O final de semana é marcado por um dos maiores jogos do século XXI e o Chelsea Brasil traz mais um “Como Joga”, escrito por Pedro Bueno. Em síntese, nosso colaborador apresenta o rival da rodada, seus pontos fortes e fracos. Por fim, o texto serve como “esquenta” para o duelo desta 13ª rodada na Premier League.
A última semana do Chelsea serviu para o clube se consolidar como dono de um futebol do mais alto nível e ganhar ainda mais respeito ao redor do mundo. Após vencer o Leicester por 3 a 0, fora de casa, a equipe de Thomas Tuchel atropelou a Juventus por 4 a 0 pela Champions League, assumiu a liderança do grupo H e se classificou para o mata-mata. O líder da Premier League vive ótimo momento e quer seguir com grandes atuações mesmo enfrentando um gigante inglês.
Neste domingo, no grande jogo do final de semana inglês, o Chelsea recebe o Manchester United no Stamford Bridge. A partida que será realizada neste dia 28 de novembro, às 13:30, contará com transmissão da ESPN Brasil e Star+.
Sem mais delongas, chegamos a mais um “Como Joga” e a partir de agora você vai conferir estatísticas, curiosidades e como joga a equipe rival!
Trocando o comandante
É sempre complicado trocar o pneu com o carro andando, porém é ainda mais preocupante permanecer com o pneu claramente furado. Com o perdão da metáfora automobilística, é necessário destacar que o momento do Manchester United não é nada bom e a trocar o comandante era a única saída.
Após a saída de José Mourinho, Ole Gunnar Solskjaer assumiu o comando dos Red Devils. A passagem do ex-atacante, que foi ídolo no United, se iniciou em 19 de dezembro de 2018 e terminou no último domingo, 21 de novembro de 2021. O Manchester United perdeu mais uma partida e, desta vez, o Watford atropelou. 4 a 1 no placar e a demissão do treinador foi confirmada no dia seguinte à partida, já no domingo.
Para o lugar do atacante que fez o gol do título da Champions de 1998/99, o Manchester United colocou um técnico provisório que também é marcante na história do clube: Michael Carrick. O ex-volante comandou a equipe no meio de semana frente ao Villarreal e estará na área técnica frente ao Chelsea. No entanto, a partida deste domingo pode ser uma das últimas de Carrick nesta passagem como treinador.
Os Red Devils trocaram o comandante com o intuito de buscar um bom nome no mercado com rapidez. Contudo, mudaram de opinião rapidamente e a ideia, segundo jornalistas locais, é contratar um técnico interino até o fim da temporada. O alemão Ralf Rangnick está próximo de assinar até o fim da temporada como treinador do United. Porém, depois do fim de 2021/22, um novo e mais renomado treinador deve ser anunciado para ficar de forma definitiva, ou seja, a tendência de esperar até o fim da temporada indica que o clube deve buscar algum treinador empregado.
A atual temporada
O Manchester United demitiu um ídolo que estava no comando do clube há quase três anos e vai optar por algumas outras opções que o escasso mercado lhe oferece. Mas por quê? A explicação da demissão fica evidente ao analisar os números e, principalmente, as atuações do clube vermelho.
Na Premier League, os Red Devils estão na nona colocação e conquistaram 17 pontos em 12 partidas, ou seja, têm aproveitamento menor que 50%. São cinco vitórias, dois empates e cinco derrotas, tendo marcado assim 20 gols e sofrido 21 tentos. Portanto, o Manchester United possui saldo negativo no atual Campeonato Inglês, uma estatística vergonhosa.
A título de exemplo, o time vermelho entrou em campo pela PL sete vezes desde 25 de setembro: venceu um jogo, empatou outra partida e perdeu cinco vezes, isto é, a equipe conseguiu a façanha de somar apenas quatro dos últimos 21 pontos.
Outro fato importante é que o Manchester United sofreu goleadas inacreditáveis neste recorte de jogos. Além da goleada por 4 a 1 contra o Watford na última rodada, a equipe perdeu para o Liverpool por 5 a 0 há um mês, em um passeio histórico.
Outras competições
Para também evidenciar a má gestão de Ole, vale destacar que o time já foi eliminado da EFL Cup, porém o adversário não era um simples rival. O West Ham é a grande surpresa das últimas temporadas do futebol inglês e eliminou o United após vencer por 1 a 0 em Old Trafford.
O contestadíssimo trabalho de Solskjaer só foi se arrastando por causa dos bons resultados na Champions League. Na verdade, o brilho individual de algumas peças, com destaque para Cristiano Ronaldo, deram uma sobrevida para o técnico.
Na competição europeia, a equipe, assim como o Chelsea, se classificou no meio de semana e precisa só de um empate para ser líder do grupo. A vitória no meio de semana sobre o Villarreal por 2 a 0 aliviou um pouco a tensão dos Red Devils. Os gols deste jogo foram marcados por Jadon Sancho e, obviamente, Cristiano Ronaldo.
