O técnico José Mourinho falou pouco sobre o derby londrino de amanhã contra o Fulham, pela 28ª rodada da Premier League. Isso porque o português não conseguiu treinar o time desde que os Blues visitaram o Galatasaray na Turquia na quarta-feira. O time chegou em Londres na manhã de ontem, às 6:00 e apenas cinco jogadores fizeram algum tipo de trabalho, em virtude do cansaço da viagem e da partida. Os demais fizeram trabalho de recuperação física e Mourinho preferiu mudar o horário do treinamento – normalmente matutino – para depois da sua coletiva de imprensa, que foi às 13:00, horário local.
Mas se Mourinho não pôde confirmar jogadores barrados/liberados para o jogo, ele pôde – e praticamente só fez isso – reclamar com a tabela da Premier League. O Chelsea foi até a Turquia na quarta e após o compromisso de amanhã só entrará em campo novamente pelo próprio campeonato inglês uma semana depois, no sábado dia 08. Para o treinador parece óbvio que o time deveria ter tido pelo menos até o domingo para jogar novamente, apesar de achar que nem assim o seu time se recuperaria (às vezes há jogos da Premier League na segunda-feira à noite, horário local).
“Nós chegamos da Turquia ontem às seis da manha, treinamos com quatro ou cinco jogadores enquanto o restante estava fazendo trabalhos de recuperação. Nós ainda não treinamos hoje, então eu não sei qual será o time ainda. É básico, em um mundo onde muitos não são honestos nas suas análises, eu tenho de exaltar Felix Magath (recém nomeado técnico do Fulham) porque ele foi o primeiro a dizer que a partida é desigual já que o Chelsea teve uma situação especial com um jogo durante a semana muito longe. Nós não jogamos no domingo, o que seria difícil de qualquer forma, nós jogamos no sábado o que é ainda mais difícil, e ele sabe disso porque tem muita experiência no futebol desse nível. Eu tenho de elogiá-lo porque ele foi sincero na sua análise,” declarou o treinador que já havia reclamado da FA (federação inglesa de futebol) em algumas ocasiões no decorrer da temporada sobre o calendário sempre desfavorável ao Chelsea.
“Todos nós preferimos jogar uma vez após a outra, mas todos nós queremos fazer isso com chances de se recuperar fisicamente, com condições iguais para todos os times e com a sensação de que nenhum time tem privilégios na escolha das datas da tabela. Todos os países se preocupam em dar um pouquinho de cuidado aos times que os representam nas competições europeias. Isso acontece em Portugal, na Espanha, Alemanha, Itália, Rússia, em todos lugares, mas aqui eles dificultam para os jogadores, não para os treinadores. Eu posso ter partidas todos os dias que não será um problema para mim ou para as pessoas que decidem o calendário porque nem eu nem eles correm. Quando um jogador como Frank Lampard – que tem o direito de causa de falar, pois já participou de inúmeros jogos pelo Chelsea e de mais de 100 pela Seleção Inglesa, e que normalmente não expressa sua opinião com frequência -, quando um homem como ele se expressa, eu acho que o país tem de ouvir. Eu não dormi bem, mas as minhas pernas estão descansadas, para os jogadores é diferente,” concluiu o treinador, que endossou as reclamações de Lampard, que mais cedo cobrou uma postura mais justa da FA para com os times que disputam as competições da UEFA, apesar de ter garantido eles estarão prontos para lutar pela vitória.
O Chelsea enfrenta o Fulham amanhã, às 12h, com cobertura completa do Chelsea Brasil.