O final de semana é marcado por uma grande final e o Chelsea Brasil traz mais um “Como Joga”, escrito por Pedro Bueno. Em síntese, nosso colaborador apresenta o rival da rodada, seus pontos fortes e fracos. Por fim, o texto serve como “esquenta” para o duelo desta decisão do Mundial de Clubes.
Em maio de 2021, Mason Mount fez um belo lançamento e Kai Havertz passou por Ederson para marcar o gol do ano. Aquele tento fez com que o Chelsea fosse campeão da competição mais complicada do mundo, a Liga dos Campeões. Como resultado, o time inglês ganhou uma vaga em um torneio de tiro curto. O Mundial de Clubes começou ainda nos primeiros dias de fevereiro de 2022 e, segundo a proposta do torneio, definirá qual é o “melhor time do mundo”. E a final envolve os Blues e um clube brasileiro.
Na tarde deste sábado (12) às 13:30 (horário de Brasília), o Chelsea enfrenta o Palmeiras no estádio Mohammed Bin Zayed, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. O jogo válido pela grande decisão do Mundial de Clubes terá transmissão da Band, do Bandsports e pelo site oficial da emissora.
Sem mais delongas, chegamos a mais um “Como Joga” e a partir de agora você vai conferir estatísticas, curiosidades e como joga a equipe rival!
É nosso conhecido
Não é a realidade dos torcedores do Chelsea ao redor do mundo, visto que, provavelmente, estes assistirão uma partida do Palmeiras pela primeira vez na vida. Mas para os brasileiros, trata-se de um velho conhecido na final do Mundial de Clubes.
Os Blues enfrentarão o Verdão neste sábado e quem vencer a final erguerá pela primeira vez a taça de campeão mundial da FIFA, isso porque os clubes ainda não conquistaram o torneio. O Chelsea foi vice em 2012, frente ao rival do Palmeiras, o Corinthians, enquanto o Palmeiras sequer chegou à final na última temporada e ficou em quarto lugar.
A grande questão desta final é que a importância do título é muito maior para um lado. O futebol brasileiro sempre valoriza mais o Mundial de Clubes que o futebol europeu, porém o caso do Palmeiras é ainda mais específico. A equipe é muito criticada por não ter sido campeã mundial principalmente porque todos os rivais paulistas – Corinthians, São Paulo e Santos – já venceram. Ou seja, trata-se da grande obsessão palmeirense.
Enquanto isso, o título para o Chelsea é importante, até porque é o troféu que falta para que o clube. Mas não é algo que transformará o ano dos Blues, que tem objetivos principais garantir a classificação para a próxima Champions League. Além de buscar o título de alguma das copas nacionais e, pelo menos, ir longe na fase final da Liga dos Campeões.
Ritmo diferente
A maior diferença entre os clubes pode ser o preparo físico. Mesmo sendo um time mais qualificado e com um investimento bem maior, o Chelsea está bem desgastado fisicamente, sofrendo com lesões e caminhando para os meses finais da sua temporada. Enquanto isso, o Palmeiras está em um momento bem diferente.
O time paulista iniciou a temporada recentemente e fez apenas quatro partidas do estadual antes de viajar para Abu Dhabi. E o desempenho do Verdão contra os modestos clubes do interior foi bom: foram três vitórias e um empate nos quatro jogos iniciais da temporada.
Uma curiosidade é que a última derrota do Palmeiras aconteceu em 20 de novembro, antes do clube se tornar tricampeão da América. O revés frente ao Fortaleza, no estádio do Castelão, em 20 de novembro, foi o último grande tropeço do Palmeiras. Depois disso, o clube paulista entrou em campo em dez oportunidades: sete vitórias e três empates.
E este ritmo de jogo diferente do Palmeiras pode ser uma justificativa para o bom jogo palmeirense na semifinal do Mundial. Na última terça-feira (8), o Verdão bateu o Al Ahly por 2 a 0 sem correr riscos e chega confiante em busca do grande título da sua história.
Como joga?
O Palmeiras e o mundo do futebol sabem que qualquer elenco do futebol brasileiro é inferior que os grandes clubes europeus. Além disso, a preparação física e tática dos atletas são bem distintas. Mesmo assim, o futebol possibilita jogos equilibrados e o atual momento palmeirense indica que o clube inglês não terá vida fácil.
