Diego Costa é o atacante que faltou ao Chelsea por três temporadas, e as estatísticas estão aí para provar. Não simplesmente pelo número puro de 11 gols em dez partidas. A influência do atacante nesta temporada é tão grande, que é a primeira vez desde 2010/11 que os atacantes marcam mais gols do que os meio campistas dos Blues.
Dos tentos marcados pelo Chelsea na Premier League, 52 % foram anotados por atacantes, sendo a maioria por Costa, com apenas 38% dos gols sendo provenientes de meio-campistas. Fora os gols do hispano-brasileiro, Drogba e Remy foram às redes uma vez cada.
Na última temporada, os jogadores de meio de campo fizeram 52% dos gols, enquanto os centroavantes marcaram apenas 39% do total de gols da equipe. Já a temporada 2012-13 foi um marco negativo na história dos atacantes do Chelsea: apenas em 29% das vezes que a bola foi as redes, foram atacantes a coloca-la lá. Este número é claramente ruim, não só para um time da magnitude do Chelsea, mas para qualquer equipe profissional de futebol. Em 2011-12, ano da conquista da Champions League, foram 40% de gols de meio-campistas e 37% de gols de atacantes, do total marcado por jogadores do Chelsea.
Na última temporada o assunto veio à tona com bastante ênfase, após Mourinho reclamar publicamente de seus atacantes, mas os dados provam que o problema já vinha de anos anteriores. Nas temporadas passadas, em que o aproveitamento dos atacantes foi pior do que dos meio campistas, os Blues até chegaram a ter jogadores de prestígio, como Samuel Eto’o, Demba Ba, Daniel Sturridge, Nicolas Anelka e Fernando Torres, mas nenhum deles foi capaz de dar ao time a contribuição para a qual foram contratados.
No gráfico abaixo, você pode visualizar todos os percentuais de gols de atacantes e meio campistas em relação ao total de gols marcados por jogadores da equipe inglesa no Campeonato Inglês, a partir da Era Premier League, na temporada 1992/1993:
O caso mais emblemático, é claro, é o de Torres, que chegou ao Chelsea pela bagatela de 50 milhões de libras, valor recorde até hoje do clube, mas falhou em ser o centro-avante que todos esperam. Principalmente após ter sido tão matador em Liverpool. Durante seus três anos e meio em Stamford Bridge, foram apenas 45 gols em 168 aparições com a camisa azul de Londres. Sendo que, na Premier League, foram apenas 19 em 105 partidas. Só a título de comparação, em seus primeiros dez jogos na Premier League, Diego Costa já marcou 11.
É claro que ter craques goleadores no meio de campo, como Frank Lampard e Eden Hazard, influenciaram essa estatística em favor dos jogadores da posição, mas não dá pra dizer que números tão fracos para atacantes seja normal.
Com a contratação de Diego Costa, nesta temporada, por 32 milhões de libras, muitos acreditavam que a maldição dos caros camisas nove de Stamford Bridge, que já tinha atacado Hernán Crespo, Fernando Torres, Adrian Mutu, e Andriy Shevchenko, iria novamente atacar. Mas passados pouco mais de três meses do inicio da temporada, não há quem duvide que Diego Costa é o nome certo para o Chelsea e um dos melhores atacantes da Europa.
Além dele, o clube foi atrás de Loïc Remy e Didier Drogba, que retornou para compor elenco e ser liderança do grupo, mas que já marcou quatro gols. Ambos são atacantes confiáveis e com nível acima dos da temporada passada, sendo que o francês, que é nome constante na seleção de seu país, marcou 14 gols na Premier League na temporada passada e será um bom reserva para entrar no decorrer dos jogos e até mesmo ser um bom titular em partidas em que se decida dar descanso a Costa.
Se o Chelsea, no último ano, brigou pela Premier League durante boa parte da temporada, e na Champions chegou até as semifinais, mesmo sem um atacante decente, é de se esperar que com Diego Costa, Loïc Remy e Didier Drogba, os Blues cheguem ao mês de maio levantando taças.
As palavras contidas nessa reportagem condizem à opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil