O ano era 2006, e o Chelsea já tinha sua zaga formada – e consolidada – por John Terry e Ricardo Carvalho. No entanto, faltava um reserva à altura. Um jogador que pudesse entrar na partida e continuar fazendo o papel de xerife dos Blues. Na mesma época, um holandês vinha surgindo como uma boa aposta para a defesa.
Uma solução versátil
O nome da vez era Khalid Boulahrouz. Destaque da zaga do Hamburgo, da Alemanha, ele passou a chamar a atenção de diversos clubes gigantes da Europa, principalmente por sua versatilidade (já que jogava também na lateral-direita), além de muita raça e dedicação em campo. Após 68 partidas pelo clube alemão, então, o holandês chegou ao Chelsea para reforçar o setor defensivo na temporada 2006/07, quando tinha apenas 24 anos.
Por 8,5 milhões de libras, após uma boa Copa do Mundo com a seleção holandesa, o reforço era a esperança de tranquilidade para o técnico José Mourinho caso algum defensor não pudesse jogar. Logo de cara, um fato muito curioso: Boulahrouz escolheu a camisa 9, que era usada por Crespo na temporada anterior. Número normalmente usado por atacantes.
O que poucos esperavam é que suas atuações em campo também não fossem condizer com a de um zagueiro. Na temporada, somadas todas as competições do Chelsea, Boulahrouz fez apenas 23 jogos com sua camisa de número 9. Apesar de sempre estar no banco de prontidão para substituir um dos zagueiros (ou laterais), nunca conseguiu convencer Mourinho que podia ser um nome para ficar mais tempo no clube.
Baixo rendimento
Logo na temporada seguinte, então, foi emprestado ao Sevilla, da Espanha. Para seu lugar, o Chelsea trouxe nomes como Alex, Belleti e Glen Johnson. Porém, no clube espanhol, seu rendimento foi ainda pior do que no Chelsea. O holandês fez apenas dez partidas, e viu suas chances de voltar aos Blues sumirem.
Ao final do empréstimo, a decisão era unânime dentro do Chelsea: por causa do baixo rendimento, Boulahrouz seria vendido. Sua passagem não foi o que a maioria esperava. Em 2008, então, foi anunciada sua transferência para o Stuttgart, voltando para a Alemanha.
Pelo Stuttgart, enfim, ele finalmente se encontrou. Foi o clube pelo qual atuou mais vezes: foram 84 partidas em quatro temporadas. No entanto, já era ‘tarde’, pois a maior chance de sua carreira já havia passado. Seu nome em Londres não deixou saudades, e muitos sequer lembram das atuações do holandês com a camisa dos Blues.
Após o Stuttgart, Boulahrouz ainda jogou por Sporting, Brondby e Feyenoord, onde terminou sua carreira em 2015.
Histórico na Seleção
Jogando com a camisa da Holanda, Boulahrouz foi mais importante. O zagueiro participou de duas Copas do Mundo (2006 e 2010), sendo titular em muitas vezes na primeira e chegando até a final da competição na segunda. Além disso, jogou duas Eurocopas (2008 e 2012).
Ao todo, pela seleção holandesa, Boulahrouz colecionou 35 partidas, sem nunca ter marcado nenhum gol. Embora tenha sido um nome constante nas convocações, o defensor nunca conseguiu firmar-se na carreira atuando por clubes. Sua versatilidade, que era para ser um dos pontos fortes, acabou sendo sua maior qualidade.