
“O melhor Ramires voltou e o melhor Ramires jogou contra o Liverpool, Manchester City e Aston Villa”. Foi assim que José Mourinho se referiu ao brasileiro, após a vitória fora de casa contra o Villa.
Ficou claro o contentamento do treinador em poder contar com o atlético, versátil e experiente meio-campista entre suas opções, especialmente em um período crucial da temporada, com três torneios em disputa.
Tendo se recuperado de uma lesão na coxa que o deixou de fora por três meses, Ramires foi titular nas últimas quatro partidas e retornou contra o Manchester City, justamente a mesma equipe na qual ele se machucou, em Setembro. “Eu estive pensando nisso”, disse Ramires sobre essa coincidência.
“Por três meses eu tive um problema, e obviamente eu tive um mau momento quando me machuquei. Mas a partida em casa foi um momento feliz porque me senti bem após o jogo. Venho trabalhando duro para estar no meu melhor e estou jogando sem nenhuma dor, o que é fantástico. Estou tentando fazer o meu melhor para estar certo que terei aquele algo a mais.”
Antes da partida do último mês, Ramires foi ganhando ritmo de jogo em partidas da FA Cup e regulares entradas no segundo tempo. Ele também jogou em novembro, contra o Liverpool, quando Mourinho precisou que ele fizesse um papel específico no lado direito.

Após aquele jogo, Mourinho declarou: “Todos jogadores foram fantásticos, mas alguns foram brilhantes como Ramires e Fabregas. Eles jogaram machucados. Talvez a equipe os perderão por um jogo ou outro, mas eles se arriscaram pelo time, como eu tenho certeza que outros farão no futuro porque o espírito do grupo é fantástico. Ramires sabia do meu plano e foi importante ele ser titular.”, disse o treinador. Conversando sobre aquele dia, o brasileiro disse:
“Mourinho veio conversar comigo e disse que eu ia jogar, então comecei a planejar minha semana com ele e a equipe médica para que estivesse pronto para o jogo. Eu sabia que a partida ia chegar e eu não estaria 100 por cento para atuar, mas esse é o meu estilo. Me coloque por 10 minutos e eu farei o meu melhor.”
“Eu joguei quase 60 minutos e eu sentia dor, mas me esforcei ao máximo. Nós ganhamos o jogo e obviamente não foi só por minha causa, foi toda a atuação do time, mas fiquei feliz por ajudar. Para eu não ajudar, eu teria que estar em uma situação muito ruim com muitas dores.”
A recuperação de Ramires e seus colegas coincidem em mais um desafio da Premier League neste sábado, contra o Burnley. Partida que marcará o segundo anual Jogo da Igualdade, mostrando a diversidade do clube e trabalhos de inclusão social. Totalmente apoiado pelos jogadores.
“Em termos de racismo e qualquer outra discriminação, é tudo a mesma coisa. É importante passar a mensagem de igualdade adiante. Eu faço com meus filhos, meus sobrinhos, meus parentes e como jogadores sempre são vistos no papel principal, é importante darmos uma boa mensagem a todos mas para as crianças e os mais jovens especialmente.”
“O jovens olham para nós e aprendem. Se eles crescem vendo constantemente coisas que são erradas, eles acabam comentando coisas erradas. Eu tento ensinar aos meus filhos que somos todos iguais. Não tem diferença. Somos todos os mesmos. Tenho orgulho de ser negro, porque quando você vê debaixo de nossa pele, todos tem o mesmo sangue correndo nas veias.”
Da mesma forma que Ramires acha o Jogo da Igualdade importante, ele lembra dos jogadores continuarem com as campanhas durante o ano inteiro. Ele também comentou sobre o Brasil e sua população multicultural e a seleção.
“Como jogadores de futebol, temos de passar a mensagem de forma correta , porque se não fizermos, reflete sobre a multidão, porque estamos aqui para ser um show, ter um impacto positivo sobre os torcedores no estádio e todo mundo assistindo na televisão.”
“O Brasil é um país muito grande, com suas diferenças e muitas raças e culturas. Discriminação ainda existe, mas graças a Deus, não é tão ruim quanto era antigamente. Isso vem diminuindo drasticamente. Futebol é um esporte muito bonito, mas quando você vê algum ato racista, as pessoas param de falar sobre de algo tão lindo e começam a falar sobre um assunto completamente diferente. É algo que precisa ser expulso para não estragar o show. Somos todos iguais e isso é desnecessário e não é preciso que isso seja parte do nosso jogo.”