O Chelsea Brasil apresenta nesta intertemporada o seu novo quadro: Histórias do Bridge. A cultura, os costumes, as atrações e a relação das ruas que cercam o estádio dos Blues serão abordadas nesta série, que começa agora.
The Butcher’s Hook, Stamford Bridge e o surgimento do Chelsea
No bairro Hammersmith e Fulham, em Londres, estão o The Butcher’s Hook e o Stamford Bridge. De pronto, ambos estão localizados numa região situada ao oeste de Kensington e Chelsea, ao sul de Brent e ao norte do Rio Tâmisa. Mas você sabe qual é a relação entre os dois?
De antemão, foi neste local onde surgiu o Chelsea Football Club, em 10 de março de 1905. No estabelecimento, à época, chamado The Rising Sun, estavam o empresário Henry Augusts ‘Gus’ Mears, acompanhado do seu irmão Joseph e do seu cunhado Henry Boyer.
Além dos citados, se faziam presente no local o proprietário do pub e seu sobrinho. Atualmente, a distância que separa o The Butcher’s Hook do Stamford Bridge é de pouco mais de 300 metros, segundo o Google Maps.
Futebol: um sonho de família
Antes disso, vale pontuar que a família Mears havia comprado o Stamford Bridge, em 1896. Contudo, só foi possível se tornar proprietário do imóvel após a morte do antigo dono. Fato este, que ocorreu em 1904, conforme legislação vigente naquele período.
Todavia, Gus e Joseph Mears tinham a intenção de trazer grandes confrontos para o Stamford Bridge, mas encontravam adversidades. A primeira tentativa foi adquirir o Fulham, sem sucesso. Depois disso, quase venderam o Stamford Bridge para uma companhia que iria efetuar a ligação ferroviária entre Londres e a região oeste da Inglaterra. Por fim, decidiram criar o Chelsea.
As transformações do The Butcher’s Hook ao longo do século
De acordo com o repórter Edward Sullivan, o The Butcher’s Hook, em 1905, tinha como um dos seus utensílios de decoração uma escarradeira. Tal recipiente foi utilizado entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX por fumantes e por pessoas com tuberculose. Sua utilidade? Eliminar o catarro.
Do mesmo modo, o local era frequentado por acompanhantes de luxo e por vagabundos, segundo a reportagem do jornal Evening Standard. Por outro lado, a grande sala localizada no térreo do estabelecimento, onde os fundadores se reuniram, hoje é dividida em duas partes com assentos. Uma delas, destinada para não fumantes.
Em síntese, o pub atende torcedores em dias de jogos e promove shows. Apesar disso, a reportagem apresenta um processo de elitização do The Butcher’s Hook. Ao passo que, hoje o estabelecimento conta com cervejas, uma extensa carta de vinhos e pratos dos mais variados gostos e preços.
Elitização e mudanças na vizinhança
Da mesma forma, o processo de elitização foi percebido e citado pelo @StamfordChidge em um texto publicado pelo portal ChelseaFanCast. O torcedor acostumado a frequentar os pubs desde a década de 80 afirma que o The Butcher’s Hook era apenas um local onde as pessoas se dirigiam para celebrar as vitórias com cerveja.
No entanto, hoje, o local parece mais um restaurante para servir comidas e bebidas para pessoas com maior poderio financeiro. Por fim, o autor do texto relata ainda uma diminuição no número de pubs, restaurantes e bares ao longo dos anos.
Entre os motivos citados para tal ocorrência estão uma possível elitização dos estabelecimentos. E, igualmente, pelo incômodo de uma parcela dos moradores da região, com o público que frequentava as partidas.