Planos para ampliação de Stamford Bridge podem sair do papel em breve

Stamford Bridge deverá ser demolido e reconstruído (Foto: Getty Images)
Stamford Bridge deverá ser demolido e reconstruído (Foto: Getty Images)

Com o Chelsea voltando ao caminho dos títulos, com novos contratos vantajosos de patrocínio e cotas de televisão, e com o clube totalmente alinhado as regras do Fair Play Financeiro da UEFA, Roman Abramovich tem agora um último desafio para fazer dos Blues o clube que ele imaginou ao comprá-lo: o estádio.

A questão da capacidade de Stamford Bridge tem sido motivo de discussão e preocupação de Abramovich desde que ele sobrevoou o estádio em 2003, antes de comprar o clube. As propostas e planos de se resolver a questão culminaram em uma tentativa do russo de comprar o terreno do estádio em outubro de 2011, mas as negociações não foram adiante, uma vez que a Chelsea Pitch Owners não aceitou se desfazer de Stamford Bridge. A CPO (sigla em inglês) é uma organização sem fins lucrativos de torcedores que é dona não só do terreno onde fica Stamford Bridge, mas também dos naming rights do estádio e do próprio nome Chelsea Football Club, que empresta ao clube sob condição de que ele jogue todos os seus jogos em casa no estádio.

Porém, ao que tudo indica, o russo, o clube e o CPO tem tido sucesso em negociações para ampliações do estádio e o o projeto pode sair do papel em breve. Abramovich, em junho do ano passado, contratou uma equipe de renomados arquitetos e engenheiros para avaliar viabilidade de reabilitação Stamford Bridge como um estádio para 60 mil espectadores (atualmente a capacidade é de 41,798 torcedores). Era esperado, inicialmente que relatórios viessem a público ainda em setembro passado, mas depois do desastre das divulgações públicas com tentativa de convencer os fãs que as mudanças eram necessárias, em 2011, o clube tem tomado todos os cuidados necessários para que o andamento do projeto seja mantido sem muito alarde até que todas as negociações sejam concluídas.

A última notícia que veio a publico ocorreu em janeiro deste ano, quando surgiram informações de que os arquitetos do Ninho de Pássaro, estádio principal das Olimpíadas de Pequim, seriam responsáveis pelo projeto de ampliação de Stamford Bridge. A Herzog & de Meuron, que é baseada na Suíça, está no projeto ao lado do estúdio londrino Lifschutz Davidson Sandilands e já tinha em janeiro, como citou a renomada revista de arquitetura Architects Journal, algumas projeções de como será a nova arquitetura do estádio.

Arquitetos do estádio de Pequim estão envolvidos no novo Stamford Bridge (Foto: Reuters)
Arquitetos do estádio de Pequim estão envolvidos no novo Stamford Bridge (Foto: Reuters)

Agora, fontes próximas ao clube e aos estúdios responsáveis pela reestruturação do estádio dão conta de que o projeto já está no papel e passando por avaliações finais para que seja implantado. Em uma matéria divulgada nesta semana pelo site uMAXit, o jornalista Dan Levene, que costuma ter boas fontes dentro do clube, afirmou que apenas adequação do projeto à legislação de planejamento estão sendo feitas, e que as permissões necessárias podem ser conseguidas ainda em 2015.

O que significaria que, dependendo do andamento do projeto, e parece que desta vez o nível de confiança dos Diretores do clube está em que a ampliação realmente comece em breve, a 2015-16 pode até mesmo ser a última temporada do Chelsea em Stamford Bridge, tal como o conhecemos.

E ao que tudo indica, nada foi deixado ao acaso, e ao invés de intimidar os moradores a aceitar planos contenciosos, ou aproveitar-se de brechas em legislações e em domínios de espaços públicos, o clube teve a preocupação de passar mais de um ano em reunião com as “partes interessadas” no projeto: residentes locais, empresas, órgãos influentes na região e grupos comunitários das redondezas de Stamford Bridge. Seu objetivo tem sido o de encontrar um acordo para que o projeto possa se desenvolver em concordância das partes e seguindo o desejo de melhoria para todos. Isto se dá pois o estádio do Chelsea se encontra em uma região residencial nobre da cidade de Londres, o que dificultou bastante as negociações.

O seguimento do projeto vai passar pelo cumprimento de uma série de exigências: requalificação inteira de Fulham Road, como reformas nas vias, nos acessos para pedestres tanto ao estádio como a melhoria do acesso de transportes públicos, criação de espaços públicos de convivência, como jardins, parques e ciclovias, além de adequações para que as obras não afetem o dia a dia dos vizinhos.

Fontes próximas ao projeto, segundo Levene, afirmam que a proposta a ser implantada não é uma mera remodelagem, mas uma demolição completa e reconstrução do estádio, o que vai exigir que o Chelsea jogue fora de Stamford Bridge por pelo menos uma temporada, e provavelmente duas completas.

Sugestões anteriores de que os Blues poderiam se mudar para Twickenham, casa da Seleção Inglesa de Rugby, por duas temporadas, não foram bem recebidas pelos moradores locais. Mas muita consulta foi realizada também nesta área e há uma crença de que o que antes era visto como impossível pode vir a acontecer, com algumas grupos de comerciantes locais acreditando que a mudança temporária pode ter um impacto positivo no comércio local. O estádio de Twickenham tem capacidade para 82 mil pessoas e geraria um aumento significativo de renda para o Chelsea, enquanto lá jogasse.

Casa do Rugby pode receber o Chelsea por duas temporadas (Foto: Getty Images)
Casa do Rugby pode receber o Chelsea por duas temporadas (Foto: Getty Images)

Notícias ótimas para o Chelsea, depois de uma década ouvindo que uma reforma no estádio não seria possível. Agora há a perspectiva real de que em três ou quatro anos Stamford Bridge pode se tornar um verdadeiro complexo esportivo moderno e adequado não só ao momento do clube, mas também às gerações vindouras.

E talvez a melhor notícia que os torcedores do clube tiram de tudo isso é a permanência em seu local sagrado. Mudanças para outras regiões, bairros e estádios foram cogitadas e até dadas como prováveis, mas, como todos sabem, o próprio Chelsea Football Club foi fundado exclusivamente para que Stamford Bridge tivesse uma utilidade, ou seja, pode-se dizer que o próprio clube existe graças ao estádio e, agora, tudo indica que os laços entre o clube e sua casa devem ser renovados.

Category: Chelsea Football Club

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Article by: Chelsea Brasil

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