FourFourTwo elege Mourinho o melhor treinador do mundo e traça perfil do português

Mourinho foi eleito o melhor treinador do mundo pela FourFourTwo (Imagem: FourFourTwo)
Mourinho foi eleito o melhor treinador do mundo pela FourFourTwo (Imagem: FourFourTwo)

A FourFourTwo, uma das mais prestigiadas revistas de futebol do planeta, divulgou nesta semana sua famosa lista dos 50 melhores treinadores do mundo, com José Mourinho no topo, acima de outros como Pep Guardiola e Luis Enrique, que completam o Top 3. Os dez melhores colocados contam ainda com nomes como Diego Simeone, Jürgen Klopp, Carlo Ancelotti e o campeão da Copa do Mundo, Joachim Löw. Curioso também notar que não há brasileiros na lista.

Além de condecorar Mourinho na mais alta posição do pódio, a FFT traçou um perfil completo do treinador, que você confere aqui no Chelsea Brasil:

O melhor manager no mundo do futebol pela FourFourTwo:

Dizem por aí que nem sempre é bom voltar, mas no Chelsea é como se José Mourinho nunca tivesse ido embora. Desde que voltou para Stamford Bridge, há dois verões, o português tem provado que sabe e domina muito bem todos os atributos que tornam a Premier League um espetáculo tão atraente, tanto dentro das quatro linhas quanto além delas.

Ninguém, talvez com a exceção de Sir Alex Ferguson, tem acompanhado a capacidade de Mourinho de conseguir dominar seus adversários e controlar jogos, independentemente das circunstâncias. O treinador de 52 anos é um mestre em ditar o ritmo das coisas, seja por meio da maneira como coloca seus times taticamente em campo, e até mesmo como faz com que seus oponentes percam qualquer batalha psicológica contra ele (Manuel Pellegrini e Arsène Wenger são provas disso). E a última temporada foi o exemplo perfeito de seus dons.

O Mestre do Desfile

O Chelsea começou a temporada jogando indiscutivelmente o melhor futebol que qualquer time de Mourinho já conseguiu. O português por muitas vezes é repreendido por seu pragmatismo, por tentar ganhar três pontos através da rota mais direta possível. Mas as contratações da última temporada deram um novo tom para o time do treinador. Cesc Fàbregas apontou para uma nova direção dentro da equipe e os Blues começaram os primeiros meses da temporada num ritmo alucinante, com o meio-campo fazendo combinações deslumbrantes, passes e movimentação, e, invariavelmente, tendo como principal matador outro recém-contratado: o atacante Diego Costa.

Conforme as lesões e suspensões começaram a se acumular no elenco, Mourinho mudou de rumo. Uma derrota por 5×3 fora de casa para o Tottenham Hotspur pareceu preocupá-lo: o Chelsea estava visivelmente mais cauteloso após a virada do ano, com Costa lutando contra lesões e Fàbregas perceptivelmente cansado, mas o time permaneceu conseguindo seus ótimos resultados mesmo assim.

As equipes de Mourinho sempre fazem de tudo pela vitória, mesmo que nem sempre da maneira mais bonita. Talvez o jogo carro-chefe para essa abordagem tenha sido a vitória por 1×0 em casa sobre o Manchester United, em 18 de abril, que praticamente garantiu ao Chelsea o título. “Este é um jogo que nunca vamos perder. Nunca”, disse ele a Eden Hazard na entrada do campo, e assim foi, com o Chelsea vencendo, apesar de ter tido apenas 30% de posse de bola, com a equipe executando o plano de jogo perfeitamente.

Veja abaixo um vídeo da FFT mostrando, através da movimentação dos jogadores do Chelsea, como o time de Mourinho dominou o Manchester através da ocupação do meio de campo:

O conservadorismo aparente do Chelsea foi criticado nas últimas semanas da temporada, mas parecia manifestamente injusto. Na verdade, ele era simplesmente a prova da notável capacidade de Mourinho de se adaptar às circunstâncias e assegurar resultados – algo que ele tem feito ao longo de sua carreira. Basta observar o título da Liga dos Campeões em 2010 com a Inter de Milão, quando Mourinho decidiu que sua equipe seria mais perigosa sem a bola do que o Barcelona de Guardiola era com ela, arrancando uma vitória nas semifinais do torneio contra todas as expectativas.

O Problema Europeu

O Chelsea será grande favorito para buscar os títulos na Inglaterra e Mourinho vai novamente começar a  campanha 2015/16 visando todos. Mas há pontos de interrogação para além da questão de seu estilo de jogo. O primeiro deles é o relacionamento de Mourinho com Roman Abramovich, que foi de uma lua de mel para algo extremamente conflitante em pouco tempo na primeira passagem do treinador por Londres, entre 2004 e 2007.

