Como joga: o Tottenham é o adversário do Chelsea neste domingo

O final de semana é marcado por um grande clássico de Londres e o Chelsea Brasil traz mais um “Como Joga”, escrito por Pedro Bueno. Em síntese, nosso colaborador apresenta o rival da rodada, seus pontos fortes e fracos. Por fim, o texto serve como “esquenta” para o duelo desta 24ª rodada na Premier League.

Antes de falar deste clássico crucial, é necessário destacar que as últimas atuações do clube de Londres não foram as ideais. No fim de semana passado, o time perdeu para o grande candidato ao título Manchester City. Nos dias seguintes, a equipe apenas empatou com o Brighton, ou seja, perdeu cinco dos últimos seis pontos disputados na Premier League. Por causa disso, o time de Thomas Tuchel almeja reencontrar a confiança e nada melhor que vencer um clássico.

O grande jogo da rodada 24 da Premier League acontecerá no domingo (23) às 13h30, em Stamford Bridge. O Chelsea receberá o Tottenham e as equipes londrinas protagonizarão um grande clássico que é decisivo. Se os Spurs vencerem, a equipe de Conte poderá se aproximar dos Blues, que estão em terceiro, visto que eles possuem incríveis quatro jogos a menos. Enquanto isso, o Chelsea sonha com a possibilidade de se aproximar do líder Manchester City.

Sem mais delongas, chegamos a mais um “Como Joga” e a partir de agora você vai conferir estatísticas, curiosidades e como joga a equipe rival!

Como diria o “poeta”…

Algumas frases são marcantes no futebol, porém poucas são tão cômicas como “clássico é clássico e vice-versa”. Algum “poeta” criou este ditado há algumas décadas, diversas pessoas repetiram e a frase é usada para mostrar que clássico não existe muito prognóstico.

O Chelsea é obviamente mais time e, por isso, está em terceiro, foi campeão da Champions e está no mata-mata desta edição. Porém, o outro time londrino vive um momento melhor dentro da Premier League, principalmente depois de um jogo tão impressionante como o confronto com o Leicester na última rodada. 

Como forma de coroar o bom momento no Campeonato Inglês, os Spurs protagonizaram uma das grandes reviravoltas da sua história. A equipe estava perdendo para o Leicester até os 95, porém Steven Bergwijn empatou e virou a partida aos 97. Um placar inacreditável que, certamente motivará a equipe do norte de Londres neste clássico.

Já os Blues se apegarão ao retrospecto recente e às duas vitórias frente ao rival neste mês de janeiro. Os clubes se enfrentaram na EFL Cup em janeiro e o Chelsea passou por cima, alcançando uma classificação indiscutível.

Um jogo cheio de detalhes. Um clássico único. Como diria o poeta, clássico é clássico e vice-versa.

O Tottenham chegou

Os Spurs começaram a temporada com Nuno Espírito Santo, porém o português não foi bem e a demissão aconteceu no início de novembro. Com a saída do ex-treinador do Wolverhampton, um velho conhecido dos torcedores do Chelsea foi contratado. Antonio Conte assumiu o time e vive um ótimo momento na liga inglesa: são nove partidas de Premier League e os Spurs ainda não perderam.

Com esta boa sequência invicta, o clube de Londres se aproximou da luta pelas vagas na próxima UEFA Champions League. O Tottenham conquistou 36 pontos e está na sexta posição, porém é importantíssimo ressaltar que a equipe – por causa de um surto de COVID-19 – teve quatro partidas adiadas. Por exemplo, o terceiro colocado Chelsea tem 44 pontos em 23 jogos. Ou seja, é uma vantagem de apenas oito pontos, mesmo tendo disputado quatro partidas a mais.

Por isso, o jogo deste domingo é tão importante. Em uma análise de pontos perdidos, a qual é a melhor forma de observar uma tabela com tantos jogos adiados, o Chelsea já desperdiçou 25 pontos, enquanto o Tottenham perdeu apenas 21. Logo, a equipe de Antonio Conte deixou menos pontos pelo caminho.

Com a possibilidade de ultrapassar o rival caso vença as partidas adiadas e principalmente o clássico, o Tottenham está muito motivado. Por outro lado, a equipe de Thomas Tuchel quer encerrar esta ascensão dos Spurs.

Mais números

Para entender mais como joga o Tottenham e como deve ser o jogo deste domingo, é necessário destacar mais alguns números. O Tottenham sofreu apenas 22 gols nesta Premier League e possui a quinta melhor defesa da competição. Mas enfrentará o terceiro time que menos foi vazado. Portanto, a tendência é uma partida de poucos gols.

Além disso, apenas o Wolverhampton marcou menos gols que o Tottenham entre os 14 primeiros colocados da Premier League. Com somente 26 gols feitos, os Spurs são econômicos – como exemplo, o Chelsea fez 46 gols até então. 

Uma grande curiosidade da atual campanha do time do norte de Londres é que o desempenho contra o Big Six é pífio e a exceção é justamente contra o líder da Premier League. Em 2021/22, o Tottenham enfrentou os rivais mais poderosos sete vezes: perdeu quatro jogos, empatou em duas oportunidades e só venceu o Manchester City, na rodada inaugural da Premier League. 

E o interessante para os torcedores do Chelsea é que três destas quatro derrotas do rival foram justamente contra os Blues.

