Sem dúvidas o setor mais indefinido do nosso elenco é o ataque. Hoje, precisamos mais do que nunca definir de uma vez por todas quem será o reserva do espanhol Fernando Torres no ataque blue. Porém, não será assim tão fácil assim quanto parece. Temos percalços e problemas difíceis de detectar a primeira vista, mas, com uma análise mais detalhada da situação, conseguimos observar alguns aspectos complicados e dinâmicos. Sem muita enrolação, vamos aos fatos:
Daniel Sturridge: 4-2-3-1 e Situação contratual complicada
Roberto Di Matteo foi nada mais nada menos que o campeão europeu usando a formação 4-2-3-1. Ao que tudo indica, vai continuar usando-a para a próxima temporada e isso pode ser um fator primordial para o sucesso ou fracasso total do jovem atacante inglês Daniel Sturridge. Como winger neste esquema, Sturridge pode até jogar, mas não vai conseguir desempenhar a função. Pelos lados, nessa formação os jogadores devem ter agilidade para mudar de direção, cruzar bem, ter noção de passes e cruzamentos e, acima de tudo, ter uma baita noção tática de recomposição defensiva e preenchimento de espaços.
Sturridge é bastante veloz, finaliza bem e tem boa capacidade de dribles, mas é péssimo em todos os outros aspectos citados acima, primordiais para um winger. Daniel é pouco ágil, cruza muito mal, não sabe jogar coletivamente e tem pouca resistência física, o que dificultaria a vida dele caso precisasse cumprir funções táticas obrigatórias em tal esquema.
Acredito que a posição de origem de Sturridge seja uma espécie de segundo atacante, porque, por incrível que pareça, o mesmo também não consegue jogar bem como centroavante, apesar dele mesmo já ter admitido que prefere jogar de tal forma. Sturridge, apesar de ter 1,88 cm, não é forte e não sabe fazer o pivô pra quem vem de trás, o que acaba de uma forma ou de outra dificultando a vida dos meias.
Muitos podem afirmar que jogar pelos lados não é problema para Daniel, por que ele jogava bem como winger na época de André Villas-Boas. Porém, não podemos confundir as coisas e deixar de considerar alguns fatos. Sturridge fez 13 gols temporada passada, sendo 8 deles de dentro da área, o que mostra de forma indireta ou não que ele atua melhor quando joga próximo ao gol. AVB usava Sturridge como um ponta direito sem tantas responsabilidades táticas, e, quando o centroavante deixava a área para buscar jogo, Daniel fechava como camisa 9, conseguindo marcar diversas vezes de tal forma.
Ainda precisamos levar em consideração a situação contratual do mesmo, que se encontra da seguinte forma: o Chelsea ainda não fez proposta de renovação para Daniel, e ele tem apenas mais um ano de contrato com os Blues. Mesmo sabendo disso, a diretoria ainda não se movimentou, e o tempo está passando… Numa visão pessimista, isso é muito ruim, porque, dependendo como essa temporada ocorra, Sturridge pode não aceitar renovar daqui a 10 meses e já poderia assinar um pré-contrato com qualquer outra equipe do futebol mundial. Tal situação nos leva a pensar: o que seria melhor? Vender Sturridge enquanto o mesmo está valorizado, ou arriscar perdê-lo de graça daqui um ano?
Romelu Lukaku: pouca experiência e empréstimo à vista…
O normal hoje é pensarmos que o centroavante reserva do Torres é Lukaku. Porém não é tão simples assim. Analisando diversos fatores, chegaremos a conclusão que tamanha responsabilidade ainda não pode ser direcionada à um atacante sem experiência em uma liga mais forte e competitiva. Lukaku é muito forte fisicamente, tem boa velocidade e finaliza bem. Porém, ainda tem sérios problemas técnicos, de posicionamento e antecipação, o que acaba fazendo dele um atacante previsível em seus movimentos e de fácil marcação.
Mas a pergunta que fica no ar é a seguinte: por que a diretoria pagou 20 milhões de libras em um jovem que nem pra ser reserva está preparado? É difícil responder… Sabemos que a política de contratações da nossa diretoria não é nenhum pouco confiável e sabemos mais ainda que o sistema de empréstimo de jogadores é totalmente falho e mal planejado.
Vários jovens são contratados aos montes, ficam um pouco no time principal e depois são emprestados e emprestados de novo e de novo e de novo, até que o jogador termine seu vinculo com o clube e saia de graça. Já vimos situações semelhantes com Fábio Borini e recentemente com Marko Mitrovic. Claro, não posso ser hipócrita e dizer que a diretoria está fazendo tudo errado. Não! Não é bem por aí… Admiro o futebol de Lukaku, e acho que ele tem um baita futuro pela frente. Acredito também que ele pode vir a ser um dos grandes atacantes do futebol mundial. O que me deixa indignado é a forma que a diretoria lida com a contratação e empréstimo de jovens. Essa pode ser a situação de Lukaku.
E aí, Blues, o que acham? Quem deve ser o reserva de Fernando Torres no ataque do campeão europeu?