A saída de Eva Carneiro do Chelsea ainda tem tido grandes repercussões na imprensa inglesa e também dentro do clube, onde a situação é tratada como um grande problema, visto que uma possível ação judicial movida pela médica poderia causar estragos significativos à imagem do clube, além de render uma indenização severa à Eva, o que, segundo especialistas, tem grandes chances de acontecer, pois se imagina que ela vença na justiça, caso resolva mesmo acionar o clube.
Para a comunidade do futebol, o caso também não tem sido bem avaliado, já que é visto por muitos como um caso de machismo e discriminação de gênero contra Eva Carneiro. Para o ídolo azul Graeme Le Saux, que atuou por muitos anos em Stamford Bridge, o caso é péssimo para as tentativas de inclusão da mulher no meio futebolístico, sendo que o ex-lateral da Seleção Inglesa chegou a afirmar que as atitudes de José Mourinho são um retrocesso de 30 anos para o esporte.
Veja também: Ídolo do Chelsea, Graeme Le Saux salva casal de idosos de incêndio
Le Saux faz parte do Comitê de Inclusão da FA e afirmou que o caso pode levar mulheres a se sentirem desencorajadas em trabalhar com futebol profissional, o que para ele, é um grande retrocesso. Em entrevista ao The Times, o ídolo disse:
“O que me preocupa mais, dado o trabalho que estou fazendo para a FA, é o impacto que o comportamento de Mourinho pode ter ao longo de todo o esporte. Estamos tentando lidar com algumas questões muito sensíveis, como essa, para mudar a cultura do jogo.
Algumas boas pessoas na FA têm tomado partido de que havia provas suficientes para acusar Mourinho, enquanto todo o furor também pode dissuadir as mulheres a se envolverem no futebol, bem como desencorajar clubes a empregá-las.
Muitas pessoas estão trabalhando duro para tornar o jogo um lugar melhor, mas após as atitudes de Mourinho, eu sinto como se tivéssemos regredido 30 anos.”
Em âmbito esportivo, o treinador José Mourinho, pivô e algoz de todo o caso, não foi punido pela FA, de maneira surpreendente e equivocada, para toda a imprensa europeia. A decisão revoltou Eva, que descreditou as investigações por se basearem apenas em informações da imprensa, não levando em consideração provas colhidas no estádio (vídeos e depoimentos), além de afirmar não ter sido contatada em nenhum momento pela FA para dar depoimento.
