A emoção da primeira vez

Eu acordei às sete da manhã, estava muito ansioso. Tinha marcado de encontrar meu amigo às nove, mas de toda forma resolvi acordar cedo. No dia anterior, havia separado a camisa do Lampard, o ingresso e a câmera fotográfica, entretanto, somente o manto do ídolo não seria suficiente para deter o frio de 6º graus que fazia em Londres.

Uma blusa e um casaco seriam necessários, pois além do vento, a chuva estava “rolando solta” na capital inglesa.

Nessas duas horas de diferença, um filme passou em minha cabeça, pois na semana anterior, quem vós escreveis estava acompanhando o Pride of London de um Pub, com os amigos, por um telão. E ter ciência de que um sonho, que é entrar no Stamford Bridge estava próximo de acontecer, ainda parecia surreal, ainda parecia utopia.

Já com a cabeça no jogo, mas não com o corpo, encontrava-me às 9:20 AM na Blackheath Station, tinha que pegar um metrô para o centro da cidade e consequentemente, entrar em um segundo, sentido Fulham Broadway. É verdade que estava adiantado, tanto é que tomei um café em um “fast-food” na Charing Cross (importante estação em Londres), mas resolvi ir mais cedo para sentir a atmosfera, para ver como as coisas funcionam, para estar no Stamford Bridge e ter o sonho realizado o mais cedo possível. Acho que nem o vôo São Paulo/ Londres, foi tão exaustivo quando o caminho percorrido até o bairro de Fulham, só Deus sabia como estava ansioso e nervoso por estar há minutos do estádio.

Ao sair do “Railway”, já na Fulham Broadway, fui abordado por uns três cambistas, consecutivamente. Mas nada, estragaria tal momento. Resolvi tirar fotos e fazer filmagens ali mesmo, gravei o caminho até o estádio, todos os “Stands” (Alas do estádio), tudo. Emoção, foi o que senti ao me deparar com o estádio, não era a primeira vez que estava cara a cara com o Stamford Bridge, mas era o primeiro jogo. E nada mais motivacional do que uma estréia contra um rival: assim, foi o dia 29 de abril, assim foi Chelsea e Queens Park Rangers.

Eu adentrei ao estádio às 11:20. O jogo foi realizado às 13:30, então aproveitei para registrar os bastidores do Stamford Bridge. Mesmo estando na parte interna do templo, mesmo olhando para o gramado, a “ficha não caia”, tudo era difícil de aceitar, pois dentro de duas horas eu assistiria Terry, Torres e companhia. Estava passando frio, pois a chuva apertou enquanto cheguei a Fulham, mas quem liga para o frio, quando tudo estava perfeito.

Resolvi procurar meu assento no West Stand Upper, perguntei ao segurança e ele indicou que o assento 177, na fileira 17 ficava ao meu lado direito, subindo a escadaria, e que se eu tivesse qualquer dúvida era só seguir os números.

Após achar o lugar, fiquei por muitos minutos olhando para o estádio, só admirando e prestando atenção em todos os detalhes, detalhes que nem a as fotos seriam capazes de detalhar.

Quando o juiz apitou o jogo, o coração foi a cem por hora, entretanto, o Sturridge fez o favor de me tranqüilizar ao balançar a rede com menos de um minuto de jogo. Só quem estava lá para confirmar que o Stamford Bridge pulsa quando um Blue balança a rede.  Demais ver a galera vaiando o Anton Ferdinand, inesquecível ouvir os cânticos sendo “puxados” pelo Matthew Harding Stand e impossível de não se emocionar com o estádio inteiro cantando “Que Sera, Sera” após o gol. Orgulho enorme em dizer que a minha torcida é fanática pelo clube, não para de gritar e sabe reconhecer os verdadeiros ídolos, como Roberto Di Matteo. Que por várias vezes durante o embate foi homenageado com o cântico “There’s Only One Di Matteo”, reproduzido por diversas vezes pelos torcedores.

Eu não podia ter sido mais feliz na escolha da partida, além do placar final que todos devem ter ciência, eu posso dizer que eu vi o Torres marcar o primeiro Hat-Trick dele com a camisa do Chelsea, o espanhol simplesmente acabou com o jogo. Muitos me perguntam o porquê do Torres ser ídolo, mesmo não desempenhando o papel de centroavante adequadamente. E o camisa nove comprovou o que respondi diversas vezes: “Ele não está marcando com freqüência, mas ele é guerreiro dentro de campo, faz o trabalho do pivô com qualidade e é perigoso com a bola nos pés”.

Além dos três gols que marcou, Torres marcou, fez falta, sofreu falta, atuou como pivô e foi o homem em campo. Fazia tempo que o Torres não tinha uma atuação tão consistente quando essa, que felizmente, estava presente.

Cada vez que um gol saia, era uma explosão de alegria em meu coração, ficava pensando como que os torcedores do Chelsea no Brasil estariam reagindo com o jogo, como os amigos do Site e da Rádio Chelsea Brasil estariam vibrando e comemorando os tentos do orgulho de Londres. Como o Chelsea conseguiu satisfazer todos os seus “supporters” naquela tarde chuvosa na Inglaterra e na manhã brasileira.

Não tinha como ser diferente, um debute que nem mesmo eu imaginava, mas que o Chelsea fez o favor de me fornecer, de uma forma espetacular. Foi incrível, ver todos os jogadores de perto e terminar o jogo com o ídolo Frank Lampard, aplaudindo a torcida de perto e sinalizando carinhosamente para o West Stand, lugar em que me encontrava.

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Article by: Chelsea Brasil

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