No primeiro jogo oficial da temporada, o Chelsea vai ao Goodison Park enfrentar o Everton pela Premier League neste sábado (6). Fazendo uma pré-temporada abaixo do esperado e com dificuldades para concluir negócios na janela de transferências, os londrinos chegam com menos reforços do que o esperado. Mas, ainda assim, reforços importantes para Thomas Tuchel que buscará se provar e fechar o gap que existe entre os Blues e equipes como Liverpool e Manchester City.
Por outro lado, o Everton perdeu seu grande nome do ataque e busca mudar a maré depois de sofrer para escapar do rebaixamento na última temporada do campeonato inglês. Nesse sentido, Frank Lampard ganhou reforços importantes para fazer os Toffees serem mais competitivos em 2022/23 e estrear no campeonato em casa pode ser uma boa forma de começar a campanha com o pé direito.
Diante do pontapé da campanha da Premier League, o Chelsea Brasil apresenta o rival da rodada, seus pontos fortes e fracos, bem como relembra o histórico entre as equipes. Logo, o texto serve como “esquenta” para o duelo deste sábado em Merseyside.
A grande escapada
Com a saída de Carlo Ancelotti para o Real Madrid, o Everton teve de buscar um novo nome para comandar sua equipe e Rafa Benitez foi o escolhido. De pronto, Benitez, que também já treinou o Chelsea, sofreu bastantes questionamentos por conta de sua ligação com o Liverpool, um dos grandes rivais dos Toffees. Ainda assim, a diretoria bancou sua escolha.
O início da temporada foi animador com três vitórias e um empate nas primeiras rodadas da Premier League. No entanto, a partir de meados de setembro as campanhas do clube descenderam em queda livre.
Começando pela Copa da Liga, da qual os Toffees foram eliminados ainda em setembro após perderem nos pênaltis para o Queens Park Rangers na terceira rodada. No campeonato inglês, de meados de setembro até fevereiro de 2022 foram 16 partidas: 11 derrotas, três empates e apenas duas vitórias. Com isso, saindo de quarto na PL para 16º em poucas semanas.
Logo, a pressão da torcida sobre Benitez aumentou e a diretoria não conseguiu sustentar seu apoio ao treinador. Ele foi demitido em janeiro e substituído por Frank Lampard. Nesse sentido, o inglês chegou para comandar o time com a grande missão de se afastar da zona de rebaixamento e trazer tranquilidade para uma equipe que, no papel, deveria estar na metade de cima da tabela.
O alívio da permanência
Após a chegada de Lampard, foram 18 rodadas de PL, além dos jogos da FA Cup. Na Copa da Inglaterra, então, o Everton fez uma campanha descente, chegando até as quartas de final, fase na qual foram derrotados pelo Crystal Palace por 4-0 no Selhurst Park.
Por outro lado, no campeonato nacional, a campanha seguiu abaixo do esperado e o flerte com a zona de rebaixamento seguia. Com Lampard no comando, foram seis vitórias, dois empates e 10 derrotas. Portanto, foi apenas na penúltima rodada da Premier League que os Toffees escaparam do rebaixamento após vencerem o Crystal Palace por 3-2 no Goodison Park.
Em suma, o Everton terminou o campeonato com 39 pontos, sendo 11 vitórias, seis empates e 21 derrotas – aproveitamento de 34% ao longo do campeonato.
Histórico do confronto
Chelsea e Everton se enfrentarão pela 133ª vez e o retrospecto mostra uma vantagem dos londrinos. São 51 vitórias do time da capital contra 37 vitórias do time de Liverpool, além de 44 empates. Nesse ínterim, os Blues marcaram 197 gols enquanto os Toffees fizeram 178.
Talvez por ironia do destino, mas o maior goleador do confronto é Frank Lampard que balançou a rede do Everton em 10 oportunidades enquanto jogador do Chelsea. Dentre esses gols, sem dúvidas, o mais memorável é o gol do ex-camisa 8 que garantiu o título da FA Cup sobre o time que ele hoje comanda na temporada 2009/10.
Enfim, o último jogo entre as equipes foi no dia 1º de maio de 2022, também em Goodison Park. Em seu reencontro com o Chelsea, após deixar o comando do clube em janeiro de 2021, Frank Lampard comandou o Everton à vitória pelo placar de 1-0.
Em noite de atuação histórica do goleiro Jordan Pickford, os Blues dominaram, mas não conseguiram finalizar com qualidade. Então, logo na volta do intervalo, Richarlison marcou o gol da vitória dos Toffees, que, naquela oportunidade, estavam desesperados pelos três pontos.
