John Terry voltou a jogar pelo Chelsea e usou a braçadeira de capitão com a frase “Unidos Contra o Racismo”, menos de uma semana após aceitar a punição pelo abuso racial contra Anton Ferdinand.
O capitão dos Blues liderou sua equipe no confronto da Liga dos Campeões contra o Shakhtar Donetsk e usou a braçadeira como parte de uma ação do órgão europeu anti-discriminação FARE.
“As sanções da FA por abuso racial devem ser revistas”, revelou o presidente da entidade David Bernstein.
Bernstein disse que a comissão disciplinar da The FA acertou na punição de Terry e não quer que jogadores negros rompam e formem uma associação ou sindicato próprios.
Vários jogadores já disseram que a punição de Terry foi suave em comparação com Luis Suarez do Liverpool, que foi banido por oito jogos por insultar racialmente Patrice Evra na temporada passada.
Alguns jogadores, inclusive Anton Ferdinand e seu irmão Rio, boicotaram as atividades da campanha anti-racismo da Kick It Out na semana passada, alegando ineficácia na organização.
Bernstein disse em entrevista coletiva, quando foi chamado para lançar as atividades que irão celebrar 150 anos da The FA no próximo ano, que o processo seria revisto em breve, além de deixar claro que não há sanção fixa para o racismo sob as regras atuais da entidade. Qualquer mudança de regra entraria em vigor a partir do início da próxima temporada.
“Está nos nossos planos rever o caso. A The FA recebeu algumas críticas pelos processos relacionando Terry. Vamos olhar para isso. Eu acho que as tarifas serão revistas, mas dado os cenários existentes e as punições dadas em outros lugares, a decisão da comissão foi praticamente certa”, disse.
Bernstein também defendeu o grupo Kick It Out após os eventos do fim de semana, quando vários jogadores se recusaram a usar a camisa da campanha durante o aquecimento.
Há rumores de que já começaram as negociações sobre a criação de uma associação de jogadores de futebol negros.
Peter Herbert, presidente da Sociedade de Advogados Negros, disse que as negociações sobre a formação de uma organização (que se chamaria Black Players’ Association) estão “em fase preliminar“.
Bernstein disse: “Se eu espero que os jogadores irão continuar aderindo à campanha Kick It Out? Claro que sim. Fragmentação seria uma pena, mas ao mesmo tempo precisamos entender questões morais em que as pessoas têm de ser capazes de fazer suas próprias escolhas. Mas eu espero que isso não conduza a uma fragmentação.”