
Os clubes ingleses, como os europeus, estão em pleno final de temporada no futebol inglês e, felizmente para o Chelsea, isso pode significar mais um título da Barclays Premier League para o museu de Stamford Bridge e mais um aviso de que a equipe vem evoluindo cada vez mais desde a chegada de José Mourinho para comandá-la.
Atualmente, o clube londrino ocupa a primeira colocação, com 80 pontos em 34 jogos, e, de fato, está numa situação muito confortável. Mas na temporada passada o Chelsea também estava bastante confortável na tabela da Premier League, que dava até para gozar dos adversários diretos na disputa do campeonato naquela temporada (2013/2014), e infelizmente a nossa equipe oscilou muito contra equipes menores, deixando brechas e permitindo que o campeão da edição passada da Premier League (Manchester City), nos ultrapassassem e que conquistassem o título.
Muitos torcedores, jogadores, treinadores e jornalistas chegaram a afirmar que a equipe de José Mourinho perdeu o campeonato para ela mesma, no sentido de que os Blues foram excelentes contra as equipes diretas (Liverpool, Manchester City, Arsenal e etc.), e que contra as equipes de níveis técnicos frágeis, a equipe acabou empatando demais ou perdendo. Realmente, foi muito decepcionante, pois além de perder a concorrência pelo título inglês, acabou sendo eliminado nas semifinais da UEFA Champions League daquela temporada.
É claro que a situação atualmente é muito mais bem confortável que a da temporada passada, pois os azuis de Manchester tinham jogos a menos, o que facilitou o alcance dos azuis de Londres na tabela, mas ter cautela e jogar de forma correta para acabar com toda essa expectativa é melhor, mesmo que já adiantar a conquista para o lado azul de Londres não seja nada demais.
Com isso, o Chelsea Brasil resolveu relembrar uma partida que nos tirou praticamente a chance da conquista pela Premier League da temporada passada, na qual os Blues perderam por 1 a 0, além do emocional ficar abalado.

O jogo anterior que depois sucederia a partida contra os The Eagles foi a goleada dos Blues sobre o rival Arsenal por 6 a 0, no Stamford Bridge, o que concedia a equipe ficar bastante animada para a caminhada pelo título naquela temporada e também para vencer o próximo Derby que iria jogar. Sendo que não ocorreu nada disso, simplesmente o Crystal Palace surpreendeu e venceu.
A partida começou truncada, com poucas chances para ambas equipes e muita movimentação sem sucessão de um grande lance, ocorrendo mais bolas rifadas e troca de passes. O apoio das torcidas era notável, um show tanto do lado da torcida do Chelsea, quanto a do Crystal Palace.
Com dez minutos de partida, duas faltas, uma tentativa de jogada de Hazard pela direita, que logo após sucedeu em um bom tempo de soberania ofensiva dos Blues na grande área dos Eagles. A primeira jogada de perigo foi um lateral arremessado na área, na qual Fernando Torres ganhou na disputa dos defensores, mas foi bloqueado na hora de chutar.
Aos 13 minutos, David Luiz sofreu falta de Bolasie, do Palace, que recebeu cartão amarelo. Vale ressaltar que o rival de Londres apostava nos cruzamentos pelo lado esquerdo. Com isso, Ivanovic sofria com as subidas do time da casa. Nos 17 minutos, Azpilicueta fez ótima jogada pela esquerda e cruzou para Schürrle. O alemão deu um carrinho para atingir a bola, mas não teve sucesso no lance, mandando-a para fora. Alguns minutos depois, Puncheon recebeu o cartão amarelo após jogada violenta em cima de Azpilicueta.
Alguns minutos depois, Torres recebeu grande lançamento, dominou a bola e invadiu a área. Na dividida com defensores, o espanhol caiu dentro da área. O juiz mandou seguir. Com 24 minutos, o jogo estava bastante equilibrado, sem nenhum time soberano na partida. Até o momento, a única grande chance da partida foi a de Schürrle, que foi mal aproveitada, e em seguida, Bolasie arriscou e a bola passou muito longe do gol de Cech.
O Crystal Palace crescia na partida, e o rival londrino conseguiu atacar bastante a área de Cech com facilidade, mas a defesa dos Blues mostrava segurança. Jerome apostou corrida com Cahill, o atacante entrou na área e foi travado fortemente quando visava a finalização. A torcida pediu penalidade, mas o juiz nada marcou. Na jogada seguinte, o jogador do Palace fez boa jogada e a bola bateu na mão do capitão John Terry, que sucedeu em uma falta perigosa para os mandantes, que não ameaçou muito ao Cech, defendendo com tranquilidade a cobrança.
