Fernando Torres e Chelsea protagonizaram uma parceria caracterizada por oscilações. Por se tratar de investimento muito alto (58.5 milhões de Libras) por parte do Chelsea e pelos poucos gols na conta do espanhol. Entretanto, o “El Niño” foi integrante de planteis vitoriosos e que conquistaram títulos importantes com o clube londrino. Normalmente, quando as pessoas lembram do espanhol no Chelsea, alguns momentos são recordados rapidamente.
Por exemplo, o gol contra o Barcelona na Liga dos Campeões de 2012. Aquele inesquecível 24 de abril de 2012, no Camp Nou, o famigerado gol de 50 milhões de Libras para muitos torcedores. Talvez, o tento marcado por Torres na final da Liga Europa, contra o Benfica, em 2013. Além disso, Torres também conquistou uma Copa da Inglaterra pelo Chelsea. Em outras palavras, três títulos expressivos em Londres e na carreira de Fernando Torres.
Por outro lado, quando me lembro de Fernando Torres, eu recordo de um duelo contra o Queen’s Park Rangers. Um clássico local, no ano de 2012, em Stamford Bridge. Esse jogo será o texto que abordarei na minha primeira edição do Na História.
A torcida em êxtase
Cinco dias depois do empate em 2 a 2 contra o Barcelona, o Chelsea voltava aos gramados londrinos para o clássico local contra o QPR. O jogo foi realizado em Stamford Bridge, com evidente clima de ressaca. A festa pela classificação do Chelsea para a final da Champions League ainda era refletida na euforia dos torcedores. Entretanto, o calendário nacional estava em andamento e um duelo local contra o Queen’s Park Rangers era a próxima missão do Chelsea.
O time londrino era comandado por Roberto Di Matteo e contava em seu plantel com Ramires, Kalou, Malouda e Sturridge. Dentre outros atletas, como Cech, Drogba, Lampard, Terry e o também espanhol Juan Mata. Basicamente, o time que conquistaria a UEFA Champions League contra o Bayern, no Allianz Arena. Embora o futuro do Chelsea em âmbito continental fosse incerto, o presente do Chelsea era o duelo contra QPR. Por isso, a festa – nas arquibancadas – seguiu na Fulham Road. O time londrino tinha executado uma partida perfeita recentemente (contra o Barcelona) e retornava para próximo de seus torcedores.
Todo o cenário de euforia foi presenciado no estádio. Além disso, o bom resultado em Barcelona parecia ter continuado em Londres. Afinal, o Chelsea iniciou o duelo contra o Queens’s Park Rangers de forma arrasadora. Em adição, o destino reservava uma das melhores atuações de Fernando Torres com a camisa do Chelsea.
O jogo
Em 25 minutos de jogo, o Chelsea tinha a liderança no placar. Entretanto, não era qualquer liderança. 4 a 0 em 25 minutos de jogo, diante de um rival local. Sturridge abriu o placar e, 45 segundos depois, John Terry ampliou a vantagem: 2 a 0. Ainda na etapa inicial, Fernando Torres marcou dois gols, e o clima de festa de cinco dias, permaneceu pairando sobre Stamford Bridge.
Torres jogava com confiança e os dois gols no primeiro tempo aumentaram o status de que aquele dia seria o dia dele. E foi. Aos 19 minutos do segundo tempo, o espanhol marcou o terceiro gol dele no embate. O quinto do Chelsea na goleada contra o Rangers. Posteriormente, Florent Malouda deu números finais ao marcador da equipe da casa. Por outro lado, Djibril Cissé descontou para o QPR. 6 a 1 para o Chelsea e primeiro hat-trick de Torres com a camisa do Chelsea.
O jornal The Guardian apontou Fernando Torres como “Man of The Match”, do embate contra o Queens Park Rangers.
Torres e o hat-trick
1º gol – Torres se desloca do setor ofensivo para o meio-campo. Após o movimento, o espanhol recebe a bola próximo ao círculo central e aciona Juan Mata. Mata faz o balanço e propõe o passe para Kalou. O marfinense não domina, faz o passe e já aciona Torres em profundidade. Torres avança no sistema defensivo do QPR e, cara a cara com o goleiro, Torres desloca o arqueiro e empurra para o fundo do gol. 3 a 0 para o Chelsea, com relógio apontando 18 minutos e 40 segundos do primeiro tempo. Aplausos de Roman Abramovich, que dos camarotes, acompanha o duelo entre os rivais.
2- Troca de passes entre os zagueiros e Terry faz o passe para Essien. O “bisão” busca o passe para Kalou, que aciona novamente o centralizado Juan Mata. O espanhol promove a rápida inversão de jogo, causando uma dividida entre o zagueiro e o goleiro do Queens Park Rangers. O zagueiro não afasta o perigo e o goleiro não salva, mas Torres está no momento certo para finalizar. 4 a 0 para o Chelsea e o relógio marca 24 minutos e 12 segundos da etapa inicial.
3- No segundo tempo, um passe em profundidade encontrou Fernando Torres se descolando pelo lado esquerdo. A zaga do Queen’s Park Rangers demorou para se recompor e Torres finalizou para o fundo das redes do goleiro Kenny. 5 a 0 para o time de Stamford Bridge. Abramovich festejando nas tribunas e atletas abraçam o espanhol após a consolidação do hat-trick do El Niño.
… Mas não vingou.
Deste modo, Torres e o plantel de Roberto Di Matteo tornaram o “carnaval” da torcida do Chelsea um pouco mais longo. Posteriormente, o título da UEFA Champions League foi consolidado e a equipe londrina voltou aos festejos. 2012 foi um ano muito positivo ao Chelsea e 2013 seria de uma nova conquista internacional: a Liga Europa.
Porém, a passagem de Torres no Chelsea não foi como clube e atleta desejavam. Em segundo momento, o espanhol assumiu a vaga de Didier Drogba, que se transferiu para o Shanghai Shenhua, mas não conseguiu engrenar. Em suma, o El Niño apenas marcou 45 gols em 172 partidas com a camisa do Chelsea. Entretanto, se abordarmos o duelo contra o QPR, o espanhol teve o seu momento de glória.
Ficha Técnica
Chelsea: Cech, Ferreira, Bosingwa (Hutchinson 81), Terry, Cole, Mata (Malouda 67), Essien, Lampard, Sturridge, Torres, Kalou (Ramires 73).
Substituições não realizadas: Turnbull, Romeu, Drogba, Meireles.
Gol: Sturridge, 1; Terry 13; Torres 19, 25, 64, Malouda 80.
QPR: Kenny, Onuoha, Ferdinand, Hill, Taiwo, Mackie, Barton, Derry, Buzsaky (Traore 66), Cisse, Zamora (Wright-Phillips 78).
Substituições não realizadas: Cerny, Gabbidon, Campbell, Young, Smith.
Cartão amarelo: Barton
Gol: Cisse 84.
Público: 41,675
Árbitro: Howard Webb