, que impossibilitaram boas trocas de passe, deixaram de existir. Assim, o time teve a bola, e as jogadas, especialmente no primeiro tempo, surgiram.

Além disso, vale a ressalva: os zagueiros jogaram absurdamente bem. Além de barrar as jogadas da Colômbia (com a exceção do lance do pênalti), David e Thiago também marcaram os gols do Brasil na partida, sendo os principais homens em campo para a seleção.

– Volantes que sabem jogar

Não entendam isso como uma crítica a Luiz Gustavo. Até porque a Copa que ele vem fazendo é inquestionável. Mas a presença de dois volantes que tem plena capacidade de sair pro jogo ajudou muito o Brasil a manter a posse de bola e construir jogadas.

Fernandinho anulou James Rodriguez, o craque da Copa do Mundo. Poderia ter sido punido sim com um cartão amarelo (que lhe tiraria do próximo jogo), por algumas entradas imperfeitas, mas não foi. Além disso, deu uma opção melhor para a saída de bola. Paulinho, que voltou ao time, fez um excelente primeiro tempo. Mas a impressão que ficou é que novamente ele sentiu a parte física na etapa complementar. E, sem Paulinho, o time também caiu bastante de produção. Povoar o meio, com os três volantes (Paulinho, Luiz e Fernandinho), é uma opção válida para a sequência do Mundial, pois assim eles não ficariam tão sobrecarregados.

– Maicon fechou a avenida, mas demonstrou limitações

Daniel Alves jogou bem contra o Chile, e até por isso a sua saída foi estranhada, pois ele já havia feito jogos ridículos e foi bancado por Felipão. No entanto, Maicon foi colocado no time apenas para defender. Foi praticamente um terceiro zagueiro, e jogou bem nessa função. Porém, quando teve a chance de se lançar ao ataque, demonstrou limitações absurdas. Seu físico já não é mais o mesmo de 2010, mas ele, ao menos, chegou para mostrar que pode ser útil.

– Linha de meio-campo segue devendo

Hulk, Neymar e Oscar, juntos, não conseguiram nenhum desempenho deslumbrante nesse Mundial. Poderia até ter sido hoje, caso Hulk não tivesse perdido duas ótimas oportunidades no primeiro tempo, que dariam mais tranquilidade ao time.

Oscar é cada vez menos meia de ligação no time de Felipão. É voluntarioso na marcação, se sacrifica pelo time. Mas não faz aquela função que se espera dele. Hulk foi novamente quem mais tentou, mas suas limitações ficaram claras mais uma vez, quando perdeu oportunidades e teve erros bobos em passes e jogadas individuais. Neymar se despediu da Copa com mais uma atuação bem abaixo de sua média, mas sem dúvidas, substituí-lo a nível, será impossível.

– E aí, Fred?

Fred é limitado, a bola chega pouco, mas ele poderia se esforçar mais. A sua preguiça em campo faz parecer que estamos em meio ao Campeonato Carioca. O atacante não busca em momento algum sair da área, tentar ajudar na criação de jogadas. Está engessado. Jogar sem centroavante é uma hipótese bem válida, e já passou da hora de testar essa opção.

– Previsões: jogar no contra-ataque é a tendência

A Alemanha não é o monstro que todos estão criando. Tem jogadores espetaculares tecnicamente, mas não encanta tanto quanto devia. Pelo contrário. Cria poucas jogadas, tem problemas defensivos e não lembra nem um pouco o time em que busca se inspirar, o Bayern de Guardiola.

Contra a Argélia, a Alemanha sofreu (muito) com os contra-ataques. Neuer teve que jogar de líbero, sendo até heroico em alguns momentos. Sendo assim, não tem porque não explorar esse ponto.

Jogar com os três volantes qualificaria nossa saída de bola, e também daria mais liberdade a Oscar para fazer a sua função sem tantas preocupações em marcar. Assim, com o meia do Chelsea fazendo uma ligação qualificada para Hulk e Willian, que jogariam mais a frente, poderíamos matar os alemães com os contra-golpes. Não custa tentar, Luiz Felipe, não custa.

Category: Opinião

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Article by: Chelsea Brasil

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