Pré-jogo: clássico pode representar a virada de chave para o Chelsea

Neste domingo (26), às 10h30 (horário de Brasília), o Chelsea cruza a cidade de Londres e vai ao Tottenham Hotspur Stadium para enfrentar um dos maiores rivais regionais do clube.

Com os Blues tentando virar a maré, o embate contra os Spurs pode ser central para elevar o moral e mudar o rumo do Chelsea na temporada.

Diante de um time que a torcida detesta, Graham Potter e seus comandados não apenas podem mudar a maré dentro de campo, mas reaproximar a torcida do time. Como o próprio Potter disse na coletiva da última sexta-feira:

Minhas ações e o time precisam convencê-los [os torcedores]. Nós temos que vencer as partidas, reforçou o técnico.

Panela de pressão

Sejam críticas (não crimes) reais ou inventadas, fato é que Potter chega pressionado para o clássico contra o Tottenham neste domingo. Fato que o próprio treinador reconhece. Mais ainda, de forma lúcia, como faz há algumas semanas, ele reconheceu sua situação e não se esquivou de sua responsabilidade como comandante.

Eu sou o treinador do Chelsea. Eu tenho sido questionado há quatro meses, e a pressão é uma via de mão dupla. Eu estava sob pressão há quatro meses? Não sei. Mas com o resultado que estamos tendo, aceito as críticas como elas chegam a mim, refletiu o técnico.

Apesar disso, Potter fez um chamado importante sobre o que acontece com ele e com sua família em relação a constantes abusos e até mesmo ameaças as suas vidas:

Todo mundo se preocupa com o que outras pessoas pensam porque somos conectados socialmente. Eu quero ter sucesso aqui [no Chelsea]. Não tem sentido dizer que eu não ligo. Se as pessoas tem uma percepção de que eu não me preocupo, minha resposta é com que base você diz isso, como você sabe? Pergunte a minha família como a vida tem sido para mim e para eles. Não tem sido nem um pouco agradável, desabafou.

Apesar do comentário importante e forte, Potter não se ateve aos aspectos pessoais do que vem sofrendo. Pelo contrário, reforçou a responsabilidade que tem como treinador e definiu o que seus comandados precisam fazer no clássico.

Uma performance forte. Nós precisamos dos três pontos. É um jogo para o qual estamos ansiosos. Os treinos e a resposta tem sido muito bons, disse Graham.

Por fim, quanto ao seu papel, novamente o técnico dos Blues foi objetivo, reconhecendo que logo menos o seu pode estar na reta.

Meu trabalho é tentar agir da forma como eu acho que devo agir, agira da melhor maneira para o time e para o Chelsea Football Club. Agir com integridade é o que é certo para mim. Eu não quero ser outra pessoa. Eu não quero ser falso. Eu serei eu, fazendo meu melhor, e se meu melhor não for bom o suficiente, ok, eu aceitarei isso, concluiu.

Lembrete

O trabalho de Graham Potter, no momento, não é bom o suficiente. Apesar de parte do que acontece em campo não se dever exclusivamente ao treinador Blue, ele já tem tempo e apoio da diretoria suficientes para implementar mais e melhor suas ideias. Assim como também precisa demonstrar seu trabalho nos resultados imediatamente.

Por isso, a torcida tem o direito de criticar e questionar, inclusive deve. No entanto, algumas críticas tem passado dos limites, a ponto de Potter precisar denunciar ameaças de morte e abusos que não apenas ele, mas também sua família tem sofrido por conta dos resultados do Chelsea. Isso não é normal.

Mais uma vez: Graham Potter não é intocável e não deve estar isento a críticas. Contudo, a situação está extrapolando limites básicos que ferem, até mesmo, a dignidade dele como ser humano. Isso não é normal nem aceitável em qualquer grau, seja uma ameaça direta ou um comentário que contribua para ataques.

A corrida recente contra o Tottenham

A última derrota do Chelsea para os Spurs foi em 8 de janeiro de 2019, ou seja, são mais de quatro anos de invencibilidade para um dos maiores rivais. Isso, lógico, sem contar a derrota dos Blues nos pênaltis na Carabao Cup da temporada 2020/21, visto que o placar do jogo terminou em empate.

Desde então, portanto, são 12 jogos de invencibilidade do Chelsea que tem nove vitórias nesse período.

Apesar do momento não ser bom, a atmosfera de um clássico muda tudo e, sobretudo, o retrospecto recente e no longo prazo é bastante favorável aos Blues.

Em toda a história do confronto, Blues e Spurs se enfrentaram 144 vezes. Nesse ínterim, são 69 vitórias do Chelsea, 39 do Tottenham e outros 36 jogos que terminaram empatados.

Por sua vez, em termos de gols marcados, a superioridade dos visitantes deste domingo também é considerável. Os Blues marcaram 245 gols enquanto sofreram 188.

No último encontro entre as equipes, Tuchel e Conte protagonizaram uma disputa quente nas áreas técnicas (Reprodução: Getty Images)

Dado o último confronto entre os times em Stamford Bridge, a partida deste domingo promete bastante – apesar de Tuchel não ser mais comandante do Chelsea e Conte ainda estar se recuperando de uma cirurgia na vesícula. De qualquer forma, vencer o Tottenham, no Tottenham Hotspur Stadium, pode representar muito para o trabalho de Potter e para o seguimento da temporada do Chelsea.

O retrospecto é bastante favorável ao time do oeste londrino, porém, a mentalidade e a postura dentro de campo também precisam ser para que, depois de seis jogos, o Chelsea consiga somar novamente três pontos (necessários) na Premier League.

Notícias dos times

Do lado dos Spurs, o departamento médico está bastante movimentado: Rodrigo Betancur, Yves Bissouma, Hugo Lloris e Ryan Sessegnon estão sem condições de jogo e não estarão disponíveis para enfrentar o Chelsea.

Apesar da contratação de Pedro Porro na última janela, o brasileiro Emerson Royal tem dado conta do recado pela ala direita dos Spurs e deve seguir na titularidade. Enquanto no meio campo, Pierre-Emile Hojbjerg deve ter um novo parceiro: Oliver Skipp.

Enfim, a expectativa é que Son retorne a titularidade após ter impacto imediato vindo do banco nas últimas partidas. Por isso, o Tottenham, ainda comandado por Cristian Stellini, na ausência de Conte, deve ir a campo com: Forster; Romero, Dier e Lenglet; Emerson, Skipp, Hojbjerg e Davies; Kulusevski, Kane e Son.

Graham Potter tem desfalques, porém, também terá retornos importantes depois de poupar alguns titulares na derrota para o Southampton. Armando Broja, Christian Pulisic, Edouard Mendy e N’Golo Kanté seguem fora, apesar de Pulisic e Kanté estarem perto de um eventual retorno.

Se juntaram aos quatro lesionados, Cesar Azpilicueta que ainda está passando pelos protocolos de contusão após uma pancada séria na cabeça durante na partida da rodada anterior.

Sendo assim, o Chelsea deve começar a partida contra os Spurs com: Kepa; James, Silva, Badiashile e Chilwell; Loftus-Cheek e Fernandez; Mudryk, Felix e Sterling; Havertz.

Ficha técnica

Jogo: Tottenham x Chelsea

Data: 26 de fevereiro de 2023

Competição: Premier League – 25ª rodada

Local: Tottenham Hotspur Stadium – Londres, Inglaterra

Horário: 10h30 (horário de Brasília)

Árbitro: Stuart Attwell

Category: Conteúdos Especiais

Tags:

Article by: Nathalia Tavares