A Chelsea Magazine abriu um espaço para uma seção mensal de perguntas e respostas com o treinador José Mourinho. Para participar torcedores do Chelsea de todo o mundo podem enviar as suas perguntas via Twitter ou Facebook usando a hashtag #CFCMag ou enviar um e-mail para cfc.magazine@trinitymirror.com. As melhores perguntas serão escolhidas e enviadas para o técnico responder. Confira abaixo a edição deste mês do artigo, onde Mourinho fala sobre motivação, categorias de base e planejamento de partidas.
Quando você começou sua carreira, quem o inspirou? – Ahmed El Sayad @sayad_05
Ninguém, não me inspirei em ninguém. Quando eu comecei minha carreira eu não sabia ao certo até onde eu iria. Eu não sabia nem qual poderia ser a dimensão do meu sucesso. Quando comecei eu sequer tinha trabalhado com futebol. Eu estava dando aulas de educação física em escolas e, ao mesmo tempo, eu estava treinando os garotos. Eu me preocupava em estudar e colocar em prática algumas das minhas ideias, mas não havia nenhuma obsessão em ser igual a alguém ou me inspirar em alguém.
Como você consegue se concentrar no jogo quando o estádio está gritando seu nome e a atmosfera é eletrizante? chelsea4girls @chelsea4girls
Eu simplesmente me concentro, fico focado na partida. Eu tento demonstrar meu agradecimento pelo apoio por um momento, para que eles saibam que eu estou ouvindo, mas eu não tiro meus olhos do jogo. Eu não posso parar de analisar a partida e ajudar o meu time.
Como você se motiva para cada jogo? Lewis;J @lewisjones_1905
Eu não preciso fazer nada. Eu estou motivado todos os dias. Estou motivado para planejar um bom treinamento e para a rotina do meu trabalho. Motivação é algo que faz parte da minha personalidade, portanto eu não preciso me motivar. Antes das partidas o que interessa é estar focado, concentrado. Eu creio que a minha motivação faz parte da minha natureza e da minha paixão pelo esporte.
Como você se sentiu quando Oscar fez o gol que marcou o seu retorno? enoch amevor bibah @BibahEnoch
Marcante, eu não vou me esquecer dele. Da mesma forma que eu não me esqueci que foi Eidur Gudjohnsen que marcou o primeiro gol – naquela mesma meta, contra o Manchester United – na minha primeira passagem aqui. Eu também não vou me esquecer desse gol do Oscar, mas isso também é só um detalhe porque o mais importante é estar na frente por 1×0 e ter um bom começo de partida.
Você acha que é importante ter jogadores locais para ganhar títulos? Por exemplo, jogadores ingleses em times ingleses. Jonathan Davin @davinhadikusumo
Eu gosto disso. Claro que é possível vencer sem jogadores ingleses, mas eu gosto de ter pelo menos uma base de jogadores ingleses. Se for possível – e nós temos de trabalhar nisso – eu gostaria de um núcleo de jogadores formados na base do Chelsea Footbal Club, que começaram aqui quando ainda eram garotinhos. Eu gostaria que isso acontecesse e creio que o clube precisa ter essa cultura também.
Como você aprendeu a falar tantos idiomas fluentemente e ter vocabulário para inspirar um time? Harry Robertson (via Facebook)
Quando eu mudo para um país eu começo a pensar na língua deles. Eu ainda falo italiano, espanhol e francês sem problemas, mas nesse momento eu estou pensando em inglês. O vocabulário do mundo do futebol não é tão vasto, então é algo que eu consigo me adaptar. Às vezes eu creio que me falta as palavras certas, mas a minha linguagem corporal faz com que os jogadores entendam o que eu quero dizer.
Como você se sente em relação às jovens promessas que temos no clube agora? Dipesh Chhantyal (via Facebook)
Nós temos dois tipos de jogadores bem jovens no nosso elenco: aqueles que já estão no time principal e aqueles que estão com a categoria de base [sub-21]. Os que estão no time de cima foram escolhidos com muito cuidado e vários fatores influenciaram na decisão de trazer de volta [Kevin] de Bruyne, assim como nas contratações de [André] Schürrle e [Marco] van Ginkel. Nós sabemos que eles são jogadores que podemos contar para jogar a Premier League e jogos importantes.
Já os meninos da categoria de base são jogadores que estou começando a conhecer agora. Eu os vejo treinar, treinei alguns deles, eu assisto aos seus jogos. É dessa forma que estou me familiarizando com eles e como disse anteriormente, é importante não apenas ter jogadores ingleses no time principal, mas também jogadores formados no clube para que eles saibam o que representa ser Chelsea. Eles fazem parte dos nossos planos e o clube está investindo neles.
Qual a diferença de Frank Lampard agora e de quando você esteve aqui pela primeira vez? Alex Wooley (via Facebook)
Eu creio que a única diferença seja o corpo dele que não é mais o mesmo de 10 anos atrás e por essa razão ele não vai bater recordes de jogos consecutivos como da primeira vez. Ele não pode mais jogar 40, 50, 60 ou 70 partidas seguidas ou ainda 90 minutos em 20 partidas na sequência. Nós temos de cuidar do seu físico, tratando da fadiga e da recuperação do corpo dele. Mas como jogador e a sua contribuição no time, ele continua sendo o mesmo.
Com que antecedência você planeja uma partida [o plano de jogo]? Stephen Hibbeler (via Facebook)
Nós começamos a trabalhar no plano de jogo cerca de duas semanas antes da partida, mas claro que com os jogadores nós fazemos isso partida a partida. Com eles apenas quando uma partida acaba é que nós começamos a falar e nos preparar para a próxima. Daí começamos a tratar de treinamentos, de metodologia, de ensaiar alguma jogada. Mas em termos de análise [dos adversários] começamos bem antes disso.
