O empate com o Atlético de Madrid não foi suficiente para o Chelsea garantir a liderança no grupo C, devido a vitória da Roma por cima do Qarabag. Como resultado, as chances dos Blues pegarem algum dos gigantes europeus entre os 16 times que restaram aumentou bastante.
Na segunda (11), haverá o sorteio para definir os jogos das oitavas de final da UEFA Champions League, mas as regras do sorteio já deixam claras as poucas opções para o Chelsea.
A regra básica é sobre o ordenamento dos dois potes: o primeiro contém apenas os líderes da fase de grupos, enquanto o segundo tem os demais classificados. Com isso, temos um pote composto por Manchester United, PSG, Roma, Barcelona, Liverpool, Manchester City, Besiktas e Tottenham. No outro, junto com o Chelsea, vem o Basel, Bayern de Munique, Juventus, Sevilla, Shakhtar Donetsk, Porto e Real Madrid.
Mas a regra mais decisiva é: não há confronto entre times do mesmo país. Já que dos oito classificados em primeiro lugar, metade são ingleses, sobram apenas quatro possíveis adversários: PSG, Barcelona, Roma e Besiktas. Outra regra proíbe o jogo entre equipes que estavam no mesmo grupo anteriormente, então a Roma também sai da conta.
Por fim, o próximo desafio está entre PSG, Barcelona e Besiktas. As coisas seriam mais fáceis para os londrinos se o resultado da última rodada tivesse sido uma vitória, e por uma questão de qualidade de elenco, a opção mais agradável para o Chelsea agora seria o time turco (seu grupo era bastante nivelado, mas sem equipes de grande destaque).
Felizmente, Antonio Conte e os jogadores não parecem abalados com as estatísticas. Cesc Fábregas deixou isso bem claro em entrevista para a BT Sport:
“Nós precisamos está preparados para qualquer time. Somos uma equipe competitiva e não precisamos ficar com medo de ninguém, e já mostramos isso anteriormente. Se você quer ir longe, é preciso enfrentar os melhores.”
Ter 67% de chance de enfrentar um dos dois times de elite da Europa com certeza era uma posição que o Chelsea queria evitar, mas o Blues tem motivos para estar confiante de que pode ganhar de qualquer um. O jogo contra o Atletico mostrou o alto nível que podem alcançar, e quem os acompanha sabe que há opções no elenco de ótima qualidade.
O ponto-chave é o esquema tático. Apesar do PSG e Barcelona serem destaques ofensivos, essa temporada já provou diversas vezes que jogar na retranca não funciona com o Chelsea – mais recentemente, contra o Liverpool. Isso porque o Chelsea não é forte se defendendo de jogadores muito habilidosos, enquanto que se destaca pelas jogadas com passes curtos, começando do meio-campo até conseguir espaço na área.
Quando o time joga mais recuado, o meio-campo morre e não consegue criar boas chances. Enquanto Morata fica isolado na frente, Hazard e Kanté trabalham dobrado pra tentar evitar que os adversários ganhem espaço, e tentam achar uma saída pro contra-ataque. Resumindo: é muito arriscado. Como ninguém ganha sem fazer gol, as chances dos adversários aproveitarem alguma falha da defesa e definirem a partida é grande – e estamos falando de times com jogadores decisivos, que não vão perder oportunidades.
O Chelsea tem chances de vencer, mas precisa planejar tudo com cuidado. Verdade que os outros times possuem o estrelismo ao seu favor (e isso veio por conta da qualidade), mas não é o que define o resultado. Esperávamos um desafio na competição, qual a graça do futebol se não fossem os jogos difíceis, afinal?
As palavras neste texto condizem com a opinião do autor, não tendo qualquer relação com o Chelsea Brasil.