De acordo com que o planejamento da expensão de Stamford Bridge vai sendo revelado, mais vão aparecendo as estratégias do Chelsea para aumentar sua renda vinda do estádio. Com o novo projeto, o clube será capaz de mais do que duplicar a sua oferta de bilhetes corporativos, enquanto os fãs dos clubes rivais terão sua carga um pouco diminuída.
Os campeões da Barclays Premier League devem para começar a trabalhar na expansão para 60 mil lugares em Stamford Bridge em um prazo de nove meses. E agora é revelado que os planejadores estratégicos estão a cargo AECOM, empresa de design, arquitetura e planejamento.
A empresa é a terceira a participar do projeto. Primeiramente foram contratados os serviços da consultoria em arquitetura e engenharia Lifschutz Davidson Sandilands que fez os estudos preliminares. Posteriormente ingressou no projeto o estúdio Herzog & de Meuron, um dos mais conceituados em arquitetura do mundo e que projetou, dentre outras instalações, o Ninho de Pássaro, estádio principal das Olimpíadas de Pequim, em 2008. O famoso estúdio ficou responsável pela nova arquitetura do estádio.
Agora, a AECOM fica responsável por apresentar mais detalhes dos planos de expensão para o conselho local, além de fazer o planejamento da obra. Este é o último passo antes de se iniciarem as obras – a última etapa havia sido uma consulta com os torcedores, sócios do clube e residentes da região do estádio.
O relatório do projeto conta com mais de 120 páginas e inclui notas sobre tudo, desde como ocorrerão as obras de infra-estrutura do entorno do estádio e até mesmo o planejamento de uso da área durante e depois dos quatro anos de trabalho que serão necessários.
Os planejadores da AECOM dizem esperar que o trabalho comece já em maio 2016, ao final da atual temporada, contudo, o Chelsea jogaria ainda assim mais um ano em Stamford Bridge, deixando o estádio apenas no fim da campanha 2016/2017. Com isso, o Chelsea terá de procurar uma casa temporária pelas três temporadas seguintes.
E o novo projeto prevê aumento em todos os setores para torcedores do Chelsea, e alguns são extremamente estratégicos para o aumento de renda, como o aumento na capacidade para os visitantes de hospitalidade empresarial. Ou seja, de empresas, locais ou não, que compram ingressos em setor específico para seus convidados. Normalmente, estes ingressos são muito acima do valor do comum, para o público geral, o que aumenta significativamente a renda.
Os ingressos para hospitalidade empresarial mais que dobrarão, indo para mais de 10 mil lugares. Para aqueles que visam comprar ingresso jogo a jogo, o famoso ingresso de balcão, as notícias também são boas, já que este setor irá de 6 mil para 10 mil lugares. Ou seja, turistas, visitantes ou pessoas que não têm caderneta para toda a temporada terão mais facilidade de ir em jogos do Chelsea.
Já o aumento de vagas para quem quer comprar ingressos para toda a temporada será pequeno, crescendo apenas 715 lugares, enquanto os fãs dos times visitantes terão seu espaço reduzido em 431 assentos.
O Chelsea também vai oferecer bilhetes em um novo setor, o “Club Area”, setor vip similar ao presente em Wembley e no Emirates Stadium. O bilhete mais barato deste setor do Arsenal, por exemplo, tem preço de 2910 libras, mais de duas vezes mais caro que qualquer assento não-corporativa em Stamford Bridge atualmente. Este setor terá mais de seis mil lugares, o que deve gerar renda significativa para o clube, já que serão ingressos com custo bem mais altos.
Este setor será projetado com outros incentivos incluídos, como bebida e comida grátis e um programa de jogo diferenciado. Ou seja, os setores mais caros do estádio irão de 4500 assentos para 12020 lugares, nas categorias de hospitalidade e de nível de clube.
As obras
A partir de maio de 2016, o Chelsea e as empreiteiras contratadas irão começar a trabalhar no entorno do estádio, principalmente na mudança das vias, que darão acesso direto à estação de Fulham Broadway, uma passarela elevada, integrada ao estádio que será erguida. Doze meses depois, em maio de 2017, a equipe deixará de jogar no estádio, para abrir espaço para o principal período das obras: a demolição e posterior construção.
Essa etapa pode demorar até um ano sozinha, com cerca de 100 veículos pesados de mercadorias programados para entrar e sair do sitio de obras a cada dia. Ambos os hotéis em anexo ao estádio serão demolidos juntamente com os apartamentos Chelsea Village, que serão realocados em outros lugares.
Os torcedores apaixonados, então, terão de esperar três anos pelo renovado estádio, que deve ser aberto e reinaugurado no início da temporada de 2020/21, no ano de celebração dos 115 anos do clube ocupando o estádio.