Como chegam os elencos para o confronto?
Os Toffees trouxeram bons para a temporada com bons reforços. Dwight McNeil e James Tarkowski deixaram o Burnley para se juntarem ao time de Merseyside. McNeil não chega para substituir Richarlison, mas é um jovem nome que já tem experiência na Premier League e que apresenta bastante qualidade ofensiva pelo lado esquerdo.
Enquanto Tarkowski sempre foi um dos grandes pilares da defesa do Burnley, em especial pelo alto. No Everton, não deve ser diferente. Logo, sendo um jogador experiente, ele chega para fortalecer um setor que foi bastante frágil ao longo da temporada passada.
Os novos nomes dos Toffees devem começar a partida, mas, apesar da disponibilidade dos reforços, Lampard terá algumas dores de cabeça. Dominic Calvert-Lewin segue se recuperando de lesão e o grande comandante do ataque do Everton não estará disponível para o jogo de sábado. Além disso, Tom Davies, André Gomes e Seamus Coleman também não estarão no plantel.
Do lado do Chelsea, Thomas Tuchel não tem ausências por lesão. Apesar disso, Callum Hudson-Odoi e Ben Chilwell ainda estão retomando a forma após ficarem fora por tempo considerável. Ainda assim, nada que os impeça de estar em campo. Então, a expectativa é de que os visitantes cheguem com força máxima e que as novas contratações, Kalidou Koulibaly e Raheem Sterling, apareçam entre os XI iniciais. Enquanto Marc Cucurella, que concluiu sua transferência para Londres na quinta-feira (4), pode vir a ter alguns minutos, mas provavelmente saindo do banco já que ainda quase não treinou com a equipe.
Falando de tática: o que esperar do Everton
Desde que Lampard assumiu o clube, algumas formações foram testadas. Em primeiro lugar, pela necessidade de resultados imediatos. Agora, por conta de saídas e lesões que fazem com que o treinador pense a organização tática diferente. No entanto, a formação inicial de pouco importa uma vez que ela pode e tende variar ao longo da partida.
Nesse sentido, vale destacar o grande foco tático que os Toffees tem em relação à defesa. Sobretudo por conta da fragilidade que o setor apresentou ao longo da última temporada. A postura defensiva da equipe foi bastante restritiva. Ou seja, dificultando as ações dos adversários no campo de ataque, mas não marcando alto ou pressionando.
Com a chegada de Lampard, a essência se manteve e os adversários seguiram tendo certa liberdade para trocar passes no campo de ataque. No entanto, o inglês promoveu uma pressão maior por parte de seus comandados, não tão intensa, mas maior do que aquela vista anteriormente.
A grande questão é que a pressão promovida pelos Toffees não se mostrou tão eficiente, acima de tudo, por conta da falta de compactação dos jogadores. Logo, sobravam espaços para os adversários saírem da marcação mais apertada e continuarem a construção de seus ataques. Da mesma forma, os espaços entrelinhas são mal ocupados pelos homens de meio de campo, facilitando ainda mais as descidas dos adversários.
Em jogadas de transição defensiva, todos esses aspectos ficam ainda mais evidentes – com isso, escapadas em velocidade podem ser uma boa alternativa para bater a defesa do Everton.
Ofensivamente, as bolas longas buscando Richarlison e Calvert-Lewin eram a principal arma do time. Na ausência dos dois, esse aspecto pode continuar. No entanto, muito mais pelas faixas laterais que para o centro do campo. Contra o Chelsea, especificamente, isso pode se mostrar bastante efetivo ao buscar explorar o espaço deixado com a saída dos alas para o ataque.
Chaves para o Chelsea
Os Blues devem se aproveitar dos espaços deixados pelo Everton e ter paciência e efetividade nas ações de ataque. Como o último confronto demonstrou, os espaços, por vezes, demoram a aparecer, mas aparecem e permitem a construção de boas jogadas. Contudo, é necessário finalizar as boas jogadas com qualidade porque a perda de chances pode levar a um tropeço.
Defensivamente, por outro lado, Tuchel deverá atentar seus comandados em relação às esticadas e escapadas em velocidade, sobretudo pelo lado direito (onde deverá jogar McNeil). Logo, os zagueiros laterais deverão ter muita atenção na cobertura da marcação, enquanto os meio campistas centrais deverão dar suporte na marcação também, ocupando os espaços e pressionando de forma inteligente para levar ao erro do adversário e a possíveis situações de contra-ataque.
Premier League
1ª rodada
Everton x Chelsea
Goodison Park
06 de agosto – 13h30 (horário de Brasília)
Transmissão: ESPN e Star+