A entrevista coletiva de José Mourinho que antecede o jogo contra o Aston Villa foi bem mais calma do que aquela antes do seu primeiro jogo oficial após o retorno ao Chelsea, que atraiu muitos repórteres à sala de entrevistas em Cobham.
Foi uma boa notícia para Mourinho que nenhum jogador sentiu qualquer tipo de lesão após o primeiro jogo da temporada, no domingo. Ele listou apenas dois membros do elenco que ainda estão indisponíveis – David Luiz está perto de se recuperar totalmente de um problema no tendão e Tomas Kalas, que sofreu uma pequena fratura na perna durante a pré-temporada.
“David Luiz deve estar disponível já na próxima semana. Ele ainda não se juntou ao grupo, pois está treinando com os preparadores físicos e fisioterapeutas. Ele é o melhor, mas ainda não está pronto.”, disse Mourinho.
Após o próximo adversário na Premier League, o Aston Villa, vencer o Arsenal no Emirates Stadium, a atenção para esse jogo foi redobrada pela comissão técnica: “Foi uma surpresa para mim a vitória do Aston Villa, porque a gente sempre espera que os candidatos ao título vençam as suas partidas, mas sabemos que não se pode vencer o tempo todo e nós podemos perder alguns pontos em certos jogos, e foi o que aconteceu ao Arsenal neste jogo. Provavelmente na segunda rodada outra equipe grande pode perder pontos. Mas essa é a beleza deste campeonato e do futebol.”
“Se você ver as estatísticas do Aston Villa na última temporada, vai ver que eles conseguiram mais pontos fora de casa do que em Villa Park, e isso mostra que eles são um time de qualidade para jogar fora, principalmente para jogos de contra-ataque, como foi em Emirates.”
Quando Mourinho falou sobre os candidatos ao título, disse ter seis equipes com esse estatuto em mente: “Vamos ver se algum dos seis é bom o suficiente para fazer a diferença real e ver se realmente eles vão disputar o título até o final do campeonato.”, comentou Mourinho.
O treinador também reiterou que o clube ainda vai atrás de mais um jogador para ser adicionado ao plantel do Chelsea antes do último dia possível para transferências, mas acrescentou que está de acordo com os comentários de ontem do treinador do Newcastle, Alan Pardew, sobre a distância entre uma janela de transferências e outra durante a temporada.
A coletiva terminou com perguntas sobre os dois jogadores que mais impressionaram na partida de estreia em Stamford Bridge – Frank Lampard e Eden Hazard.
Perguntado se o novo contrato que Lampard assinou com o Chelsea foi um dos maiores negócios já feitos pelo clube, Mourinho respondeu: “O que todos nós queríamos que acontecesse, aconteceu. O clube sempre quis isso e Frank também, e quando eu acertei a minha vinda para cá, eu fiquei feliz com a sua permanência. Ficou claro o que os fãs queriam, então vamos desfrutar de Frank e Frank irá desfrutar o Chelsea e o seu futebol.“
“Ele sabe o quanto eu confio nele, mas também sabe que ele não é mais tão novo, por isso ele não é mais o louco que quer jogar até todos os jogos da Carling Cup contra qualquer time, o louco que quer bater todos os recordes. Então, agora ele quer manter suas performances de alto nível por um bom tempo, com isso temos que ser inteligentes. Assim como nós, de vez em quando, protegemos os jogadores mais novos, também protegemos os jogadores com mais de 30. Ele será um jogador fantástico para nós nesta temporada.”
Foi um repórter belga que fez a pergunta sobre Hazard, como Mourinho faria para fazer o jogador progredir ofensivamente e o porque de chama-lo de Eddie: “Eu o chamo de Eddie porque é fácil, é um bom apelido e ele não se queixou.”
“Eu não sei o que pode trazer, mas sei o que eu quero dele. Eu quero mais responsabilidade e eu quero mais ambição, porque quando você é um jogador normal, você fica feliz quando faz uma atuação normal, quando você tem algumas ações durante a partida que demonstram sua qualidade. Mas quando você tem um grande talento, você não pode perde-lo, por isso tenho que dar-lhe mais ambição de crescer ainda mais, de se expressar melhor em campo, jogo após jogo, para evitar oscilações. Ele tem condições de ser um dos melhores do mundo. O futebol é cheio de grandes jogadores, mas não há muitos jogadores no topo. Ele está trabalhando muito duro e estou muito satisfeito com isso. Na segunda parte da nossa pré-temporada, nos Estados Unidos, ele já estava fazendo o que eu vinha pedindo e eu fiquei feliz com isso.”