Um dos maiores ídolos da história do clube, o atacante Didier Drogba falou à imprensa sobre o confronto entre Chelsea e Galatasaray (atual clube de Drogba) válido pelas oitavas de final da Champions League. Mas apesar de agora defender as cores amarela e vermelha do campeão turco, o marfinense falou praticamente apenas do lugar que considera sua casa – o Chelsea.
“Logo após o sorteio eu recebi uma mensagem de texto do José me dizendo ‘Esse é o seu momento, aproveite!’. As pessoas sabem o quanto eu amo o clube e os torcedores. Eu não posso me esquecer do que eu fiz lá e de todas as memórias que tenho desse clube. O Chelsea sempre terá um lugar especial no meu coração e na minha vida,” falou o atacante.
Além do ex-time, Drogba também falou sobre a sua atual forma, e garante que, mesmo não sendo mais o jogador que era há anos atrás, ainda está bem e que pode fazer coisas que costumava fazer vestindo a camisa azul. “É impossível parar o tempo, mas é possível com experiência e inteligência dentro de campo jogar em algo nível por mais dois ou três anos. Os seus companheiros sabem que você não é mais o jogador que era há dez anos, mas você pode contar com o apoio deles. Também é importante manter a vontade. Eu me sinto jovem e quero jogar até mesmo em amistosos. Ainda me sinto como se fosse um moleque correndo atrás da bola; quero jogar o máximo que puder. Não é apenas o físico, mas também a confiança que o treinador tem em você. Quando você tem um técnico que acredita em você, você pode fazer grandes coisas,” comentou o marfinense.
Drogba certamente não pode reclamar da confiança e do apoio que José Mourinho lhe deu em todos os anos que trabalharam juntos no Chelsea. O técnico português foi o responsável pela então surpreendente contratação do desconhecido africano que jogava no futebol francês e segundo o jogador, não sem muito insistência. Nas três temporadas que passaram juntos no Chelsea, Mourinho sempre apostou no talento e na capacidade de decisão do atacante e Drogba reconhece o papel de treinador no seu desenvolvimento.
“Nós todos tínhamos potencial, mas José é muito bom em desenvolver algo mais. Se um jogador como Eden Hazard ouvir José e comer e absorver o que ele lhe ensinar, ele poderá ser muito, muito bom. Você precisa de tempo para entender todas as coisas, para o time se desenvolver, principalmente porque há muitos jogadores novos, mas também muito talentosos. Eu me transferi para o Chelsea tendo disputado apenas uma Champions League e com só dois anos no futebol francês, eu não tinha certeza se eu conseguiria fazer a transição. Mas daí chega um cara e lhe diz ‘Você tem de vir comigo porque eu quero fazer de você um dos melhores atacantes da Premier League’. Você pode imaginar o que eu senti? Claro que eu queria ser um dos melhores, mas eu era jovem e isso parecia arriscado. Eu não queria sair do Marseille porque lá eu era um rei e continuar seria a escolha mais segura. Mas ele (Mourinho) me vendeu a ideia. Ele disse ‘Você é um bom jogador, mas se você quiser ser o melhor, venha para cá e jogue comigo’. Eu estava impressionado com toda essa confiança. E pelo o que eu tinha visto dele pelo Porto eu pensei que talvez eu devesse confiar nele. Eu queria ser como os atacantes que ele tinha jogando para ele pelo Porto e então eu decidi aceitar a proposta,” relatou Drogba, que até hoje mantém laços fortes com o treinador que o consagrou.
“Eu aprendi muito trabalhando com o José. Ele é um dos melhores, senão o melhor de todos os técnicos com quem trabalhei. Ele nos ensinou a odiar perder. Às vezes nos treinamentos, você jogava três, quatro rachas de cinco minutos sem marcar um gol, isso te mostra a intensidade dos treinos que fazíamos,” concluiu o ídolo dos Blues.