A mentalidade do Chelsea mudou nos últimos anos. Ainda que não falte dinheiro (nem de longe), a Era Abramovich que gasta muito em uma grande quantidade de jogadores parece ter sofrido mudanças. Nas duas últimas janelas de transferência, os Blues contrataram apenas 11 jogadores. Destes, cinco vieram para assumir a titularidade – Morata, Bakayoko, Kanté, David Luiz e Marcos Alonso.
Ainda na janela anterior, de 2015/16, foi onde o Chelsea menos gastou. Pedro foi o maior nome a vir para o clube, mas os Blues erraram ao apostar em nomes como Falcão Garcia, Pato e Baba Rahman. O que muitos não entendem é: por que essa mudança de atitude nas contratações?
Reposição de peças
“Em time que está ganhando não se mexe”. Todo mundo já ouviu falar nessa expressão. Não é bem o caso do Chelsea, mas tem alguma relação. Em anos anteriores, o clube esbanjava jogadores badalados e caros, buscando formar seu elenco estrelado, chegar longe nas competições e ganhar títulos.
Com a chegada de Antonio Conte para o comando do time, percebeu-se uma coisa: não são necessários jogadores galácticos para que o Chelsea seja campeão. Muitos podem até ser reaproveitados. Foi o caso de Moses, por exemplo. O nigeriano chegou aos Blues em 2012, mas só passou a ser peça fundamental na temporada passada.
Em meio a empréstimos para Liverpool, Stoke City e West Ham, o ponta nunca conseguiu firmar-se em nenhuma posição que era colocado para jogar no Chelsea. Com o esquema de três zagueiros de Conte, com dois alas acompanhando, Moses encontrou sua melhor forma. O que parecia ser um jogador descartável tornou-se peça indispensável para o time. Titular incontestável.
Além disso, outras peças importantes da equipe de hoje vieram sem muito prestígio ou badalação. É o caso de Marcos Alonso e Azpilicueta. Contratados por um baixo preço em 2016 e 2012, respectivamente, nenhum dos dois era conhecido no cenário internacional ao vir para o Chelsea.
Em vez de investir em Hummels e Alaba, por exemplo, a diretoria preferiu apostar em dois nomes que pareciam ser promissores no futebol mundial. O resultado é positivo, já que ambos são titulares incontestáveis e têm jogado um ótimo futebol pelos Blues.
A base é forte
O elenco atual possui muitos jogadores vindos das categorias de base do Chelsea. Nomes como Christensen e Musonda, além dos recém-promovidos Ampadu, Dujon Sterling e Kyle Scott figuram entre as opções de Conte no banco.
Hoje, a média de idade do time é de 25,9 anos. Mas isso por causa dos dois goleiros reservas Eduardo (35 anos) e Caballero (36 anos). Fora eles, o clube conta com a grande maioria de seus jogadores abaixo dos 30 anos. Somente David Luiz (30), Pedro (30) e Cahill (31) já alcançaram a idade.
Como é tradição nos Blues, os jovens são emprestados a clubes pequenos, e caso tenham boas atuações, voltam com oportunidades na equipe principal. Desta vez, a maior expectativa é com o marfinense Boga, que está emprestado ao Birmingham. Além dele, Baker, Pasalic e Kalas são outros que estão atuando neste “teste”.
O que podemos concluir é que sim, o Chelsea mudou sua mentalidade de mercado; e sim, as coisas vêm dando certo. Portanto, torcedor, não fique preocupado se, no Deadline Day, os londrinos aparecerem com um tal Zappacosta. Ele pode ser um ótimo jogador (e já provou isso).