Histórico do confronto
No início do texto, o redator afirmou que trata-se de um dos maiores jogos do século XXI sem nenhuma pesquisa que realmente indique isso. Porém, na opinião de todos, ter os dois mais vencedores clubes ingleses no século significa que trata-se de uma enorme partida. Além de ser um confronto do Big Six, Chelsea e Manchester United criaram uma enorme rivalidade no fim da última década.
No entanto, mesmo com uma grande rivalidade neste século, o time vermelho tem uma certa vantagem histórica frente à equipe azul. Em 189 confrontos, o Manchester United venceu 78 vezes, houve 57 empates e o Chelsea saiu de campo com a vitória em 54 oportunidades.
E os números recentes também indicam superioridade: nas últimas nove partidas, em um recorte desde o início da temporada 2018/19, o United venceu quatro, houve quatro empates e o Chelsea só venceu em julho de 2020.
No entanto, algo que evidencia o equilíbrio nas últimas décadas são os números na Premier League. Desde 1992, as equipes se enfrentaram 58 vezes: 18 vitórias dos Blues, 17 triunfos do Manchester e 23 empates.
O último duelo entre as equipes aconteceu em 28 de fevereiro deste ano e terminou em um empate sem graça e sem gols. O Chelsea até teve a posse de bola e finalizou mais vezes, mas o 0 a 0 no placar permaneceu até o apito final.
Como joga?
Uma mudança de comandante no meio da temporada pode dar resultado e o Chelsea de Thomas Tuchel é o exemplo perfeito. Ainda neste ano (acreditem se quiser!), o técnico alemão chegou a Londres, repaginou a equipe azul, foi campeão da Champions e lidera a Premier League. É isso que o Manchester United deseja: mudar o comandante para encontrar outro caminho.
No entanto, é difícil afirmar qual será o futuro do Manchester United, principalmente ainda sem um técnico definitivo. Michael Carrick está sendo o responsável por esta complicada transição, onde os jogadores possuem muita responsabilidade de se encaixarem dentro de campo. Por isso, é esperado que, frente ao Chelsea, os Red Devils estejam ainda desencaixados, mas com iniciativas individuais.
Estas iniciativas individuais foram vistas na partida frente ao Villarreal, onde o técnico Carrick ordenou com menor frequência e os jogadores, principalmente os líderes do elenco, como Cristiano Ronaldo, deram ordens dentro de campo. A desorganização tática deixada por Solskjaer será vista contra o Chelsea, porém os jogadores se esforçarão para impedir que o forte time de Thomas Tuchel domine o jogo assim como o Liverpool fez há um mês.
A marcação do time de Manchester foi um desastre neste início de temporada e o Chelsea, certamente, tentará aproveitar as brechas do contestado setor defensivo londrino. No entanto, como foi dito anteriormente, os jogadores, certamente, irão tentar orquestrar uma postura diferente. Algo é certo: se o United entrar com a mesma postura que enfrentou o Liverpool, o Chelsea também passeará.
Os jogadores
Em meio a um terrível desempenho defensivo, o Manchester United, ironicamente, conta com um ótimo desempenho do seu goleiro. O espanhol David De Gea é o titular da meta de forma indiscutível e vive ótima fase, salvando o seu time de desastres ainda maiores.
Na defesa, Eric Bailly e Victor Lindelöf devem fazer a dupla de zaga já que os titulares Raphael Varane e Harry Maguire estão fora por lesão e suspensão, respectivamente. Já nas alas, Aaron Wan-Bissaka e Alex Telles são peças importantes, pois possuem uma responsabilidade mais defensiva do que ofensiva. Na lateral-esquerda, Luke Shaw ficará fora por uma lesão na cabeça.
No meio-campo, como primeiro volante, Scott McTominay tem a função de “segurar o piano”, enquanto Fred sai mais para o jogo. O brasileiro foi um dos destaques do jogo frente ao Villarreal, pressionou bastante e auxiliou o time, mas a sua presença frente ao Chelsea ainda não é certa porque Fred sentiu o tornozelo. Caso o brasileiro não jogue, Nemanja Matic e Donny Van de Beek são as opções.
A parte ofensiva
Chegando à parte mais ofensiva do tradicional 4-2-3-1 do Manchester United, a equipe conta com Jadon Sancho pela direita, Bruno Fernandes pelo meio e Marcus Rashford pela esquerda. Este trio dispensa maiores apresentações, visto que todos são renomados. A questão é que Bruno foi reserva na última partida: Carrick optou por Van de Beek como armador.
Já no ataque, o centroavante é simplesmente um dos maiores atletas da história do futebol: Cristiano Ronaldo volta a encontrar o Chelsea após 12 anos. A última partida do gajo frente aos Blues foi com a camisa do United, ainda em 2009. O impressionante é que CR7 só marcou um gol frente ao clube inglês – na final da Champions de 2008 – e venceu apenas três dos 15 duelos contra o Chelsea: a equipe londrina saiu de campo com a vitória em seis oportunidades e houve outros seis empates.
A escalação
Com isso, o Manchester United de Michael Carrick deve entrar em campo com De Gea; Wan-Bissaka, Lindelof, Bailly e Alex Telles; McTominay e Fred (Matic); Sancho, Bruno Fernandes e Rashford; Cristiano Ronaldo.