A primeira janela da “Era Boehly” também ficará marcada pelas saídas

A primeira janela pós Roman Abramovich ficou em evidência pelos gastos com as contratações de Wesley Fofana, Kalidou Koulibaly, Marc Cucurrella, Denis Zakarias, Raheem Sterling e Pierre Aubameyang. Porém, o número de saídas foi muito maior e a “Era Boehley” demonstra sinais de que pretende reduzir aquela vasta lista com jogadores emprestados ao final de janela. Dessa forma, vamos dividir a análise em três grupos.

Reformulação na defesa

Na janela de transferências de verão de 2022, o setor defensivo do Chelsea passou por grandes transformações. A principal perda foi Antônio Rudiger que nas mãos de Thomas Tuchel figurou entre os melhores jogadores do mundo na posição. Além disso, o clube conseguiu bons negócios envolvendo Emerson Palmieri e Malang Sarr, o ítalo- brasileiro rendeu quase 15 milhões de euros, enquanto o zagueiro foi cedido com um empréstimo com opção de compra. Ainda no setor defensivo, Andreas Christensen, e Marcos Alonso, partiram para a Espanha, rumo ao Barcelona. Ambos já tinham um desgaste no clube e talvez até com parte da torcida.

Parte dessa reformulação no setor defensivo ocorreu de maneira forçada, visto que,  Rudiger e Christensen não alcançaram um acordo para a renovação.  Desse modo, o clube foi ao mercado e repôs a altura com as chegadas de Fofana e Koulibaly.

Ao mesmo tempo, a mudança no perfil na lateral esquerda pode ser benéfica, levando em consideração que Alonso não rendia como lateral, apenas como ala, e o ítalo-brasileiro pouco agregava. Marc Cucurella apesar do alto custo é um jogador que tem características que podem agregar taticamente ao time do Tuchel. Visto que, atua tanto como 3º zagueiro, quanto como ala, e ainda permite a equipe jogar numa de 4 defensores, por exemplo.

 

Saídas forçadas nos setores de meio e ataque

No meio-campo apenas duas saídas, sendo uma delas bastante contestável. Ross Barkley que estava no clube desde 2019 rescindiu de forma consensual e foi uma contratação que não rendeu o esperado, longe disso. Embora já tenha chegado num momento de descendência da carreira. Já a saída de Billy Gilmour é de difícil compreensão, visto que, o clube passou o Deadline Day buscando uma peça para o setor e vendeu um dos seus ativos por um valor irrisório, cerca de 9 milhões de libras. Entendo o anseio do jogador por ter minutos em campo, mas acho que o Chelsea poderia ter agido de forma mais inteligente no mercado.

No setor ofensivo  o clube optou por se desfazer de dois jogadores com salários elevados e que pouco fizeram pelo Chelsea. Romelu Lukaku retornou a peso de ouro e mais uma vez decepcionou a torcida dos Blues, pior do que as atuações em campo foi a postura fora dele. Uma entrevista infeliz em novembro, marcou o início da derrocada, depois disso a relação com o treinador foi deteriorando de forma acentuada.

Werner e Lukaku deixaram o Chelsea na última janela
Werner e Lukaku deixaram o Chelsea na última janela, deixando Havertz como a única opção de confiança de Tuchel para o comando do ataque. (Reprodução: The Athletic)

A saída de Timo Werner surpreendeu parte da torcida e o alemão acabou retornando para o Leipzig custando cerca de metade do valor pelo qual foi adquirido. Ficou marcado pelos gols perdidos, ainda assim, reconheço que foi importante em alguns momentos, em especial na campanha do título da Champions. Inclusive um curiosidade, o Chelsea nunca perdeu um jogo na principal competição do mundo com a presença do agora ex-camisa 11.

Nomes que podem vir a ser úteis?

Temos também dois jogadores que foram emprestados, mas que podem trilhar um futuro no clube a médio e longo prazo, estamos falando de Ethan Ampadu e Levi Collwil. O galês foi cedido por empréstimo ao Spezia. Nessa semana, saiu na imprensa uma declaração de Luca Gotti, treinador do Spezia, dizendo que o Chelsea solicitou a utilização do Ampadu como zagueiro central, pois ele faz parte do planejamento para a próxima temporada.

Levi Collwil, por sua vez, queria ter mais minutos em campo e por pouco não saiu em definitivo. Mas fontes relatam que a interferência do novo dono, Todd Boehly, foi fundamental para alterar a estrutura de negócio pelo Marc Cucurella. Desse modo, o jovem promissor da base foi apenas emprestado ao rival Brighton.

Fim da loan army?

Bom, quem acompanhou a “Era Abramovich” se acostumou a ver uma lista com 30, 40 jogadores emprestados pelo Chelsea ao final da janela. É verdade que a maior parte desses atletas eram provenientes da base e de uma política onde tentávamos madurar os jovens em outras ligas para arrecadar financeiramente, ou até mesmo, para incorporar ao elenco principal um jogador pronto para atuar.

Por outro lado, o clube vinha acumulando um número alto de contratações equivocadas, desse modo, a alternativa era repassar os jogadores para outros mercados por empréstimos a fim de obter um valorização e tentar conseguir recuperar parte do valor investido. No entanto, a realidade é que esses atletas não renderam em outras ligas e ficavam recebendo até o final do contrato. Se encaixam no perfil acima e deixaram o clube nesta janela nomes como Timoué Bakayako, Danny Drinkwater e Michy Batshuayi.

Batshuayi marca e Chelsea assegura conquista nacional contra WBA
Batshuayi marca e Chelsea assegura conquista nacional contra WBA. (Chelsea FC / Website)

 

Também foram negociados o zagueiro, Mbuyamba e o brasileiro, Kennedy. O atacante assinou em definitivo com o Valladolid, da Espanha, enquanto o defensor que chegou para integrar a base sobre grande expectativa  foi emprestado ao FC Volendam por três temporadas.

Nesse sentido, é importante pontuar que o clube pode está antecipando a uma nova regra da FIFA, na qual a partir de 2024 até 6 jogadores por empréstimos, onde nenhum jogador poderá ser emprestado por mais de uma temporada e nenhum clube poderá contar com mais de 3 atletas de outro clube. Contudo, essa regra não vale para jogadores com menos de 21 anos ou que fazem parte da categoria de base.

Agora, quero ouvir a opinião de vocês.  A nova política de transferências será boa para o futuro do Chelsea?

 

 

 

 

Category: Mercado de TransferênciasOpinião

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Article by: Rodolfo Simões