Com o sucesso de Moses, relembre outros nigerianos que fizeram história pelo Chelsea

O renascimento do futebol de Victor Moses sob o comando de Antonio Conte nesta temporada, elevou o camisa 15 a seleta lista de jogadores nigerianos que fizeram grandes passagens pelo clube inglês. E se a afirmação passa a impressão de uma relação pequena, ela é na verdade menor do que se pode imaginar.

Composto até então de forma essencial por jogadores de diversas regiões do Reino Unido, o Chelsea Football Club tornou-se sinônimo de pluralidade com o início da Era Roman Abramovich. Com o dinheiro trazido pelo magnata russo, vieram também jogadores de diferentes nacionalidades e, em sua grande maioria, elevado nível técnico.

Mas assim como muitos atletas vindos do exterior fizeram história ao vestirem a camisa dos Blues, há em igual proporção – ou até mesmo em maior número – aqueles que tiveram passagens apagadas pelo clube. Esse foi o caso de muitos dos nigerianos que tiveram a oportunidade de compor o elenco do Chelsea ao longo dos anos.

Mesmo nunca tendo representado a maioria no mix de etnias estrangeiras que vem compondo o time dos Pensioners em sua história mais recente, não foram poucos os que tiveram passagens por Stamford Bridge. E mesmo assim, apenas três nomes conquistaram um lugar especial na memória dos Blues.

Celestine Babayaro

Com apenas 18 anos, Celestine Babayaro chegou ao Chelsea pouco tempo após a conquista da medalha de ouro olímpica com a seleção nigeriana, em 1996 (Foto: Reprodução)

Nascido em Kaduna, na Nigéria, Celestine Hycieth Babayaro chegou ao Chelsea com apenas 18 anos. O jogador fora contratado no início de 1997, por 2.25 milhões de libras, tornando-o o atleta mais caro em sua faixa etária na época.

Vindo do belga Anderlecht, clube onde conquistara maior visibilidade até então, Babayaro fez sua estreia com a camisa dos Blues contra o ŠK Slovan Bratislava, da Eslováquia, pela Copa dos Campeões da UEFA da temporada 1997/98. Pouco tempo depois, no entanto, durante a vitória de 6 a 1 sobre o Tottenham, o jovem sofreu uma grave lesão que o tirou dos gramados até o fim daquela temporada.

Mesmo ficando de fora das conquistas da Football League Cup e da Copa dos Campeões da UEFA de 1998 devido a fratura no pé, o nigeriano ganhou como jogador do Chelsea a Super Copa da UEFA daquele mesmo ano; a FA Cup e a FA Charity Shield de 2000; e chegou a final de mais uma FA Cup em 2002, com os Blues sendo derrotados pelo Arsenal, por 2 a 0.

Conhecido por sua firmeza e serenidade dentro de campo, Babayaro ainda foi peça fundamental da histórica campanha da equipe londrina na Champions League de 1999/00. A trajetória terminou de forma trágica não somente para o clube, mas para o próprio lateral ao ser expulso de campo durante o tempo extra da partida contra o Barcelona, que decretou a eliminação do Chelsea da competição.

Durante os sete anos de sua passagem pelo clube londrino, o lateral nigeriano ainda teve de enfrentar a concorrência de Graeme Le Saux pela vaga como titular, fazendo um total de 200 jogos pelo Chelsea, e cativando a torcida com suas celebrações acrobáticas. Babayaro também teve participação na campanha dos Blues no título da Premier League de 2004/05, mas antes do fim da temporada, foi vendido ao Newcastle United.

John Obi Mikel

Logo em sua primeira temporada pelo clube londrino, Mikel foi campeão duas vezes: uma da Copa da Liga, e outra da Copa da Inglaterra (Foto: Reprodução)

Chegando ao Chelsea em Setembro de 2006, Mikel tinha 19 anos quando fez sua estreia com a camisa dos Blues diante da equipe Levski Sofia, pela UEFA Champions League. Apesar de não ter chego à final da competição naquele ano, com seu novo clube Mikel conquistou, de cara, a Copa da Inglaterra e, junto a ela, a Copa da Liga.