Se ambos os clubes estiverem concentrados e focados no objetivo de erguer a taça no fim da partida, é certo que acompanharemos uma partida bem truncada, onde o grande objetivo é não dar espaço para o adversário. Esta tendência surge ao observar o confronto de ideias de Thomas Tuchel e Abel Ferreira.
O técnico português é conhecido como um grande estrategista e foi com as suas boas ideias táticas que ele bateu o Atlético na semifinal da Libertadores e depois venceu o Flamengo na final, possibilitando a ida do clube à Abu Dhabi. Certamente, Abel não está descansando nesta véspera do jogo, mas sim estudando brechas que o Chelsea pode dar para o Palmeiras.
Até por isso, o time paulista pode explorar o lado esquerdo da defesa do Chelsea, principalmente se Marcos Alonso, ala que ataca bastante e apresenta problemas defensivos, estiver em campo. Tuchel pode optar por Malang Sarr na esquerda, dando mais consistência à defesa.
O último ponto curioso desta parte tática é que, nos últimos jogos decisivos, Abel está usando um esquema muito semelhante à ideia de Tuchel: um 3-4-2-1. No entanto, o perfil diferente dos atletas faz com que as equipes atuem de uma forma diferente dentro de campo.
Os jogadores
A defesa
O Palmeiras inicia a sua escalação com um jogador que sem dúvidas estará na Copa do Mundo de 2022. Mesmo falhando na semi e sendo salvo pela irregularidade na jogada, Weverton é um goleiro que está em outro patamar e pode ser decisivo nesta final.
Na defesa, o Palmeiras conta com uma defesa com três zagueiros, onde apenas dois são desta posição originalmente. Pela direita, Gustavo Gómez é, para muitos, o melhor zagueiro do futebol brasileiro e tem uma grande liderança dentro do elenco palmeirense. No centro, Luan evoluiu bastante nos últimos meses e fez uma ótima partida frente ao Al Ahly. Pela esquerda, o lateral de origem, Piquerez, está indo muito bem e ajuda bastante na saída de bola.
Pelas alas, o Verdão conta com perfis diferentes de jogadores. Na direita, o experiente Marcos Rocha é um lateral de origem, mas quase nunca vai ao fundo e tem uma postura mais defensiva do que o seu companheiro da esquerda. Na outra ala, Gustavo Scarpa é um meia que está se saindo muito bem na ala. O inteligente e criativo camisa 14 tem uma função muito construtora pela esquerda e faz movimentos internos, tentando confundir a marcação adversária.
Até por estas características, em algumas situações, a linha de três zagueiros se encaixa com Marcos Rocha, formando a tradicional linha de quatro, enquanto Scarpa realiza outros movimentos como um meia.
Meio e ataque
Centralizados e “carregando o piano”, o Palmeiras conta com uma ótima dupla de volantes. Danilo é uma promessa palmeirense e tem muita personalidade para conectar defesa e ataque. Já Zé Rafael é o motorzinho da equipe, dá combate em qualquer região do campo e é muito importante, mesmo aparecendo pouco em algumas situações.
Já no ataque, o Verdão tem três atacantes, onde nenhum fica fixo. Dudu é o grande ídolo da equipe, gosta de momentos decisivos e jogou muito bem na última partida. Assim como Raphael Veiga, atleta que está se especializando em aparecer nos momentos mais importantes.
Mesmo com características diferentes – sendo simples, Veiga é armador e Dudu é “ponta” -, os atletas trocam muito de posição e confundem a marcação, enquanto abrem espaço para as penetrações de Rony. O ponta joga mais centralizado, mas flutua bastante e gosta de aproveitar o espaço nas costas da linha de defesa do rival.
A escalação
Sendo assim e se Abel Ferreira não surpreender com uma mudança justamente para o possível jogo mais importante da história do Palmeiras, a equipe brasileira enfrentará o Chelsea com Weverton; Gómez, Luan e Piquerez; Marcos Rocha, Zé Rafael, Danilo e Scarpa; Dudu, Rony e Veiga.