O Chelsea evoluía na partida, com isso chegou novamente aos 33, quando Hazard fez ótima jogada pela direita, passou três defensores e cruzou e a zaga do Palace afastou. Após o lance do belga, o clube de Selhurst Park estava conseguindo chegar com mais perigo ao gol do Chelsea, tanto em quantidade como qualidade. Porém, aos 39, em cobrança de falta, Lampard cruzou e Terry resvalou de cabeça. A bola foi por cima da rede do Palace.
Os últimos seis minutos de tempo regulamentar consistiu em ataques sem perigo do Chelsea e uma boa atuação das duas linhas de quatro atletas dos Eagles. O Chelsea teve oportunidades de abrir o placar, já o Palace reclamou de uma penalidade máxima não marcada. Terminou 0 a 0 o primeiro tempo.

No segundo tempo, José Mourinho fez uma troca de brasileiros: tirou David Luiz e colocou Oscar. Com isso, o Chelsea mostrava uma postura diferente do primeiro tempo. Mais agressivo e pressionando o Palace nos minutos iniciais. Aos 49, após cruzamento, Terry recebeu a bola dentro da área, mas não conseguiu dominar. O zagueiro perdia uma oportunidade praticamente clara.
Na jogada seguinte, o lateral do Palace cruzou pela esquerda e Terry desviou contra o próprio gol, que infelizmente foi indefensável para Petr Cech, que apenas olhou para a bola entrando na rede. Enfim, aos 50 minutos o placar marcava 1 a 0 para os mandantes.
Até que um pouco depois do gol, o Chelsea não se abalou tanto, tentou várias jogadas, como a de Hazard, que chutou de fora da área e o goleiro do Palace fez incrível defesa. Como dito, após o gol, o Blues acordaram: enquanto Schürrle pressionava de um lado, Hazard infernizava do outro. Aos 55, Ivanovic recebeu de fora da área e arriscou para fora. Boa chance. No mesmo minuto, Lampard deu lugar ao egípcio Salah.
O Chelsea conseguia manter a posse da bola e o Palace apostava nos contra-ataques. Em um dele, Puncheon recebeu em diagonal e finalizou com perigo para fora. Na jogada seguinte, em outra cobrança de falta, Oscar alçou bola na área e Terry desviou a bola perigosamente. Os Blues não davam espaço para o Palace puxar o contra-ataque, mas não conseguia aproveitar as situações claras de gol. Ivanovic desperdiçava cruzamentos e o meio-campo dos azuis de Londres não conseguiam penetrar a área adversária. O jogo chegava aos 70 minutos e o 1 a 0 persistia no placar.
Aos 72 minutos, Oscar arriscou e foi travado. A bola sobrou para Hazard, que chutou para a defesa milagrosa do arqueiro mandante. No contra-ataque, o Palace acertou a trave com Jerome. O Palace defendia igual ao Chelsea nos bons momentos, e o Chelsea atacava igual ao Palace em vários momentos. Aos 79 minutos, O Palace finalizou mais uma vez, de fora da área. Cech espalmou para fora. No escanteio, o time mandante não levou perigo ao gol do tcheco.
O tempo ia se esgotando e o Chelsea não conseguia levar perigo ao Crystal Palace. Os Blues apostavam nas bolas paradas e nos cruzamentos, mas todas as oportunidades eram efetuadas de forma pífia. Torres teve uma oportunidade aos 88, mas finalizou de forma displicente para fora. O árbitro deu quatro minutos de acréscimo, o Chelsea já estava no desespero, e acabou apostando nas jogadas de ligação direta, mas sem sucesso.
Então, a partida terminou, Crystal Palace 1 a 0 sobre os Blues, e com isso acabou o sonho do Chelsea de ganhar a Premier League. Além disso, abalou bastante a equipe. Felizmente, a equipe superou um pouco esse estado de “trauma”, uma vez que até o final da temporada conseguiu fazer alguns bons resultados, como o 2 a 0 sobre o Liverpool em pleno Anfield.
Vale lembrar que antes da partida, tudo apontava a vitória do Chelsea, além da superioridade técnica da equipe de José Mourinho, o histórico também apontava vantagem numérica totalmente favorável aos azuis de Londres, de cinco jogos e cinco vitórias para o lado do Blues.
A zebra pode até acontecer novamente, mas algo diz que José Mourinho não quer perder a chance de ganhar o título em casa e de ser aplaudido pelos jogadores do Liverpool. Portanto, o título vai ser azul!