Até então jogador do Lyn Fotball, da Noruega, o volante sempre teve como principais características o bom passe de longa distância e as enfiadas de bola e chutes de fora da área, mas nunca foi um gênio. Suas marcas como jogador no Chelsea foram sempre a raça e a dedicação ao clube, que transformaram-no em ídolo dos Blues.

Com variações entre a reserva e a titularidade ao longo de seus anos como jogador do Chelsea, o título mais importante da carreira de Obi Mikel – assim como do próprio clube – veio em 2012. Com a lesão de Michael Essien, o nigeriano passou a ter mais oportunidades de jogar ao longo de toda a temporada, sendo inclusive um dos 11 eleitos para a grande final da UEFA Champions League diante do Bayern de Munique.

Jogando os 120 minutos que duraram a partida, Mikel foi impecável, realizando uma das melhores atuações de sua carreira, o que o fez arrancar elogios da imprensa inglesa após o empate e a conquista do título nos pênaltis, por 4 a 3.

Hoje, com 29 anos, Mikel passou por 10 deles defendendo as cores do Chelsea. Após conquistar 11 títulos, entre copas, Premier League e Champions League, o camisa 12 ainda foi um dos destaques da equipe durante a tenebrosa temporada de 2015/16 e, sem um acordo para a renovação de seu contrato, foi vendido recentemente ao Tianjin TEDA F.C., da China.

Victor Moses

Sem espaço ao chegar no clube, Victor Moses passou por uma série de empréstimos até chamar a atenção de Conte na última pré-temporada (Foto: Chelsea FC)

Dos três grandes nomes aqui listados, Victor Moses é aquele que teve, possivelmente, a trajetória mais sofrida e injusta até chegar ao reconhecimento no clube.

Contratado em 2012, o meia fez sua primeira aparição pela equipe como substituto, entrando ao longo da partida diante do Queens Park Rangers pela Premier League. Sua estreia como titular, no entanto, aconteceu 10 dias depois, na partida contra o Wolverhampton Wanderers pela Copa da Liga. Naquela ocasião, Moses marcou seu primeiro gol com a camisa dos Blues.

Apesar da temporada razoável que fez, sendo reserva na maior parte dos jogos, em 2013 o ala foi emprestado por um ano ao Liverpool. Com a chegada de Brendan Rodgers ao longo da temporada aos Reds, porém, sabia que suas oportunidades diminuiriam, e ao fim do contrato, sem espaço para retornar ao Chelsea, foi novamente emprestado, optando dessa vez pelo Stoke City.

Pelo Stoke, Moses fez grandes aparições, o que fez com que o técnico dos Blues na temporada seguinte, José Mourinho, decidisse chamar o jovem de volta a seu clube de origem. Mas o encanto durou pouco e, após uma temporada como reserva, o jogador voltou a ser emprestado por mais um ano, desta vez ao West Ham United.

Ao fim de mais uma temporada, Victor Moses retornou ao Chelsea para realizar a pré-temporada com seus companheiros, e chamou a atenção de Antonio Conte de maneira extremamente positiva. Sendo convocado para todas as partidas que antecederam a temporada regular, o ala fez sua primeira partida pelos Blues em três anos ao substituir Eden Hazard na vitória diante do West Ham, logo no início da Premier League.

Após uma curta série de derrotas no campeonato nacional, Conte fez ajustes em sua escalação para voltar a vencer, fazendo nascer o esquema tático 3-4-3 com Moses atuando como um ala mais recuado. Desde que colocou em prática a nova formação, o camisa 15 que jamais havia sido aproveitado no clube passou a ser titular absoluto dos Blues.

Com a evolução sem medidas do nigeriano, que passou a ser um dos melhores jogadores da temporada, o Chelsea vem caminhando a passos firmes rumo a mais um título da Premier League. E Victor Moses, rumo a consagração mais que merecida por tudo que vem apresentando dentro de campo.

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Article by: Chelsea Brasil

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