O histórico do confronto

Como dito anteriormente, o Chelsea já venceu três vezes o Tottenham nesta temporada e o retrospecto recente do clássico é impressionante. Caso derrote o rival mais uma vez nesta temporada, o clube azul de Londres será o primeiro time desde o Manchester City de 2013/14, contra o West Ham, a vencer quatro jogos contra o mesmo clube na Inglaterra.

Além disso, a sequência invicta no retrospecto chama a atenção. Nos últimos dez clássicos, o Chelsea venceu oito vezes e houve dois empates. Assim, o time azul está dominante no clássico. Com quatro vitórias seguidas e dez jogos de invencibilidade, os Blues estão confiantes.

Outro dado que impacta é que o Tottenham marcou somente três gols nestes dez últimos jogos e não balança as redes do rival desde setembro de 2020. Já são cinco jogos seguidos contra o Chelsea sem fazer gol e o Tottenham nunca passou seis partidas na sua história contra um adversário sem fazer gols. 

Seguindo nesta análise da supremacia do Chelsea nos números, a história indica uma larga vantagem desde o primeiro jogo entre os clubes, o qual aconteceu em 1909. Em 172 confrontos, o Tottenham derrotou o rival 54 vezes, houve 42 empates e o Chelsea bateu o rival em incríveis 76 oportunidades.

Já na Premier League, o domínio do time azul fica ainda mais evidente. Em 59 partidas disputadas no Campeonato Inglês desde 1992, o Chelsea venceu 32 partidas, houve 20 empates e o Tottenham só bateu o rival sete vezes na PL, um número incrivelmente baixo.

O jogo anterior

O Chelsea já enfrentou e derrotou o Tottenham em três oportunidades nesta temporada. Em 19 de setembro, o clube azul bateu o rival por 3 a 0, fora de casa, pela Premier League. Já neste mês de janeiro, nos dias 05 e 12, os Blues derrotaram os Spurs por 2 a 0 e 1 a 0, se classificando para a final da EFL Cup com facilidade. Na última partida, Antonio Rüdiger, marcou o gol da vitória em um cabeceio fatal.

Como joga?

Como ressaltado anteriormente, não se trata de um jogo normal. Um clássico que parará Londres neste domingo chama a atenção e provoca mudanças táticas exclusivas para a partida. O Tottenham vive ótimo momento na Liga Inglesa, ostenta a sequência de nove jogos invictos e está confiante depois de uma grande virada, porém os números recentes contra o Chelsea – principalmente as duas partidas deste mês – devem acarretar mudanças no time de Antonio Conte.

O intenso treinador dos Spurs deve “ter quebrado a cabeça” várias vezes nestes últimos dias para conseguir uma artimanha correta para confrontar o Chelsea, já que o time não conseguiu jogar em nenhuma das duas partidas da EFL Cup. É provável que os Spurs tenham uma pegada ainda mais alta para evitar que os Blues joguem, já que a marcação frouxa das últimas partidas desagradou a torcida e Antonio Conte.

E além de aproveitar o momento irregular do Chelsea, o rival possui apenas dois desfalques contra um time de Tuchel completamente desfalcado, principalmente na defesa. O time azul não conta com Edouard Mendy, Reece James, Trevor Chalobah, Andreas Christensen e Ben Chilwell, enquanto os Spurs só estão sem contar com Heung-Min Son e Christian Romero.

Por causa da ausência de Son, Conte deve mudar o sistema tático do tradicional 5-2-2-1 para um 5-3-2, onde a equipe terá mais força no meio-campo e tentará impedir qualquer trama dos Blues pelo meio.

Os jogadores

Começando pela meta, o Tottenham conta com o campeão mundial Hugo Lloris, que está motivado após renovar com o clube inglês até 2024. Já no trio defensivo, os Spurs contam com Davinson Sánchez, Eric Dier – recuperado de lesão – e Ben Davies, atleta que é lateral de origem, porém está atuando como zagueiro pela esquerda, cuidando da cobertura das subidas do bom ala-esquerda.

Provável escalação dos Spurs. Reprodução ShareMyTatics.com

O time conta com Sérgio Reguilón pela lateral-esquerda e o espanhol já teve bons e ruins momentos com a camisa dos Spurs. Pelo outro lado, ainda na linha de cinco do Tottenham, clube do norte de Londres conta com o brasileiro Emerson Royal. O ex-jogador do Atlético-MG e Barcelona é uma promessa, foi convocado por Tite e é titular absoluto, mas não vem atuando bem recentemente e pode deixar espaços interessantes para o time de Tuchel.

No meio, Antonio Conte deve contar com um trio mais físico e marcador, aproveitando que Son está lesionado. Lado a lado, Oliver Skipp, Harry Winks e Pierre-Emile Hojbjerg protagonizam um trio bem marcador, onde Winks é quem cadencia com maior frequência, enquanto Hojbjerg é o mais habilidoso e deve aparecer na área.

Já no ataque, o Tottenham conta com uma dupla de ataque perigosa. Lucas Moura e Harry Kane se complementam bastante e sempre dão trabalhos quando jogam juntos, visto que ambos atuam centralizados e trocam muito de posição. Em alguns momentos será possível ver o brasileiro mais à frente, enquanto o inglês buscará o jogo e armará. Mesmo sendo ponta-direita de origem, Lucas “deixa” a ponta para os importantes alas.

A escalação

A tendência é que o time de Antonio Conte entre em campo com Lloris; Emerson, Sánchez, Dier, Davies e Reguilón; Skipp, Hojbjerg e Skipp; Kane e Lucas Moura.

 

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Article by: Pedro Bueno