O sucesso de Conte pode passar pela chegada de um lateral canhoto

Os torcedores do Chelsea estão mal acostumados. Tivemos em Ashley Cole um dos melhores na sua posição na época que esteve em Stamford Bridge e sua saída ainda causa pesadelos nos mais fanáticos. O inglês de 35 anos, atualmente defendendo o LA Galaxy na Major League Soccer, chegou ao Chelsea em 2006 após transferência conturbada com seu ex-time Arsenal. Segundo Cole, os Gunners não se esforçavam para mantê-lo no elenco e ele não se sentia prestigiado, mesmo após fazer parte do The Invincibles, esquadrão do Arsenal que ganhou a Premier League de forma invicta.

Cole tinha como características a marcação forte e o apoio, ambas com velocidade (Foto: Getty).
Cole tinha como características a marcação forte e o apoio, ambas com velocidade

Sua passagem pelos Blues foi pautada por um grande futebol e vários títulos, dentre eles uma UEFA Champions League e um título da Premier League. Foi considerado por muitos o melhor lateral esquerdo da sua geração e um dos melhores da história. Era com Cole que se desenrolavam as principais jogadas ofensivas e defensivas pelo lado esquerdo do time, fazendo parcerias com diversos jogadores ao longo dos oito anos que ficou no clube.

Com a chegada de José Mourinho na temporada 2013-14, em sua segunda passagem pelo clube, o lateral esquerdo, que já estava com idade avançada, não conseguiu boa sequência de jogos e foi logo substituído por Azpilicueta no time titular, um destro jogando improvisado pela esquerda. Ao final do campeonato Cole foi inserido na lista de jogadores liberados ao fim de contrato, chegava ao fim a era Ashley Cole no Chelsea.

Desde então, apesar de boas atuações do espanhol improvisado na esquerda, o Chelsea vem deixando a desejar na parte de ofensividade e de marcação pelo flanco esquerdo. Boa parte dessa deficiência devendo-se ao fato de que Azpilicueta é destro e, muitas das vezes, o pé forte não está sempre na jogada, seja marcando um atacante que corta para a linha de fundo, seja ele próprio chegando no ataque para cruzar.

Depois de mais de uma temporada com o espanhol improvisado na esquerda, inclusive a temporada do título, chegava um nome promissor para pelo menos brigar pela titularidade com o camisa 28 do Chelsea. Baba Rahman de 22 anos veio do Augsburg depois de boa temporada e, para alguns, tinha muito a oferecer para o time e, para outros, era a peça que faltava para devolver Azpilicueta para a ala direita. Porém, o jogador não impressionou com a camisa dos Blues e, com a chegada de Antonio Conte perdeu todo o pouco espaço que tinha e foi emprestado ao Schalke 04 da Alemanha por uma temporada.

A passagem de Baba pelo Chelsea foi marcada por erros defensivos e falta de técnica na parte ofensiva (Foto: Getty).
A passagem de Baba pelo Chelsea foi marcada por erros defensivos e falta de técnica na parte ofensiva

Nos últimos dias veiculou-se a notícia de que o Chelsea estaria interessado na compra do lateral esquerdo alemão Jonas Hector, segundo fontes próximas ao jogador. O clube inglês teria de estar disposto a dispor de uma quantia considerável, devido ao fato de que o FC Köln, atual clube do atleta, renovou seu contrato recentemente por mais cinco temporadas. Conte estaria preparado para “roubar” a contratação de outro clube inglês, o Liverpool, que também estaria interessado em contar com o futebol do jogador da Seleção Alemã.

Um lateral esquerdo canhoto seria fundamental para implantar a mentalidade e o sistema que o técnico italiano dos Blues pretende para esta temporada, visto que além de ser seguro defensivamente e apresentar-se bem no ataque, o jogador poderia fazer as vezes de ala numa eventual mudança para o 3-5-2, esquema tanto utilizado por Conte ao longo da carreira.

Hector pode ser comparado ao próprio Azpilicueta no quesito equilíbrio: não é um jogador que sobe frequentemente mas desempenha esse papel com qualidade e é ótimo defensivamente. Suas diferenças estão justamente nos pontos fracos do espanhol, Hector é mais alto e melhor na bola aérea, é mais robusto, portanto, mais forte fisicamente e joga bem pelo centro do campo, afunilando jogadas quando necessário.

O titular da Alemanha na última Euro seria uma boa contratação para o time de Conte se o objetivo for o título. Um canhoto na esquerda depois de três temporadas não é um pedido muito estranho, mesmo que o jogador que venha não seja o alemão.

Category: Mercado de Transferências

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Article by: Lucas Jensen

Jornalista que ainda acredita que o futebol pode ser apreciado sem torcer (mas não se segura e torce mesmo assim). Fã de tática e do jogo reativo, se deleita nos contra-ataques e toques 'de primeira'. Amante racional da Premier League e nostálgico do Calcio, seus hobbies incluem teorias mirabolantes e soluções inusitadas.