Com a janela chegando ao seu fim, o torcedor Blue está cada vez mais ansioso – para não dizer desesperado – pela chegada de reforços ao time. No entanto, o Chelsea anunciou recentemente três saídas por empréstimo e continua apenas com Ross Barkley como reforço.
Charly Musonda Jr., Baba Rahman e Nathan deixam o clube nesta janela e vão reforçar outros times, enquanto o Chelsea é quem precisa de reforço. Os negócios evidenciam mais uma vez o problema dos azuis de Londres em apostar em seus próprios jogadores e ir atrás de opções no mercado, investindo mal em todos os aspectos.
Nathan
O brasileiro de 21 anos foi cedido ao Belenenses de Portugal em um empréstimo que dura até o final da temporada. Nathan passou a última temporada emprestado ao Vitesse, da Holanda, e ajudou o clube a vencer a Copa da Holanda, troféu de primeira grandeza do país.
Nunca tendo atuado pelos Blues, o jogador vai passar por mais um empréstimo de meia temporada e vai voltar ao final dela, pronto para ser mandando embora de novo. O Chelsea tem muitos jogadores mundo a fora e parece que o brasileiro é mais um dos contratados apenas para fazer algum dinheiro no futuro, sem intenção nenhuma de dar-lhe uma chance no time principal.
Charly Musonda
Visto como uma das maiores joias da base do clube, Musonda fez parte do elenco da atual temporada e se esperava que ele ganhasse mais tempo de jogo com o decorrer do tempo. Com baixo aproveitamento no time principal, o belga se muda para o Celtic em um negócio de 18 meses, tendo seu empréstimo válido até o fim da temporada 2018/2019.
Na Escócia, Musonda continuará seu desenvolvimento e deverá ser aproveitado no 11 inicial do clube em sua maior parte. Com tempo regular de jogo entre os profissionais, o belga tem tudo para voltar aos Blues pronto pra jogar, principalmente tratando-se de um empréstimo com um bom tempo de duração, dando espaço para o jogador se adaptar ao clube e mostrar o seu melhor posteriormente.
No entanto, o campeonato escocês não é um campeonato do mais alto nível, como a Premier League ou a própria La Liga, a qual o Musonda já disputou pelo Real Betis. O ponto positivo fica por conta da provável classificação do time para a UEFA Champions League, que pode dar uma visibilidade maior às atuações do belga e elevar o seu nível, além do fato de que mesmo tendo o talento que tem, poucos times na Inglaterra lhe providenciariam o tempo de jogo que o Celtic vai lhe dar.
Contando com poucos jogadores para posição, não é compreensível as poucas chances dadas ao belga no time principal, o qual fez aparições vindo do banco em jogos de copa, onde poderia ser mais aproveitado. Porém, se os Blues não vão dar espaço para o jogador dentro do clube, é mais sensato empresta-lo e acelerar seu desenvolvimento em um espaço mais propício do que deixa-lo assistindo aos jogos do banco.
Baba Rahman
Contratado no verão europeu de 2015, Baba Rahman veio para tentar resolver um problema de longa data do Chelsea na lateral esquerda. O ganês chegou no pior momento do time e com atuações nada impressionantes (assim como todo resto do elenco) deixou o clube ao final da temporada, sendo cedido ao Schalke 04 por empréstimo para tentar recuperar o bom futebol mostrado no Augsburg, que nunca deu as caras em Stamford Bridge.
Com boas atuações no time alemão, Rahman sofreu com uma grave lesão e retornou a Inglaterra para trata-la. Recuperou-se recentemente e mesmo o Chelsea não tendo jogadores para atuar na sua posição, não foi aproveitado em nenhum momento e voltou ao Schalke 04 mais uma vez por empréstimo, dessa vez até o fim da temporada 18/19.
Marcos Alonso tem estado sobrecarregado na ala esquerda com um número excessivo de jogos e já foi substituído por Zappacosta, que é lateral direito de origem. Kenedy, outro jogador que pode atuar pelo lado esquerdo, também foi emprestado, piorando uma situação que já era ruim.
A chegada do lateral esquerdo Emerson Palmieri é esperada, e pode dar um respiro ao espanhol na ala. Mas, por quê investir prováveis 25 milhões de euros em um jogador que não mostrou muito mais que Kenedy ou Rahman? Falar das atuações do ganês pelo clube de Londres não me parece justo, e Kenedy já mostrou futebol suficiente para ganhar mais chances e poupar mais dinheiro.
Considerações finais
Os empréstimos longos podem significar que os Blues talvez estejam considerando dar uma chance a esses jogadores quando eles voltarem. Um empréstimo com mais de uma temporada de duração e para um clube que realmente esteja empenhado em contar com o jogador é sempre vantajoso, tanto para o jogador, quanto para ambos os clubes. Entretanto, vindo do Chelsea é sempre difícil acreditar que esses jogadores vão brilhar vestindo a camisa azul.
O histórico de jogadores mal aproveitados pelo Chelsea é enorme, vide Kevin De Bruyne, Romelu Lukaku, Mohamed Salah, entre outros. Depois de tudo, o mínimo que o torcedor Blue espera é que a história não venha a se repetir e que o clube tenha aprendido com os erros de seu passado recente.
É difícil falar sobre o perfil do Chelsea e sua atuação no mercado. Nos últimos anos, os Blues não têm contratado jogadores de ponta e preferem trazer jogadores medianos (os quais o clube considera “pronto”) do que dar chances aos jogadores jovens e da base.
A conclusão é que os jogadores que o time possui e o dinheiro investido em outros são muito mal aproveitados e quem sofre as consequências são os torcedores, vendo seu time deixar de ser protagonista aos poucos, devido a simples falta de percepção das coisas.
No fim de tudo, os jogadores são estrelas em um palco de vai-e-vem, que chegam e saem após o fracasso, acompanhados daqueles que se quer tiveram a chance de brilhar.