Em junho do ano passado, o retorno de José Mourinho foi anunciado oficialmente, quando assinou por quatro temporadas. Feliz em sua segunda passagem, o português vive um momento especial no clube, e não só pretende cumprir seu vínculo com os Blues, como também encerrar sua carreira aqui.
“Eu não quero pensar no meu próximo passo, porque eu não quero ter um próximo passo”, disse à revista Evening Standard. “Eu vou ter um próximo passo, se e quando o Chelsea decidir que é hora para isso. Estou aqui para ficar. Eu pertenço ao Chelsea, e o Chelsea me pertence.”
“Eu dei muito para o Chelsea, no passado, mas o clube também deu muito a mim. Esta é uma relação profissional diferente.”
O Special One esteve longe de Londres por cinco anos, quando foi treinador da Internazionale e do Real Madrid. Agora, aos 50 anos, ele acredita que sua aventura pela Europa chegou ao fim.
“Mantivemos a nossa casa (em Londres) desde a última vez e, apesar de termos tentado esconder, nós viemos aqui muitas vezes”, disse.
“O sucesso em minha carreira deu a mim a possibilidade de escolher meu destino. Quando eu tomei a decisão, não sabia se o Chelsea estaria disponível e se a porta estaria aberta para mim, mas acabou dando tudo certo. Foi perfeito.”
Mourinho agora espera repetir os mesmos feitos em sua última passagem, quando conquistou cinco títulos, sendo duas taças da Premier League. Ele espera dar sequência a esse processo de reformulação, em vez de reconstruí-lo, e acredita que o sucesso será alcançado se todos estiverem unidos pelo mesmo objetivo.
“Estou gostando desse desafio. É um desafio diferente de antes”, completou. “Antes, era vencer pela primeira vez, então houve um impacto por ser um treinador estrangeiro e novo no futebol inglês. Agora, é uma nova perspectiva.”
Muita coisa mudou desde Mourinho deixou o clube, em 2007. Sua maior desafio, quando retornou, era saber como estava o desempenho dos jogadores mais experientes: Frank Lampard, Ashley Cole e John Terry.
“Eu não sabia como John (Terry), Frank (Lampard), Ashley (Cole) e os outros experientes jogadores estavam. Eu não sabia se eu poderia recuperará-los e se a motivação para jogar em alto nível era a mesma; a compreensão deles da importância que tem no elenco, no clube, mesmo que não consigam jogar 50-60 jogos por temporada.”
“Os novos jogadores vieram de diferentes países e todos eles são jovens. Willian nunca jogou em um clube forte europeu; André Schürrle veio de um clube (Bayer Leverkusen) que não tinha condições de brigar por títulos; é a segunda temporada do Oscar, mas fisicamente ele ainda está se adaptando ao estilo do futebol inglês.”
Sobre corresponder às expectativas e repetir as mesmas realizações da sua última passagem, Mourinho respondeu: “Muitas pessoas esperam que eu faça o mesmo que fiz antigamente. Eu nunca me preocupei com isso. Eu tinha certeza da confiança das pessoas. Da mesma forma como sabem que construí uma equipe que durou sete, oito anos, e estava sempre em condições de disputar títulos. Mesmo depois de minha saída, eu sei que farei o mesmo [desta vez]. As pessoas confiam em mim e eu gosto desse sentimento”, finalizou.
