Recuperado de um péssimo resultado no primeiro jogo, os Blues derrotaram o Leicester no sábado (9) por 2 x 1 no King Power Stadium, dando sequência aos bons jogos em partidas difíceis neste início de campeonato.
Com boa atuação e uma vitória tranquila, o placar apertado não reflete bem o que houve dentro de campo. Os comandados de Antonio Conte anularam bem o meio campo dos Foxes e ditaram o ritmo do jogo. A partida deixa algumas lições e uma dúvida, que você pode conferir abaixo:
1 – Há vida sem Hazard
Que o belga é o craque do time, todos sabem. Dono da posição e “jogador que desequilibra”, Eden Hazard ficou fora do time durante o início da temporada devido a uma lesão. Já recuperado, Conte preferiu a cautela e ainda não pôs o jogador nos 11 iniciais. No entanto, o Chelsea teve jogos difíceis no início de época e tem dado conta do recado sem o seu camisa 10. Em outros tempos, a vida seria mais difícil sem a presença de Hazard no time. Não que agora seja fácil, mas os Blues dão sinal de que podem ser independentes do talento do belga e podem poupá-lo em alguns jogos, a fim de preservar um jogador de tamanha importância para o time, pois a temporada vai ser longa e o elenco está curto.
Para um clube como o Chelsea que está sempre brigando pela Premier League e agora de volta a Champions League, sabemos que não existe jogo fácil. Haverá clássicos atrás de clássicos, seguidos de jogos decisivos, mas sabendo administrar o elenco e sendo independente de qualquer jogador, os azuis de Londres podem brigar em todas as frentes.
2 – Pelo alto, Morata dá conta
O espanhol chegou para substituir o compatriota Diego Costa e até aqui mostrou a que veio. Com três gols e duas assistências nos quatros primeiros jogos, um fato curioso chama atenção: todos de cabeça. Os jogos da Premier League costumam ser bem emocionantes até o fim, e em alguns casos, os times partem para desesperados lançamentos para a grande área sem parar.
Agora, o Chelsea tem uma boa referência para o jogo aéreo, que parece ser o forte do atacante espanhol. Apresentado um pouco de dificuldade em segurar a bola no ataque, Morata tem sido o matador que se espera dele, mas deve ficar atento a não desperdiçar chances com a bola no pé, pois com a cabeça já vimos que o espanhol é letal.
3 – Com uma defesa sólida, Chelsea tem que melhorar o aproveitamento no ataque
Para quem assistiu ao jogo, sabe que o placar não reflete o que aconteceu dentro de campo (pelo menos na maior parte). Os Blues dominaram o Leicester durante todo o jogo. Com uma defesa sólida e dominando o meio de campo, a criação do time adversário ficou limitada e Courtois quase não foi ameaçado.
Já do lado dos azuis de Londres, haviam chegadas constantes ao ataque, com tranquilidade e ditando o ritmo a todo momento. Apesar das chances, o Chelsea abriu 2 x 0 ainda no primeiro tempo e desperdiçou outras oportunidades de aumentar o placar. Um pênalti no fim do jogo deu vida ao Leicester que poderia ter chegado ao empate, que àquela altura seria desastroso considerando o retrato do jogo.
4 – Cahill deve permanecer no banco
O capitão dos Blues e da seleção inglesa Gary Cahill nunca foi unanimidade na torcida e hora ou outra é duramente criticado por falhas pífias na defesa azul. Depois de ter sido expulso no primeiro jogo e ter complicado a vida do Chelsea na partida, Cahill foi bem substituído pelo alemão Rüdiger na defesa. Fazendo boas partidas e sem comprometer, o beque da seleção alemã vem mostrando que pode cravar seu lugar na zaga titular e deve ter chances de mostrar seu potencial. O elenco conta com cinco zagueiros e utiliza três em seu 11 inicial, então é natural que numa temporada tão longa todos ganhem chance de provar seu valor, mas Cahill já teve todas as oportunidades possíveis e apesar de ter feitos boas campanhas, nunca se sobressaiu individualmente.
Enquanto isso, o Chelsea conta com a chegada de Rüdiger, a volta de Christensen (muito aclamada pelos torcedores que conhecem o futebol do dinamarquês) e ainda pode acompanhar de perto o francês Kurt Zouma, emprestado ao Stoke City e que tem sido titular no bom início de campanha do time de Mark Hughes. Os últimos citados são jovens e têm muito potencial, enquanto o capitão está nos 31 anos e ainda semeia dúvida na cabeça dos torcedores.
Por que Pedro em vez de Willian?
Na temporada passada, vimos que Pedro e William brigaram por uma vaga de titular no trio de ataque com Hazard e Diego Costa. O espanhol se sobressaiu e foi preferido na maior parte dos jogos, em razão também de uma tragédia pessoal que afetou o rendimento do brasileiro no time. No entanto, a pré-temporada do camisa 22 foi muito positiva, tendo em vista os jogos que este fez, tanto pelo clube, quanto pela seleção, mas Conte tem optado por mantê-lo no banco mesmo com a ausência do belga Hazard.
Pedro não tem feito muito, e ainda não mostrou o futebol de 2016/2017, que já havia caído um pouco de produção na reta final do campeonato e apesar do brasileiro não ter sido decisivo nos jogos, deu uma outra cara ao trio de ataque e fez em pouco tempo o que Pedro ainda não conseguiu fazer.