Após seis mudanças no time, o técnico José Mourinho viu o time se recuperar da derrota contra o Newcastle no sábado e vencer o Schalke 04 pela Champions League por 3×0. Na entrevista coletiva anterior ao jogo, Mourinho já havia dito que as mudanças que faria não seriam punições pela partida ruim contra o time do norte da Inglaterra, mas apenas tentativas de encontrar o melhor time para o jogo contra os alemães. As substituições fizeram efeito e o time esteve no controle da partida por cerca de 75 minutos dos 90 jogados contra o Schalke e o treinador reconheceu que apesar do início nervoso, os jogadores fizeram um bom jogo e que mereceram o resultado. Para o português, a principal diferença foi a atitude dos jogadores, não as mudanças feitas por ele.
“(O resultado) não teve nada a ver com esse ou aquele jogador que foram tirados do time. O que foi decisivo foi a mentalidade forte com que os jogadores entraram em campo. Nós começamos um pouco nervosos e cometemos vários erros. Perdemos a bola em lugares perigosos e oferecemos o contra-ataque para o Schalke em situações de real perigo. Eles tiveram duas boas chances, mas depois disso o nosso time equilibrou as ações e passou a controlar o jogo. Tínhamos uma confortável posse de bola, recuperando-a rápido e jogando agressivamente, atacando os espaços com dois, três, quatro jogadores. Quando perdíamos a bola, éramos agressivos ao tentar recuperá-la, pressionando e defendendo bem. Nossos três jogadores atrás do atacante – Schürrle, Oscar e Willian – colocaram muita pressão quando perdemos a bola, se posicionaram bem e quando o time recuperava a bola, eles eram agressivos ocupando os espaços e jogando em velocidade. Nós vencemos de uma maneira bem confortável,” Mourinho disse demonstrando a sua satisfação, principalmente com os meias.
Com a vitória, o Chelsea lidera isoladamente o seu grupo na Champions, com nove pontos, três a mais que o Schalke e quatro à frente do Basel, segundo e terceiro colocados respectivamente. Mourinho disse que o time agora pode pensar além da classificação e lutar pelo primeiro lugar ao fim da fase de grupos, tendo se recuperado totalmente da derrota em casa para o Basel na rodada de abertura da competição.
Outro assunto abordado pelo técnico foi a ausência de Eden Hazard não apenas entre os titulares, mas também no banco. Antes da partida, o técnico falou à TV inglesa, pouco antes da bola rolar, e afirmou que Hazard não jogaria por ter perdido um dos treinos de preparação para a partida. Na ocasião, ele não esclareceu o motivo da ausência de Hazard no centro de treinamentos em Cobham, mas perguntado novamente na coletiva de imprensa após o jogo, o técnico finalmente esclareceu o que aconteceu. Hazard não conseguiu chegar a tempo no treino da manhã de segunda-feira porque estava na França, como convidado do seu ex-time Lille para assistir uma partida pelo campeonato francês no domingo à noite. O belga teria voltado a tempo de treinar na segunda, mas perdeu o seu passaporte enquanto ainda estava em solo francês e por isso não chegou na hora. Mourinho confirmou que ele perdeu o horário, mas não deu importância exagerada ao ocorrido.
“Eu não quero mentir, ele não está machucado. Ele é um garoto, e garotos cometem erros e pais têm de serem inteligentes ao disciplinar seus filhos. Ele não jogou, ele queria jogar e ficou triste por não estar no time, mas nós vencemos sem ele e no sábado ele estará de volta, fim de história,” o técnico amenizou.
Fernando Torres, sim, perdeu a partida por motivo de contusão e o treinador falou tanto sobre o camisa 9, como seu substituto Samuel Eto’o, que marcou dois gols.
“Nós esperamos que ele [Torres] esteja recuperado após os jogos internacionais da FIFA [na próxima semana], mas não há nenhuma chance dele jogar esse fim de semana. Não é uma contusão séria, mas é um problema muscular que deve deixá-lo fora por duas ou três semanas e por isso não sabemos se ele estará de volta quando o time se reapresentar depois da parada.”
“Meus jogadores preferidos são aqueles que ganham partidas para mim, não os que nos fazem perder [em resposta à pergunta se Eto’o é um dos seus jogadores favoritos]. Samuel trabalhou comigo na melhor temporada que eu tive como técnico, quando vencemos tudo [pela Internazionale em 2009-10] e por isso ele está em uma ótima posição [com o treinador]. Ele esteve dois anos no Anzhi jogando sem motivação e com isso você perde forma, condição física e até o apetite. Não foi nenhuma surpresa para mim quando ele chegou aqui sem estar nas suas melhores condições. Agora pouco a pouco ele está chegando lá. Ele já tem 32 anos, mas é naturalmente forte e tem um bom físico e gols dão confiança. O segundo gol foi uma jogada coletiva muito boa. A opção de passe de Willian foi fantástica, a corrida de Ramires para dar uma alternativa a mais a Willian foi incrível e a movimentação de Samuel brilhante,” concluiu o treinador.
O Chelsea enfrentará agora o West Brom, no sábado pela Premier League, antes da parada do futebol na Europa para jogos da FIFA na semana que vem.
