O assistente técnico de José Mourinho, Steve Holland, foi quem conduziu a coletiva de imprensa na véspera da partida contra o Swindon Town válida pela primeira rodada da Capital One Cup. Mourinho já havia adiantado nas entrevistas após o jogo contra o Fulham que jogadores que não atuaram no fim de semana como Juan Mata, César Azpilicueta, Michael Essien e Ryan Bertrand participariam do jogo contra a equipe da terceira divisão do futebol inglês, nessa terça-feira às 15:45.
Holland confirmou que não há jogadores contundidos no elenco e que todos estão à disposição de Mourinho. O assistente técnico também deu a entender que um dos jogadores da base terá a chance de jogar na equipe principal no jogo de amanhã, mas que mesmo assim o Chelsea terá um time forte. Holland relembrou ainda do jogo contra o Bradford na temporada passada, quando o Chelsea teve de jogar o replay para avançar na competição, esperando um resultado diferente.
Por fim o auxliar de Mourinho salientou que o bom relacionamento com os atletas é essencial para que as coisas fluam e falou particularmente do caso de Mata.
“O assistente tem um tipo de relacionamento com os jogadores diferente do técnico que é quem escala o time e toma as decisões de maior impacto. Você tem de ser comunicar com os jogadores, mas nesse caso [Mata] se trata de um jogador altamente profissional e com uma grande atitude. Não há muito a ser dito a respeito de Juan, ele sabe exatamente o que está acontecendo e ele é um grande profissional.”
“Adaptação não é nada novo aqui. Eu estou no clube há cinco anos e lá atrás com Carlo Ancelotti o time jogava com Florent Malouda e Nicolas Anelka atrás de Didier Drogba e com três guerreiros no meio campo. Frank Lampard teve de se adaptar e sair da sua posição para marcar os laterais porque essa não era uma função atribuída a Anelka. Com André Villas-Boas jogando no 4-3-3 isso mudou e ele exigia que Daniel Sturridge e Juan Mata marcassem os laterais. Com Roberto di Matteo nova mudança, sendo que quem marcava nos flancos era Ramires e Salomon Kalou, dando a Juan Mata a chance de pela primeira vez jogar como #10. Com Rafael Benitez as coisas mudaram novamente e tivemos que ceder um pouco mais. Oscar e Ramires fizeram essa função, principalmente nos jogos mais difíceis. Quando Juan mudou para o papel de #10 ele teve de se adaptar à posição e ele mostrou que era mais do que capaz de fazer isso e esse será o caso novamente,” explicou Holland diante da insistência dos jornalistas sobre o caso de Mata.
O assistente também explicou que para a mudança de filosofia proposta por Mourinho é preciso dar tempo para que as coisas se encaixem. Ele ressaltou ainda que no Real Madrid do técnico português a situação envolvia quatro jogadores de ataque que são muito criativos: Mesut Özil, Cristiano Ronaldo, Angél di María e Karim Benzema e por isso o desafio era o time apresentar qualidade quando tinha a bola, mas principalmente quando não tinha.
“José visivelmente conseguiu implantar essa filosofia no [Real] Madrid visto os resultados que alcançou com o time. Eu também nunca vou me esquecer da partida que jogamos contra Mourinho quando ele ainda era técnico da Inter. Eu estava trabalhando aqui com Carlo Ancelotti e a Inter tinha Pandev, Milito, Eto’o e Sneijder no ataque – sendo que três eram atacantes e um era o #10. Era um time muito criativo e que mesmo jogando fora de casa contra o Chelsea jogou com os quatro como se eles fossem trojans [invadindo o campo do Chelsea]. Eu nunca vi jogadores de ataque se doarem tanto em campo. Dado o sucesso que ele teve no passado, José tem bem claro em sua mente o que ele quer fazer. Ele conhece a receita para o sucesso e ele crê que esse é o caminho para nós nessa temporada e eu também estou certo de que podemos implementar essa identidade aqui também,” enalteceu o assistente inglês.
Holland também destacou que para que a filosofia venha a se tornar uma realidade é preciso que os jogadores estejam alinhados e empenhados nela tanto quanto a comissão técnica, louvando o trabalho que Mourinho faz com os jogadores individualmente.
“José está exigindo o máximo dos jogadores a cada dia e isso é visível, não apenas nos times que ele treinou, mas com os jogadores individualmente que estiveram sob o seu comando. Ronaldo é um jogador que eu sempre admirei, mas nos três anos que ele trabalhou com José ele cresceu e se desenvolveu muito individualmente. Ele não é apenas um driblador talentoso que pode marcar gols. Ele se tornou um jogador de alto nível que vence partidas para o seu time e que se movimenta entre as linhas para ameaçar o gol adversário. Isso não acontece por acaso, mas apenas quando se é cobrado ao máximo, mesmo em se tratando do melhor. No caso de Ronaldo ele é o melhor do mundo, e não importa se é David Luiz, Frank Lampard, Juan Mata, Ashley Cole ou Fernando Torres [todos serão cobrados]. No dia-a-dia José está exigindo sinais de melhora desses jogadores, trabalhando para que cresçam individualmente, mas principalmente, para que beneficiem o time,” concluiu Holland.