Porém, apesar de agora o relacionamento de ambos parecer mais saudável do que nunca, há aqueles que querem saber o que a decisão do proprietário do clube em deixar goleiro Petr Cech juntar-se ao Arsenal, claramente contra a vontade de Mou, poderia causar no ambiente interno do Chelsea. Mourinho chegou a declarar, abertamente, que gostaria de negociar o goleiro com algum clube de outro país.

Também há a questão espinhosa da Europa: se a campanha para as semifinais da Liga dos Campeões em 2013/14 foi ótima, dadas as circunstâncias, a derrota para um Paris Saint-Germain com dez homens, nas oitavas, na última temporada foi inesperada e causou um impacto nos torcedores.

Não obstante, quando Mourinho se encontra com as costas contra a parede, ele sempre encontra uma maneira de vencer.

Jogos Mentais

Há também a questão dos jogos mentais, que Mourinho trava muito bem com outros treinadores. Na última temporada, houve confronto com o sempre calmo Pellegrini, de quem Mourinho tomou o trabalho quando foi nomeado treinador do Real Madrid, em 2010. O técnico do Manchester City acusou Mourinho de querer “levar o crédito por tudo”, insinuando também que o português se esquiva das responsabilidades quando o time perde. Pellegrini também afirmou que “difere dele em todas as frentes.” O treinador do City ainda acusou o Chelsea de jogar como um “time pequeno”, em um empate por 1×1 no Etihad Stadium em setembro. Todavia, o que ele mal sabia, e talvez nem tenha percebido, é que estava caindo na armadilha favorita de Mourinho.

Ninguém cumpre de forma mais implacável, 24 horas por dia, seu papel de protagonista na novela da Premier League do que Mourinho, que tem o hábito de provocar fúria em seus rivais com palavras muito bem escolhidas. O português faz com que o conjunto das mídias fale sobre ele, enquanto seu grupo permanece impermeável. O Special One mostra em todos os casos em que se envolve que cada movimento é friamente calculado.

O que importa é vencer

Ninguém cumpre de forma mais implacável, 24 horas por dia, seu papel de protagonista na novela da Premier League do que Mourinho e nada disso vai mudar na próxima temporada, mas certamente Mourinho vai encontrar-se em uma batalha mais ferrenha, seja na liga ou nos jornais, contra Arsène Wenger, que nunca o derrotou e com quem tem uma relação pouco amistosa, mas que vem montando um esquadrão para desafiar o Chelsea de Mourinho, a começar com o ex-pupilo de Mou no gol, a muralha Petr Cech.

Independentemente disso, é impossível apostar contra um treinador que ganhou oito títulos nacionais com quatro clubes diferentes nos últimos 12 anos. Com tantos discutindo as mais diferentes ‘filosofias’ dos treinadores de hoje, Mourinho vive pela única que realmente conta: sua filosofia é puramente vencer, e raramente ele tem feito qualquer outra coisa.

Prancheta Tática

José Mourinho sempre treina suas equipes principalmente para saber executar dois sistemas diferentes, o que lhe permite alternar rapidamente e facilmente a forma do time jogar para fins específicos. No Porto e em sua primeira passagem com o Chelsea os times variavam entre um 4-3-1-2 e um 4-3-3. Em seguida, com a Inter era um 4-3-1-2 e um 4-2-3-1. Sendo que agora, em seu regresso a Stamford Bridge, varia entre um 4-2-3-1 e um 4-3-3, como foi no Real Madrid.

Isso resume a abordagem de Mourinho: ele forma equipes variáveis e que reagem de acordo com as demandas de partidas individualmente, mas mantendo um padrão altamente organizado. Há pouca dúvida de que suas equipes vão estar sempre bem preparadas para a tarefa que o jogo apresenta.

Muitas vezes, Mourinho tem enfrentado acusações de ser defensivo, e ele realmente é cauteloso em grandes jogos. No entanto, alguns de seus times, particularmente o Real Madrid, e agora seu Chelsea em alguns momentos, jogam de maneira desenfreada contra times mais fracos. Talvez a crítica mais precisa contra ele seja a de que suas equipes dependem muito, em grandes jogos, de uma estratégia de contra-ataques diretos.

Mourinho não revolucionou o futebol em um sentido de estilo. Em vez disso, ele mostrou para o mundo que táticas simples elevadas a um padrão de execução devastador pode levar a grandes glórias. E com sua eficiência, exatamente nos momentos certos das partidas, o mestre Mourinho prova que é um estrategista muito astuto e um vencedor nato.

Category: Chelsea Football Club

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Article by: Chelsea Brasil

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