Para fechar uma temporada complicada, um dérbi londrino entre Chelsea e Tottenham em Cobham. Aos Blues apenas a vitória interessava, caso contrário, seria rebaixado para a segunda divisão da Premier League 2.
Em jogo nervoso e perdendo até os 10 minutos finais, Dion Rankine e Joe Haigh, que entraram ao longo da partida, marcaram os gols que deram a vitória aos donos da casa. Com isso, a equipe de Andy Myers garantiu a permanência na primeira divisão e, agora, deverá contar com o apoio de Todd Boehly para seguir investindo para o futuro.
Força total para o “tudo ou nada”
Diante das necessidades da equipe de desenvolvimento, ainda ao longo da semana Thomas Tuchel indicou a possibilidade de que alguns jogadores do time principal jogassem na PL2. Da mesma forma, alguns jogadores que já haviam retornado de seus empréstimos poderiam aparecer.
E assim aconteceu. Trevoh Chalobah e Malang Sarr, que integram o elenco do alemão, foram titulares na zaga. Além deles, Mason Burstow, contratado em janeiro e seguiu em empréstimo no Charlton Athletic, foi o camisa 9 dos Blues.
Enfim, Myers escalou a equipe no esquema de 4-2-3-1. Com Lucas Bergström no gol, Bashir Humphreys pela direita e Dylan Williams pela esquerda juntamente com Chalobah e Sarr na defesa.
No meio, Xavier Simons e Charlie Webster atuaram mais recuados. Por sua vez, Harvey Vale, Thierno Ballo e Brodi Hughes atuaram mais a frente para apoiar Burstow no ataque.
Com a bola, o time se postava em um 3-4-3, dando mais liberdade para Williams apoiar o ataque pela esquerda.
Primeiro tempo cauteloso
O início da partida foi pouco movimentado pelas duas partes. No entanto, a partir dos 15 minutos, os Spurs começaram a atacar mais e buscar o gol.
Nesse sentido, o Chelsea se viu na posição de defesa para impedir que os adversários abrissem o placar. E o trabalho foi bem feito. Apesar das chegadas, os defensores blues conseguiram segurar a pressão e afastar bem o perigo.
Ainda na etapa inicial, os donos da casa abriram o placar com Harvey Vale. Porém, o gol foi anulado por impedimento. Além do gol anulado, outras duas boas chances do Chelsea vieram com Burstow e Ballo. Contudo, nenhuma foi aproveitada.
Desse modo, nenhum gol separava os times no intervalo e a pressão aumentava sobre os comandados de Andy Myers para vencerem a partida.
Pressão máxima
Com a necessidade da vitória, o Chelsea voltou com uma postura bastante ofensiva para a segunda etapa. Assim, Chalobah e Simons inverteram suas posições. Assim, Chalobah foi para o meio e Simons se tornou um dos zagueiros para dar mais apoio na saída de bola – ainda mais em lançamentos verticais. Por outro lado, o Tottenham também chegou com perigo e, eventualmente, conseguiram abalar bastante os Blues.
Em outras palavras, os Spurs abriram o placar perto dos 60 minutos da partida. Bergström saiu mal em cobrança de escanteio e deixou o gol livre para Kion Etete cabecear e abrir o placar. Com isso, os Blues se viram diante de uma montanha ainda mais difícil de se escalar.
Pouco depois, Myers fez duas mudanças para dar maior ofensividade ao time. Afinal, agora, seriam necessários dois gols para evitar o rebaixamento. Com isso, Williams e Simons saíram para as entradas de Lewis Hall e Dion Rankine. Na sequência mais uma mudança nos Blues: Ballo deu lugar a Joe Haigh no setor de meio-ataque. Sendo assim, ficou nítida a tática e opção do treinador para os 20 minutos finais: pressão no ataque e controle da posse, em especial no campo ofensivo. Até porque, nessas condições, um contra-ataque dos Spurs poderia ser fatal.
Recompensa merecida
Com todas as mudanças e a prevalência de boas jogadas de ataque, o time de Cobham conseguiu o empate já nos 10 minutos finais. Hall entrou na pequena área e cruzou rasteiro para Rankine que conseguiu furar a meta dos adversários.
Então, o Chelsea tinha cerca de oito minutos mais acréscimos para fazer o segundo e, assim, sacramentar sua permanência na primeira divisão. Além de Tuchel e sua comissão, John Terry e Claude Makelele, ex-Blues que hoje trabalham com as categorias de base, estavam presentes. Da mesma forma, jogadores como Mason Mount, Reece James, Kai Havertz, Callum Hudson-Odoi e Timo Werner foram ver os jovens nesse jogo importante. Em casa e com o apoio da torcida e de figuras importantes, a pressão seguiu em busca da virada.
Pouco depois do empate, Vale chegou com perigo e quase ampliou em favor dos Blues. Mas, o goleiro defendeu. Com isso, os Spurs tentaram manter a posse e controlar o final da partida – afinal, o resultado pouco importava para eles e poderia ser a chance de rebaixar um rival.
Contudo, Lewis Hall apareceu mais uma vez, agora, para retomar a bola no meio de campo e dar início à jogada de ataque. Hall passou para Burstow que finalizou, mas parou no goleiro do Tottenham, que deu rebote no meio da área. Entre os muitos jogadores, Joe Haigh apareceu para marcar aos 43 do segundo tempo e garantir os três pontos que o Chelsea precisava.
Ficha técnica
Chelsea 2 – 1 Tottenham
PL2 (rodada 20) – Cobham Training Centre
Árbitro: Gary Parsons
Chelsea (3-4-3): Lucas Bergstrom; Trevoh Chalobah, Bashir Humphreys (c), Malang Sarr; Dylan Williams (Lewis Hall 62′), Xavier Simons (Dion Rankine 62′), Charlie Webster Brodi Hughes; Thierno Ballo (Joe Haigh 65′), Harvey Vale, Mason Burstow.
Substitutos não usados: Ted Sharman-Lowe, Jayden Wareham
Gols: Rankine 82′, Haigh 88′
Cartões: Webster 36′, Chalobah 90+1′
Tottenham Hotspur (4-1-3-2): Thimothee Lo Tutala, Kallum Cesay, Dermi Lusala, Jamie Bowden, Marqes Muir (c) (Jaden Williams 90+1′), Malachi Fagan-Walcott, Romaine Mundle, Nile John (Max Robson 81′), Kion Etete, Alfie Devine (J’Neil Bennett 66′), Yago Alonso.
Substitutos não usados: Maksim Paskotsi, Josh Oluwayemi
Gol: Etete 57′
Cartões: Muir 17′, Bowden, Cesay 77′, Robson 83′